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14.3.10

A ILHA DO MEDO (Shutter Island, 2010), de Martin Scorsese

Esperei quase dois dias para escrever alguma coisa para ter certeza de que a minha euforia não havia sido precipitada. Acho que já digeri bem o novo filme do Scorsese e a minha percepção pessoal é de que se trata de um trabalho notável, o melhor filme do diretor desde GANGUES DE NOVA YORK. Como suspeitei desde o princípio, o cinema estava lotado de adolescentes irritantes que saíram revoltados quando a sessão terminou. Ou seja, eles caíram direitinho na jogada de marketing que vendia o filme como uma coisa que ele não é. Não saberia nem como começar qualquer tipo de análise, nem pretendo mudar a opinião de ninguém. Já notei que pouca gente se empolgou com o filme como eu, mas tudo bem. O filme tem problemas, é torto, com vários motivos para que os potenciais detratores possam escolher sobre o que falar mal. Mesmo assim, achei o filme ótimo! O que eu posso fazer? Para mim foram duas horas e meia de puro cinema num thriller estilístico de atmosfera noir e estilizada, complexo e instigante, conduzido brilhantemente por um dos diretores americanos mais lúcidos da atualidade o qual há muito tempo não precisa colocar em prova sua capacidade de contar uma boa estória. Eu nunca li nada de Dennis Lahane (o mesmo de SOBRE MENINOS E LOBOS), cujo livro inspirou o roteiro de A ILHA DO MEDO, mas acredito que quanto menos souber a respeito da trama, melhor será a experiência. Digamos apenas que é o melhor horror psicológico feito em Hollywood em muito tempo!

Sobre o elenco, eu acho que é bom um parágrafo à parte. Muita gente reclama da parceria entre Di Caprio e Scorsese e até eu mesmo, se tivesse esse poder, escolheria um Daniel Day Lewis para viver o protagonista. Mas é inegável o fato de que o rapaizinho vem melhorado a cada filme e sua atuação em A ILHA DO MEDO é digna de nota. Finalmente ele está com cara homem grande, contracenando de igual para igual com gente do calibre de Ben Kingsley e o imortal Max Von Sydow. Mark Ruffalo também está ótimo e seu personagem é um ponto chave muito bem explorado para desvendar o enigma da trama (como apontou o Sergio Alpendre). O time de atores ainda possui nomes de peso como Jackie Earle Haley, Elias Koteas e Ted Levine, todos os três em pequenas, mas muito expressivas, participações. Michelle Williams, Emily Mortimer e Patricia Clarkson completam com a parte feminina do elenco.

Já o tal “enigma” que eu citei ali em cima, que é revelado ao final, é bem previsivel e óbvio (ou fraco, para alguns), mas acho que o Scorsese está pouco ligando para "surpresinhas espertinhas." A grande força do filme se concentra justamente em como ele desenvolve a idéia central, independente se o publico vai matar a charada facilmente. A forma como ele desconstrói esse enigma é que é interessante, brincando com a noção de realidade, delírio, sonho, lembranças, em sequências antológicas lindamente iluminadas e com uma trilha sonora das mais eficazes… enfim, sei que não se trata aqui de uma obra prima inquestionável, mas é o tipo de filme torto que me encanta. E se existe algum ponto que lembra os últimos filmes do De Palma (como acha meu amigo Daniel, e respeito sua opinião, apesar de discordar) é exatamente isso, ambos são filmes questionáveis que dividiram as opiniões e nos dois caso, eu escolhi gostar.

17.5.09

Top 10 Cannes

Copiando a idéia de outros blogs, segue uma lista dos meus dez vecedores de Cannes favoritos (em ordem cronológica) e rapidamente comentados:

A DOCE VIDA (La Dolce Vita, 1960), de Federico Fellini: A nova Babilônia sob a visão de Fellini. 

O LEOPARDO (Il Gattopardo, 1963), de Luchino Visconti: Um diretor da linhagem de Visconti não encontraria um universo mais adequado para filmar do que neste seu épico da decadência humana. 

BLOW UP (1966), de Michelangelo Antonioni: Os italianos comandam. Aqui temos uma das maiores aulas de gramática cinematográfica da sétima arte.

A CONVERSAÇÃO (The Conversation, 1974), de Francis Ford Coppola: Exercício de direção dos mais expressivos embalado num thriller de espionagem sensacional.

TAXI DRIVER (1976), de Martin Scorsese: A obra prima suprema de Scorsese.

APOCALYPSE NOW (1979), de Francis Ford Coppola: Robert Duvall e o cheiro de napalm pela manhã já se tornou clássico absoluto. E ainda temos Martin Sheen, Dennis Hopper... Marlon Brando!!!

PARIS, TEXAS (1984), de Win Wenders: Um dos trabalhos mais inspirados de quando Wenders ainda era um bom diretor.

BARTON FINK (1991), de Joel & Ethan Coen: O que há de melhor nos Coens em toda sua essência.

PULP FICTION (1994), de Quentin Tarantino: Estabeleceu a nova era do cinema nos anos 90.

DANÇANDO NO ESCURO (Dancer in the Dark, 2000), de Lars Von Trier: Digam o que quiser, este filme carrega um poder que me desconserta a cada revisão. 

6.12.08

Top 10 Martin Scorsese

1. TAXI DRIVER (76)
2. TOURO INDOMÁVEL (80)
3. DEPOIS DE HORAS (85)
4. OS BONS COMPANHEIROS (90)
5. CAMINHOS PERIGOSOS (73)
6. CASSINO (95)
7. O REI DA COMÉDIA (82)
8. GANGUES DE NOVA YORK (02)
9. VIVENDO NO LIMITE (99)
10. ALICE NÃO MORA MAIS AQUI (74)