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8.1.13

JOHN DIES AT THE END (2012)


Don Coscarelli tem total respeito da minha parte. Ser o culpado por uma das séries de horror mais geniais do cinema americano ajuda abundantemente. Estou falando de PHANTASM e suas continuações, embora até hoje espere pelo desfecho desta saga que possui as famigeradas esferas mortais... e Coscarelli deveria se apressar antes que Angus Scrimm bata as botas!

O último filme do diretor foi o peculiar e engraçado BUBBA HO-TEP, lançado há mais de dez anos. Sim, demorou pra caceta, mas finalmente saiu algo novo do homem. Saiu JOHN DIES AT THE END, baseado no livro de um sujeito que atende pelo nome de James Wong, que oferece um mundo de bizarrices alucinógenas para que Coscarelli se aproprie e recrie em seu imaginário pessoal, que já é estranho suficiente, da maneira que bem entender. Quem já viu PHANTASM e BEASTMASTER sabe do que o sujeito é capaz.

Na trama, seres de outra dimensão planejam invadir a terra utilizando uma droga poderosíssima como portal entre os mundos. Dois loosers, Dave e John, após o contato com o entorpecente, acabam se deparando com a possibilidade de se tornarem os defensores do universo, enfrentando diversas criaturas que cruzam seus caminhos. Há uma cena logo no início do filme na qual John e Dave estão no porão de uma casa, diante do perigo, e um deles tenta sair na primeira porta que vê pela frente. Só que no momento de pegar na maçaneta, ela se transforma num pênis grande! What the fuck!? Isso é a coisa mais arrepiante que eu já vi na vida... É um pesadelo filmado! o que mais esses dois vão encarar daí pra frente? E, para minha felicidade, momentos WTF aconteceram várias vezes durante a narrativa (não, eu não gosto de pênis, momentos WTF não se resumem a isso, estamos entendidos?).


Mas será que tudo não passa de uma viagem lisérgica dos protagonistas? A verdade é que o filme não está nem um pouco interessado em responder esse tipo de pergunta. Nem deixa margem para refletir sobre a possibilidade do que é real ou se é real. Também não consigo imaginar alguém considerando JOHN DIES AT THE END uma espécie de drug movie, pois o filme abraça o lado sci-fi de maneira tão forte que pra mim é impossível não assistí-lo como uma odisséia desprovida de qualquer racionalidade. Apesar de ser interessante a maneira com a qual a juventude atual é retratada, numa espécie de apatia e alienação. E nesse sentido me peguei pensando no cinema de John Carpenter, na questão do personagem marginal que fica responsável por salvar o presidente dos Estados Unidos, ou deter uma invasão alienígena, ou impedir que o demônio encarne na terra, ou enfrentar um velho feiticeiro que pretende dominar o mundo... todo esse paralelo Carpenteriano pode ser refletido nos dois jovens sem futuro que acabam se tornando na esperança da terra.

A indagação sobre realidade e fantasia pouco importa pra mim também. O que vale é o que é mostrado na tela, uma sucessão de situações das mais absurdas, alucinantes, violentas, engraçadas suficientes para fazer JOHN DIES AT THE END uma belíssima experiência fora do convencional. Pretendo assisti-lo outras vezes, não porque seja complexo ou algo assim, mas porque além de ser realmente divertido, é daquele tipo de filme rico em elementos, simbolismos e detalhes visuais que podem ser descobertos a cada assistida, sem contar os diálogos filosóficos e viajantes que fazem um bom acompanhamento às imagens.


Outro destaque é o elenco. A dupla protagonista é formada por rostos desconhecidos do público em geral, Chase Williamson e Rob Mayers, que dão conta fácil do trabalho, são bastante convincentes. Já os mais aficcionados vão encontrar algumas figuras familiares em papéis coadjuvantes, como Clancy Brown e Glynn Turman. Paul Giamatti é o mais famoso e, exatamente por isso, tornou-se o “garoto propaganda” e produtor do filme. O ator, que faz uma ótima participação por aqui, declarou que sempre foi fã do trabalho de Coscarelli, que ele deveria estar fazendo mais filmes, etc, e resolveu investir em JOHN DIES AT THE END. Já o Coscarelli, que demonstra total segurança como contador de histórias fantásticas, provando que nunca deixou de ter talento para a coisa, já anunciou que tudo depende do sucesso do filme para que haja novas aventuras com os personagens. Mas antes, parece que vamos ter BUBBA NOSFERATUS! Mas bem que podia ser o desfecho de... ah, vocês já sabem.

5.11.12

BOM DEMAIS PRA SER VERDADE


Arrow in the Head: Are you going back to PHANTASM? Is that going to happen?  

Don Coscarelli: Well here is the thing... ever since we've been doing the publicity on JOHN DIES AT THE END, I've been overwhelmed in every situation with the question, 'When's the next one?' and I didn't realize that thirty years on that there is still interest in that. The good news is that the PHANTASM actors are all in great shape, in fact Angus Scrimm's got a great role in JOHN DIES AT THE END. I think after this is over, its something I'm going to seriously consider because if so many people want it how can you say no?

Só pra constar, a série PHANTASM é simplesmente uma das coisas mais geniais já realizada no horror americano. Se realmente Don Coscarelli conseguisse concretizar o final da saga com o quinto capítulo, seria um dos grandes acontecimentos do cinema fantástico contemporâneo. É até difícil de acreditar, depois de tanto tempo. Seria bom demais pra ser verdade...