diretor: John Huston
roteiro: John Milius
Em homenagem ao Paul Newman, que faleceu recentemente, fui procurar no meu acervo alguns filmes dele que eu ainda não tivesse visto. O único que encontrei foi The Life and Times of Judge Roy Bean, dirigido pelo mestre John Huston. Sendo assim, não precisei nem ter o trabalho de escolher e foi muito recompensador, principalmente porque atualmente tenho lido bastante os quadrinhos do TEX e tem me dado uma vontade enorme de assistir um bom e velho western e claro, por causa do próprio Paul Newman numa belíssima interpretação, digna da galeria de personagens que viveu ao longo de sua carreira.
O roteiro escrito pelo grande John Milius (que anos mais tarde viria comandar a produção Conan – O Bárbaro) trata da vida do juiz Roy Bean, vivido por Newman, cujos princípios básicos se resumem em colocar todo criminoso à forca, sem importar-se com a gravidade do crime, e a bela Lillie Langtry, uma atriz de Nova York que estampa com diversos cartazes as paredes de um local que serve de bar, corte jurídica e moradia do juiz na pequena cidade de Vinegaroon, onde acompanhamos o crescimento ao longo do tempo e que serve de metáfora para analisar um período de transformação na formação da civilização americana.
Elogiar o trabalho de Paul Newman seria o mínimo a se fazer. Seu personagem ganha uma forma física e mental que poucos atores poderiam conceber com tanto carisma, humor e profundidade dramática (Talvez um Steve MacQueen agüentasse o tranco). Vale destacar ainda o elenco composto por figuras ilustríssimas como Anthony Perkins, no papel de um reverendo que surge no início do filme narrando sua passagem direto pra câmera, olhando para o público, algo que acontece várias vezes durante o filme com outros personagens. O próprio diretor John Huston como um sujeito bizarro que deixa um urso de presente ao Juiz, além de Jacqueline Bisset, Roddy McDowall, Ned Beatty, Richard Farnsworth e a bela Ava Gardner fazendo uma participação como Lillie Langtry, a musa do protagonista.
Roy Bean não é um western convencional. Desde o início percebe-se um tom despretensioso na narrativa que logo alcança um ar estilizado já no primeiro tiroteio. Não é um filme de muita ação, mas quando acontece, Huston parece não se importar muito com verossimilhanças, mas sim em dar a sensação de uma lembrança antiga, como uma história que foi contada de geração em geração até se tornar uma lenda que ultrapassa os limites da realidade. Não é a toa que Huston foi um dos grandes mestres do cinema americano e cada filme é uma descoberta de como ele estava extremamente lúcido em seus últimos filmes, talvez até mais que no início de carreira.
Grande homenagem! Já estou me preparando para rever.
ResponderExcluirTenho que ver este filme! Outro ótimo Western com Paul Newman é "Hombre". Um filme pouco comentado e também bastante diferenciado do habitual no gênero.
ResponderExcluirOBA! 01H58M28S fechou :)
ResponderExcluirhttp://noescuroevendo.wordpress.com
Esse ainda não vi. Newman já era muito bom ator quando jovem (seu segundo filme é a prova disso) e foi ficando cada vez melhor a medida que envelhecia...
ResponderExcluirOk, verei.
ResponderExcluirNada melhor do que uma homenagem para se homenagear a grande perda que sofremos na semana passada. Ainda estou com algums pendências por aqui, mas depois de me livrar delas começarei a procurar por mais filmes estrelados por Paul Newman.
ResponderExcluirBoa semana.
Já publiquei a minha lista dos anos 80, Ronald.
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