Revi outro dia O ÚLTIMO GRANDE HERÓI, um dos filmes mais importantes da minha pré-adolescência, que me fez compreender, ainda muito cedo, sobre questões que envolvem a magia do cinema, sobre a linha tênue que separa a fantasia da realidade, sobre os heróis de ação que fizeram minha cabeça ainda muito jovem, como Stallone, Van Damme, Steven Seagal, e claro, Arnold Schwarzenegger! E o mais legal é que esta verdadeira aula não soa chata nem pretensiosa, mas diverte a valer com uma narrativa embalada à doses de ação, muito humor, trilha sonora esperta, referências cinematográficas, enfim, é sempre um prazer rever essa jóia dos anos 90.
Um dos motivos que me fez gostar tanto de O ÚLTIMO GRANDE HERÓI foi a condução narrativa através do ponto de vista de um garoto, com seus 13/14 anos, movie geek, apaixonado pelo bom e velho cinema de ação da mesma forma que muitos de nós éramos na mesma época. Que garoto não gostaria de vivenciar a libertação dos reféns em DURO DE MATAR acompanhado de John McLane, ou ter ido a marte em uma aventura sensacional com Douglas Quaid em O VINGADOR DO FUTURO? É esse tipo de sensação que o filme proporciona (O EXTERMINADOR DO FUTURO II é um bom exemplo também, mas não o faz como análise, mas como elemento dramático).
Na trama, o garoto recebe um bilhete mágico que misteriosamente o transporta para dentro do filme de ação cujo personagem principal é o famoso Jack Slater (vivido pelo Arnie), um policial durão bem ao estilo STALLONE COBRA. E todo o conceito do filme é trabalhado com o garoto tentando convencer Slater que todo aquele universo é, na verdade, uma mentira, um filme, gerando situações antológicas, como a sequência da vídeo locadora, onde Stallone é o ator estampado numa peça promocional de O EXTERMINADOR DO FUTURO II. Uma das minhas cenas favoritas é como o garotinho imagina a adaptação de Hamlet, de Shakespeare, com o Schwarzenegger no papel título, soltado a célebre "ser ou não ser?" para, logo depois, sair atirando com armas de fogo e lançando granadas para vingar a morte de seu pai, o rei da Dinamarca... Hahaha!
Arnoldão, aliás, está ótimo com seu personagem, muito à vontade, a todo momento soltando frases de efeito, brincando com a essência e a mitologia do herói dos filmes de ação. O sujeito consegue imprimir de maneira exata aquilo que o filme propõe: ser uma brincadeira das mais inteligentes sobre o mundo do cinema. O garotinho também contribui com isso, e os vilões são um conjunto de todos os estereótipos desta espécie, aliás, O ÚLTIMO GRANDE HERÓI vai buscar alusões, elementos e fundamentos dos filmes do gênero para enriquecer o discurso, como os exageros intencionais em sequências de ação, personagens extremamente caricatos, e se alguém aí não entender a piada, fica difícil gostar (e se você não gosta de filmes de ação, então esqueça).
O elenco é um destaque a parte, em especial na galeria de vilões, os quais inclui Anthony Quinn, Charles Dance, Tom Noonam e F. Murray Abraham (“Ele matou Mozart!”). Ainda temos Art Carney e Ian McKellen encarnando a Morte que sai do filme O SÉTIMO SELO, de Ingmar Bergman, e começa a vagar pelas ruas de Los angeles. A direção de O ÚLTIMO GRANDE HERÓI também é muito boa, ajuda muito ter um John McTiernan comandando a produção. Já havia dirigido Arnoldão em PREDADOR, revolucionou o gênero com DURO DE MATAR e é um mestre com muita consciência naquilo que faz.
O ÚLTIMO GRANDE HERÓI talvez seja até perspicaz em demasia para seu público alvo, embora um putinho de 13 anos consiga entender tranquilamente, ou pelo menos sentir a experiência divertidíssima que é, embora a crítica na época, ao que parece, não entendeu muito bem a piada (já li algumas críticas que são verdadeiras palhaçadas ignorantes). Dedico este post ao leitor "Demofilo Fidani", que já me pediu duas vezes para escrever sobre o filme.
"um putinho de 13 anos" foi boa, eu tambem era um putinho quando vi esse filme, hahaha, preciso reve-lo, lembro de ter gostado bastante na época
ResponderExcluirHehe, eu também era. E mais novo ainda, tinha uns 11 anos quando vi esse filme.
ResponderExcluirA crítica não entendeu, por teimou em achar que era um filme do Schwarza "sério". O filme é quase uma hq em movimento ... divertido pra caramba
ResponderExcluirfilmaço que não me canso de rever. gostava especialmente da versão dublada... alias, arnold dublado era foda.
ResponderExcluirLegal também é quando ele cai no piche e depois de se limpar por uns takes ele logo aparece limpinho da silva, uma brincadeira bem humorada com os erros de continuidade.
ResponderExcluirGosto bastante da trilha sonora que escolheram para o filme, cheia de temas originais e colocados estrategicamente durante as diversas cenas do filme. Lembro-me por exemplo da entrada ao som dos Alice in chains ou a cena também inicial em que nos dirigem para a mansão dos bandidos com Megadeth no ouvido. Muito bom!
ResponderExcluirPreciso rever esse filme, que vi nos cinemas na época do lançamento também. Mas surpreendentemente eu lembro de todas essas piadas que você citou: a adaptação de Hamlet com Schwarzenegger, o "Ele matou Mozart", seguido de um "Você matou Moe Zart!", e principalmente a piada com Stallone como astro do Terminator 2 (e o Arnoldão comentando: "Esse cara é o máximo!").
ResponderExcluirOutra coisa divertida é que há a participação de vários astros no final, acho que o Van Damme é um deles, e tenho certeza que alguém esbarra no Chevy Chase! hahahaha
Exatamente! O Van Damme, James Belushi e alguns outros aparecem na premiere do filme, e a participação do Chase se resume a um esbarrão mesmo, hehe
ResponderExcluirEsqueci de citar também sobre algumas participações especiais dentro do filme, como Sharon Stone e Robert Patrick fantasiado de T 1000... e até um Humphrey Bogart inserido no meio da policia... esse filme é demais!
A melhor brincadeira já feita com o cinema de ação. Gostei tanto de revê-la esses meses que vou assistir todo ano.
ResponderExcluirTem ainda umas duas piadas com a classificação do filme ser PG-13. Uma sobre o uso do 'fuck' (só pode ser dito uma vez) e outra na violência contra um dos capangas, creio eu.
ResponderExcluirAs melhores falas que Shakespeare jamais escreveu:
ResponderExcluir"Ô Claudius! Você matou o meu pai! Grande erro!"
-"Poupe-me, príncipe nobre e justo!"
-"Quem disse que sou justo?" Bam!
Definitivamente um filme injustiçado. Eu ainda tenho o boneco do Jack Slater!
E o Al Leong morre com uma sorvetada na cabeça, esquecemos de comentar!
ResponderExcluirSaudações, Perrone!! hehe, valeu pela dedicatória. O mais curioso sabe o que é? Nunca fui fã de carteirinha como você e a maioria dos "colegas" aqui de filmes de ação e similares. Claro que vi muitos, me diverti pra caramba e tal. Porém, esse filme aqui é especial, né? Tipo brincadeira séria, quase filosófica! Hahaha, foi por isso que os americanos não entenderam. Gosto desses filmes americanos que meio que se auto-satirizam. "Trues Lies" segue essa linha, concorda? Outro filme sensacional. Mas O ultimo grande herói é especial: é um tipo de filme único! Jamais se fará outro igual. Ou alguém imagina algo semelhante hoje em dia? Hoje o cinema é careta por incrível que pareça... Um abraço amigo.
ResponderExcluiresse é um filmaço, faz um tempão que vi no SBT e na Globo, preciso rever.
ResponderExcluir"Nunca fui fã de carteirinha como você e a maioria dos "colegas" aqui de filmes de ação e similares."
ResponderExcluirInfidel!!!
Nice movie. Nice director. (com sotaque do Laurentis, no making of do Conan)
É o "A História sem Fim" dos filmes de ação. E chegou na hora certa para ser assistido pelas crianças dos anos 80, mas não para as bilheterias. Tem um trailer muito marcante, também. Acho que é Top 3 nos meus favoritos do McTiernan.
Eu tinha 12 quando vi esse filme no cinema. É sem dúvida um dos filmes mais importantes para minha "formação cinéfila" e da carreira do Arnie. É quase o filme síntese, não só do Arnie, mas como de toda a geração de action heroes de sua época. E reparem como os filmes de ação começaram a mudar depois dessa fase. Foi quase q um preságio. Um "Adeus" oficial a essa geração insubstituível.
ResponderExcluirLembro na época como eu ficava com meus amighuinhos na escola imitando a cena do "Hamlet: versão Arnie". "To be or not to be...not to be!" hahaha! E os vilões são os melhores. Fora o Dance, q nunca mais fez mais nada tão memorável quanto o vilão de um olho só, o Quinn como o chefão mafioso tá hilário (Primeiro vc é meu amigo e agora me dá um giro de 360 graus em mim? É 180!Um giro de 180 graus, seu comedor de espagueti cretino!") e o Ian McKellen, genialíssimo no papel da morte do Bergman. hahaha!
O Dance é a única coisa realmente memorável de "Alien 3". Minto. Tem a trilha do Goldenthal, também!
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ResponderExcluirfilme q agradou aos pivetes até 17 anos ..... lembro q eu tinha 26 anos e achei uma decepção completa e sim a critica caiu de pau em cima....
ResponderExcluirA cena em que há uma referência ao Twilight Zone é para fazer qualquer fã de cultura pop estampar um sorriso de orelha à orelha.
ResponderExcluirRafael