Uma das coisas mais legais dessas séries que eu via na infância e mexiam com o fantástico, como AMAZING STORIES e TWILIGHT ZONE, era poder conferir a seleção dos diretores e roteiristas interessantes daquele período que ficavam responsáveis pelos episódios. Walter Hill, por exemplo, era um dos produtores de TALES FROM THE CRYPT e chegou a dirigir três episódios nas três primeiras temporadas da série. Como venho escrevendo sobre alguns filmes dele atualmente, como forma de preparação para o lançamento de BULLET TO THE HEAD no ano que vem, não custa nada comentar essas pequenas produções que levam a sua assinatura.
THE MAN WHO WAS THE DEATH foi o primeiríssimo episódio de toda a série, lançado em 10 de Junho de 1989. Conta com o subestimado William Sadler encabeçando o elenco, vivendo um carrasco dos tempos modernos. Para ser mais exato, é o sujeito que liga a cadeira elétrica na execução dos condenados. E ele preza bastante pelo serviço que presta. O problema é quando surge uma lei abolindo a pena de morte e o personagem decide, simplesmente, continuar a fazer o seu trabalho, como uma espécie de vigilante, arranjando maneiras de eletrocutar meliantes. Nada sensacional, mas uma delícia de se ver. Hill sabe muito bem onde colocar a câmera, sem fazer firulas, constrói tudo no equilíbrio entre o humor e o clima de suspense. Mas o destaque mesmo é a grande atuação de Sadler, que narra o episódio e vez ou outra resolve olhar diretamente para a câmera, para o público, enquanto constrói a narrativa. Bom episódio pra começar uma das séries mais bacanas que eu assistia na TV na pré adolescência.
Já o CUTTING CARDS, terceiro episódio da segunda temporada, é sensacional! Eu já não me lembro tanto, mas deve ser um dos mais legais da série inteira! Hilário, macabro, tenso... A trama é a seguinte: dois jogadores viciados e rivais, encarnados com genialidade por Lance Henriksen (que trabalhou com Hill em JOHNNY HANDSOME) e Kevin Tighe (que esteve em 48 HORAS - PARTE 2), decidem, em apenas uma noite, resolver as suas diferenças fazendo apostas extremas e perigosas. A atenção do episódio se divide entre ver esses dois magníficos atores contracenando e a habilidade de Hill em manter a dose de humor negro e a tensão das situações. Uma roleta russa malfadada e um jogo de poker macabro, onde a cada rodada, o perdedor tem um dedo decepado pelo seu adversário. Depois, outro dedo, e outro... a mão, braço e por aí vai… Só não digo que é das melhroes coisas que o Hill já filmou porque o sujeito tem coisa boa até dizer chega em sua carreira, mas é mais uma boa prova da maestria deste grande diretor.
Apesar disso, DEADLINE, da terceira temporada, não é tão bom quanto esses dois acima, infelizmente. Aqui temos Richard Jordan como um jornalista desempregado, por causa dos problemas com álcool, tentando de tudo conseguir seu emprego de volta. Para isso precisa de uma boa história que será colocada no caderno policial e vai conseguir, nem que tenha, de fato, criar a notícia, se é que me entendem... A história é boa e Jordan está excelente como sujeito desesperado tentando não surtar. Mas o que pega é que falta uma certa leveza... aquele equilíbrio entre um humor ácido com os elementos do
horror e suspense não aparece tão bem em relação ao que Hill havia conseguido anteriormemente. Esperava mais. No entanto, vale a pena a conferida para os fãs que desejam ver tudo do homem.
Aliás, os três episódios podem ser conferidos no youtube.
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7.12.12
2.7.12
TOQUE RÁPIDO
REVISÃO DE ALIEN³ (1992)
Queria ter escrito umas coisinhas sobre ALIEN³ antes de postar algo sobre PROMETHEUS, mas precisava rever e não deu tempo. E como vocês devem ter reparado, tempo tem se tornado muito escasso ultimamente (e as atualizações aqui no blog vão continuar lentas por mais um tempinho ainda, até tudo voltar ao normal). Bom, depois de uns quinze anos, finalmente revi este primeiríssimo trabalho de David Fincher como diretor, que só aceitou o cargo após alguns nomes (Renny Harlin, Walter Hill, que é o produtor) abandonarem o barco durante a pré-produção. Aliás, é um filme que até hoje possui uma carga de polêmicas de bastidores, problemas com o roteiro (que fora reescrito trocentas vezes), interferências dos executivos dos estúdios pra cima do Fincher, e o resultado final, por muito tempo, foi considerado a ovelha negra da série, até, é claro, surgir o quarto filme, que assumiu esse posto…
Hoje, tenho certeza de que ALIEN³ é uma obra equivocadamente subestimada. Tá certo que não chega a ser melhor que os dois filmes anteriores, dirigidos pelo Ridley Scott e James Cameron, respectivamente, mas basta aquelas cenas da baratona alienígena perseguindo os personagens pelos corredores apertados da prisão espacial para colocá-lo entre os melhores filmes de horror dos anos noventa. É uma autêntica aula de tensão e horror atmosférico, que se aproxima bastante do filme de 78, embora seja o mais sombrio e melancólico exemplar da série. O final deve ter feito muitos fãs ferrenhos deixarem as salas de cinema da época xingando a mãe do diretor, mas eu adoro e acho que fecha a trilogia de maneira sublime. Mas, inventaram de fazer um quarto filme… agora preciso rever também antes de crucificar o francês maluco que dirigiu.
TIM BURTON SEM SURPRESAS: SOMBRAS DA NOITE (Dark Shadows, 2012)
Primeiro, uma afirmação indiferente. DARK SHADOWS é o melhor trabalho de Tim Burton em muitos anos. Indiferente porque isso não quer dizer nada quando nos referimos a um diretor que há mais de dez anos vem lançando filmes de nível fraco (PLANETA DOS MACACOS, FÁBRICA DE CHOCOLATE, ALICE) à exemplares simpáticos sem muita expressão (PEIXE GRANDE, SWEENEY TODD) e que encontram-se à milhas de distância de seus grandes feitos dos anos noventa (EDWARD – MÃOS DE TESOURA, MARTE ATACA, CAVALEIRO SEM CABEÇA e, principalmente, ED WOOD, uma obra prima excepcional).
Dito isso, DARK SHADOWS também é uma baita perda de tempo.
Baseado na antiga série de TV dos anos sessenta, criada pelo mestre Dan Curtis, e com Johhny Depp em mais uma parceria com Burton, DARK SHADOWS conta a história de um vampiro libertado de seu caixão, após ficar quase duzentos anos aprisionado, em plena década de 70. Enquanto se adapta ao mundo “moderno”, tenta reerguer o prestígio e fortuna de sua família, se vingar da bruxa que o amaldiçoou, além de se apaixonar por uma moça cujas feições são idênticas à da sua amada de dois séculos atrás. O problema é que a trama aborda tudo isso (e muito mais) sem conseguir definir um foco e acaba possuindo alguns momentos com um pouco de interesse (Depp tentando se adaptar) e outros extremamente pedantes, numa narrativa bagunçada que me aborreceu muito. E o final, o climax, a “batalha” entre o vampiro e a bruxa, é filmada com uma peguiça desanimadora, cheia de soluções equivocadas… Onde se meteu o Tim Burton que sabia fazer cenas legais de ação como a do final de A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA?!
Apesar disso tudo, para ser o "melhor" trabalho do diretor em muitos anos, deve ter alguma coisa boa. Temos o visual bem feitinho de sempre; Johnny Depp se repetindo mais uma vez, embora funcional; Eva Green, que é um colírio (temos uma bela participação do Chistopher Lee também); as músicas e algumas fagulhas do velho Tim Burton contador de fábulas, como o prólogo é digno das antigas produções da Hammer… pena que ele não consiga fazer essas qualidades durar muito tempo na tela.
Hoje, tenho certeza de que ALIEN³ é uma obra equivocadamente subestimada. Tá certo que não chega a ser melhor que os dois filmes anteriores, dirigidos pelo Ridley Scott e James Cameron, respectivamente, mas basta aquelas cenas da baratona alienígena perseguindo os personagens pelos corredores apertados da prisão espacial para colocá-lo entre os melhores filmes de horror dos anos noventa. É uma autêntica aula de tensão e horror atmosférico, que se aproxima bastante do filme de 78, embora seja o mais sombrio e melancólico exemplar da série. O final deve ter feito muitos fãs ferrenhos deixarem as salas de cinema da época xingando a mãe do diretor, mas eu adoro e acho que fecha a trilogia de maneira sublime. Mas, inventaram de fazer um quarto filme… agora preciso rever também antes de crucificar o francês maluco que dirigiu.
TIM BURTON SEM SURPRESAS: SOMBRAS DA NOITE (Dark Shadows, 2012)
Primeiro, uma afirmação indiferente. DARK SHADOWS é o melhor trabalho de Tim Burton em muitos anos. Indiferente porque isso não quer dizer nada quando nos referimos a um diretor que há mais de dez anos vem lançando filmes de nível fraco (PLANETA DOS MACACOS, FÁBRICA DE CHOCOLATE, ALICE) à exemplares simpáticos sem muita expressão (PEIXE GRANDE, SWEENEY TODD) e que encontram-se à milhas de distância de seus grandes feitos dos anos noventa (EDWARD – MÃOS DE TESOURA, MARTE ATACA, CAVALEIRO SEM CABEÇA e, principalmente, ED WOOD, uma obra prima excepcional).
Dito isso, DARK SHADOWS também é uma baita perda de tempo.
Apesar disso tudo, para ser o "melhor" trabalho do diretor em muitos anos, deve ter alguma coisa boa. Temos o visual bem feitinho de sempre; Johnny Depp se repetindo mais uma vez, embora funcional; Eva Green, que é um colírio (temos uma bela participação do Chistopher Lee também); as músicas e algumas fagulhas do velho Tim Burton contador de fábulas, como o prólogo é digno das antigas produções da Hammer… pena que ele não consiga fazer essas qualidades durar muito tempo na tela.
16.6.12
ALIENS - O RESGATE (1986)
Os produtores David Giler e Walter Hill chegaram ao pobre Cameron através do roteiro de O EXTERMINADOR DO FUTURO (que ainda não havia sido realizado) e resolveram marcar um encontro para trocar idéias. Lá pelas tantas, depois de algumas doses de whisky, comentaram o desejo de realizar a continuação de ALIEN e Cameron se interessou subitamente. Após vários roteiros recusados, James Cameron, que mal havia dirigido PIRANHA 2 e trabalhou apenas na parte técnica de algumas produções de ficção, conseguiu colocar na mesa dos executivos uma história que finalmente chamou-lhes a atenção. O roteiro ainda não estava pronto (e muita coisa foi mudada com outras pessoas metendo o bedelho), mas já era meio caminho andado; a base desse script eram idéias que o diretor estava desenvolvendo para um filme chamado MOTHER.
No entanto, era um risco colocar nas mãos de James Cameron a direção de um filme que exigia muito investimento, muita estrutura, muita coisa que aquele sujeitinho ainda não havia trabalhado. Ninguém podia assegurar que ele era realmente capaz de administrar todo o aparato que seria colocado em suas mãos. A prova de fogo foi o filme que Cameron estava realizando, ainda em fase de pré-produção. Se conseguisse ser bem sucedido, teria o emprego na continuação de ALIEN. Mas todos nós sabemos que O EXTERMINADOR DO FUTURO foi um sucesso, então…
Sendo assim, o diretor de AVATAR tomou um caminho diferente ao de Ridley Scott. O primeiro filme da série era um exercício de claustrofobia, atmosférico ao extremo e trabalha muito bem o suspense. Sem dúvidas é um dos filmes contemporâneos mais eficazes nesse sentido. Já o filme de James Cameron segue uma proposta que impõe um ritmo mais frenético à narrativa, com bastante ação, tiroteios, explosões, correrias, muita carnificina, etc (Cameron estava trabalhando também no roteiro de RAMBO 2 antes de começar este aqui, talvez estivesse muito focado nesses elementos…). O mais impressionante disso é que o respeito de Cameron pelo original é fundamental para balancear o tom entre os dois filmes. ALIENS possui atmosfera suficiente para permanecer ao lado de ALIEN e possui ação de tirar o fôlego suficiente para garantir a proposta de Cameron.
A trama de ALIENS se passa 57 anos após os acontecimentos do primeiro filme. Ripley desperta do seu sono criogênico depois de ter sua nave encontrada pela companhia pela qual trabalhava; toma conhecimento de que toda sua família morreu; mal se recupera e já é persuadida para retornar ao planeta alienígena numa missão para averiguar a situação dos colonos que habitam o planeta, já que a comunicação com eles fora interrompida. Ela se faz de difícil, etc, mas acaba aceitando e desta vez terá ajuda de um grupo de fuzileiros carregando um grande poder de fogo.
Além de Weaver, que recebeu uma indicação ao Oscar pela sua atuação, o restante do elenco merece uma atenção à parte. Temos Michael Biehn voltando a trabalhar com o diretor, Lance Henriksen fazendo um andróide para o desespero de Ripley (quem não se lembra de Ian Holm no primeiro filme?), Bill Paxton como alívio cômico involuntário, Paul Reiser, William Hope, Jenette Goldstein e outras feras que compõem um excelente time. E é curioso como grande parte deles são subestimados atualmente.
A versão que revi e recomendo fortemente é a estendida, na qual James Cameron realiza um estudo humano muito interessante com a personagem de Sigourney Weaver e ajuda bastante na compreensão de seus atos, no instinto materno com o qual ela acolhe e protege a garotinha, única sobrevivente dos colonos, enxergando a oportunidade de ter uma família novamente, já que a verdadeira se perdeu ao longo dos 57 anos. O confronto final entre Ripley e a alien rainha toma proporções épicas visto dessa forma. A protagonista tentando proteger sua “filha” e a criatura também com um instinto de proteção pelos seus ovos.
“Get away from her, you bitch!”
Aliens é um filme inovador nos quesitos técnicos, afirmativa que pode ser reaproveitada em qualquer texto sobre os filmes dirigido pelo Cameron. Todas as suas obras seguintes revolucionaram o cinemão americano comercial de alguma maneira, seja nos efeitos especiais, sonoros ou até mesmo na forma como contar uma história, transformando seus trabalhos em experiências únicas para o público. Este aqui não foge à regra. É um espetáculo em todos os sentidos.
20.3.11
STONE COLD (1991)
Aparentemente, STONE COLD não passa de mais um desses filmes B de ação genéricos que surgiam aos montes nas prateleiras das locadoras no fim dos anos 80 e prosseguiram durante os 90, sem grandes pretensões, mas quase sempre com diversão garantida para uma tarde de domingo. O negócio é que além dessas pequenas “qualidades”, o filme reserva uma certa energia que geralmente não se espera neste tipo de produção.
A direção é de Craig R. Baxley, um sujeito com um talento acima da média e hoje se dedica apenas a filmes para TV e episódios de seriados. Começou a carreira como coordenador de dublês e dirigia episódios da série ESQUADRÃO CLASSE A antes de realizar filmes como ACTION JACKSON e DARK ANGEL. Mas acho que é a sua experiência com dublês que dá a STONE COLD uma forcinha inesperada que transforma o que poderia ser um simples filme de ação de baixo orçamento num exemplar memorável que já deveria ser reconhecido como clássico do gênero! Pelo menos eu o reconheço assim…hehe
Estamos falando de cenas de ação bem feitas, criativas, sem frescuras e com um excelente uso do trabalho de dublês… se um cara toma um tiro, ele vai voar e atravessar uma janela e cair do terceiro andar em cima de um carro! Só faltava também o carro explodir pra finalizar… mas o filme inteiro é recheado de pequenas sacadas na ação. Sequências inteiras que obrigavam os realizadores a pensar e elaborar algo que realmente fosse de encontro ao coração dos fãs hardcore do gênero. E vale lembrar aos jovens leitores que estamos no início dos anos 90 aqui, tudo era feito na marra, sem CGI artificial como é comum atualmente.
A trama é bem besta, o que faz o espectador dar atenção a outros elementos mais curiosos que são de grande importância dramática, como por exemplo o cabelo do protagonista. Não sou o Rubens Ewald Filho, mas é impossível não notar essa cabeleira ridícula de mullets!
Brian Bosworth vive o típico policial que os amantes dos filmes de ação casca grossa admiram. O indivíduo já começa o filme suspenso do trabalho por ter feito alguma besteira durante o serviço, então de cara, o espectador já toma algumas notas sobre o protagonista: um brutamontes de roupas excentricas e de cabelo engraçado que possui um lagarto gigante em casa como bichinho de estimação, trabalha na polícia, é durão com a bandidagem e age segundo suas próprias regras, do jeito que tem que ser!
Por causa do seu estilo motoqueiro, é escalado pelo FBI para uma missão secreta: infiltrar-se numa perigosa gangue de motoqueiros e desmascarar os misteriosos planos terroristas de seu líder, vivido pelo grande Lance Henriksen. Na gangue, ainda temos William Forsyth como braço direito do chefão.
Então, temos mais motivos para STONE COLD estar num lugar de destaque em uma relação de filmes de ação importantes feitos na década de 90: a prensença dessas figuras simpáticas desfilando pelo filme. Convenhamos que Bosworth é totalmente canastrão, mas se encaixa perfeitamente na proposta do filme, especialmente pelos detalhes que compõe o personagem. A cabeleira é que causa um estranhamento, mas o cara faz o habitual tira truculento daquele período que não faria feio diante de um Stallone Cobra. Agora, Bosworth não chega aos pés de um Forsyth! Aqui, ele interpreta outro vilão lunático e exagerado, da mesma forma como fez em OUT OF JUSTICE, o melhor filme de Steven Seagal. Sou fã do Forsyth!
Mas se para o sucesso de um bom exemplar de ação precisamos de um vilão marcante, que tal DOIS sádicos vilões marcando presença num mesmo filme? É sensacional ver Lance Henriksen interpretando esse tipo de papel. Claro que ao longo de sua carreira o sujeito fez dezenas de vilões, quase sempre repetindo o mesmo personagem, mudando uma coisa ou outra (mas sempre com uma eficiência impressionante), mas aqui é a oportunidade de vê-lo diversificando, até com um visual diferente, como o lider de uma gangue de motoqueiros, vestido a carater, cabeludão, etc…
O roteiro ainda apresenta diversas frases de efeito e, como já disse antes, cenas de ação extremamente bem executadas para o padrão orçamentário da produção. O final é um espetáculo e demonstra uma peculiaridade do diretor por veículos em locais fechados. Em ACTION JACKSON, o protagonista entra numa mansão dirigindo um carro, inclusive sobe as escadarias e tudo mais… aqui, a ação final se passa dentro de um tribunal, com os motoqueiros causando o terror pelos corredores e salas de audiências, tem tiro pra tudo quanté lado, motos voando pela janela e acertando um helicóptero (!!!), enfim, diversão pra toda família!
A direção é de Craig R. Baxley, um sujeito com um talento acima da média e hoje se dedica apenas a filmes para TV e episódios de seriados. Começou a carreira como coordenador de dublês e dirigia episódios da série ESQUADRÃO CLASSE A antes de realizar filmes como ACTION JACKSON e DARK ANGEL. Mas acho que é a sua experiência com dublês que dá a STONE COLD uma forcinha inesperada que transforma o que poderia ser um simples filme de ação de baixo orçamento num exemplar memorável que já deveria ser reconhecido como clássico do gênero! Pelo menos eu o reconheço assim…hehe
Estamos falando de cenas de ação bem feitas, criativas, sem frescuras e com um excelente uso do trabalho de dublês… se um cara toma um tiro, ele vai voar e atravessar uma janela e cair do terceiro andar em cima de um carro! Só faltava também o carro explodir pra finalizar… mas o filme inteiro é recheado de pequenas sacadas na ação. Sequências inteiras que obrigavam os realizadores a pensar e elaborar algo que realmente fosse de encontro ao coração dos fãs hardcore do gênero. E vale lembrar aos jovens leitores que estamos no início dos anos 90 aqui, tudo era feito na marra, sem CGI artificial como é comum atualmente.
A trama é bem besta, o que faz o espectador dar atenção a outros elementos mais curiosos que são de grande importância dramática, como por exemplo o cabelo do protagonista. Não sou o Rubens Ewald Filho, mas é impossível não notar essa cabeleira ridícula de mullets!
Brian Bosworth vive o típico policial que os amantes dos filmes de ação casca grossa admiram. O indivíduo já começa o filme suspenso do trabalho por ter feito alguma besteira durante o serviço, então de cara, o espectador já toma algumas notas sobre o protagonista: um brutamontes de roupas excentricas e de cabelo engraçado que possui um lagarto gigante em casa como bichinho de estimação, trabalha na polícia, é durão com a bandidagem e age segundo suas próprias regras, do jeito que tem que ser!
Por causa do seu estilo motoqueiro, é escalado pelo FBI para uma missão secreta: infiltrar-se numa perigosa gangue de motoqueiros e desmascarar os misteriosos planos terroristas de seu líder, vivido pelo grande Lance Henriksen. Na gangue, ainda temos William Forsyth como braço direito do chefão.
Então, temos mais motivos para STONE COLD estar num lugar de destaque em uma relação de filmes de ação importantes feitos na década de 90: a prensença dessas figuras simpáticas desfilando pelo filme. Convenhamos que Bosworth é totalmente canastrão, mas se encaixa perfeitamente na proposta do filme, especialmente pelos detalhes que compõe o personagem. A cabeleira é que causa um estranhamento, mas o cara faz o habitual tira truculento daquele período que não faria feio diante de um Stallone Cobra. Agora, Bosworth não chega aos pés de um Forsyth! Aqui, ele interpreta outro vilão lunático e exagerado, da mesma forma como fez em OUT OF JUSTICE, o melhor filme de Steven Seagal. Sou fã do Forsyth!
Mas se para o sucesso de um bom exemplar de ação precisamos de um vilão marcante, que tal DOIS sádicos vilões marcando presença num mesmo filme? É sensacional ver Lance Henriksen interpretando esse tipo de papel. Claro que ao longo de sua carreira o sujeito fez dezenas de vilões, quase sempre repetindo o mesmo personagem, mudando uma coisa ou outra (mas sempre com uma eficiência impressionante), mas aqui é a oportunidade de vê-lo diversificando, até com um visual diferente, como o lider de uma gangue de motoqueiros, vestido a carater, cabeludão, etc…
O roteiro ainda apresenta diversas frases de efeito e, como já disse antes, cenas de ação extremamente bem executadas para o padrão orçamentário da produção. O final é um espetáculo e demonstra uma peculiaridade do diretor por veículos em locais fechados. Em ACTION JACKSON, o protagonista entra numa mansão dirigindo um carro, inclusive sobe as escadarias e tudo mais… aqui, a ação final se passa dentro de um tribunal, com os motoqueiros causando o terror pelos corredores e salas de audiências, tem tiro pra tudo quanté lado, motos voando pela janela e acertando um helicóptero (!!!), enfim, diversão pra toda família!
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