Assisti a THE CRAZIES por dois motivos básicos. Primeiro, porque o remake está aí e quero vê-lo tendo em mente o original. Segundo e mais importante, porque é embaraçoso para qualquer amante de cinema B e que se diz fã de George Romero não ter visto ainda esta obra, como era meu caso. Toda a essência do cinema de Romero está em THE CRAZIES, uma autêntica peça fundamental para compreender o trabalho deste mestre, mesmo sendo apenas o seu quarto filme.
Temas políticos e sociais sempre tiveram um tratamento especial nos filmes de terror de Romero. Em A NOITE DOS MORTOS VIVOS, seu trabalho de estréia, ele já deixava isso bem claro quando colocou um negro como protagonista interagindo com superioridade sobre os brancos em situações extremas. Em THE CRAZIES, Romero desenha sua metáfora sobre a guerra do Vietnã. Coloca o governo dos Estados Unidos como um bando de desorganizados que quer apenas apertar um botão para resolver a merda que fizeram, com a preocupação mínima pela população que será dizimada, sem contar a forma de agir dos soldados americanos, como máquinas desumanas, utilizando aqueles macacões que ficaram marcados nos cartazes do filme...
Um garotinho brinca de assustar a sua irmãzinha durante a noite, mas são interrompidos por violentas pancadas ouvidas na cozinha. É o pai, totalmente fora de si, desferindo golpes com um taco de golfe nas prateleiras... talvez não tenha gostado da cor, quem sabe? Até que decide por fogo na casa e assim inicia THE CRAZIES, cuja tradução seria Os Malucos, mas a distribuidora brasileira optou por O EXÉRCITO DO EXTERMÍNIO. A trama prossegue com o exército americano colocando a pequena Evans City de quarentena por causa de um vírus espalhado nas redondezas através de um acidente de avião, o qual transportava uma arma biológica ultra secreta. Quando o vírus apresenta seu contágio, a vítima fica completamente maluca em diferentes estágios de insanidade, do mais alto padrão agressivo à leseira que se assemelha a um drogado abobalhado. A população, uma pequena comunidade rural onde grande parte possui armas de fogo, não deixa barato perante o sistema de controle implantado pelo exército e o local se transforma em uma verdadeira guerra.
Mesmo trabalhando com recurso financeiro baixíssimo, Romero realmente consegue recriar toda situação catastrófica com uma simplicidade genial, o mesmo universo que remete a seus filmes de zumbis, com cenários desertos e atmosfera aterrorizante, uma vez que, assim como em seus zombie movies existe a iminência de que algum personagem se transforme em algo que ele não é, no caso de THE CRAZIES, em um maluco contaminado. Sem contar as várias sequências viscerais que o diretor faz questão de utilizar para reforçar o impacto. Tudo banhado a muito sangue e com violência gráfica, o qual não poderia faltar de jeito nenhum na definição dos elementos que compõe o cinema de George Romero. Aposto minha melhor camisa que essa releitura não vá acrescentar em nada a esta belezura aqui. Se conseguirem ao menos captar a essência, teremos algo bem divertido talvez...
Quase tirei da prateleira pra assistir. Bizarra coincidência. Acabei revendo "A Mão", do Stone. Quero muito assistir "Hungry Wifes", do Romero.
ResponderExcluirAté hoje não vi esse filme do Oliver Stone...
ResponderExcluirPerrone, cá pra nós, estou louco pra ler o livro do Cesar que trata dessas pérolas como a citada no seu post anterior. Tenho uma dívida ENORME com esse tipo de filmes, sabe por quê? Pois foi diante de um mais ou menos nesse estilo que me fez tornar cinéfilo: O incrível Homem que encolheu! Obra-prima absoluta, não? Agora, preciso mesmo ver mais filmes dessa sci-fi B!!! Só pelos cartazes já são irresistíveis! Vou começar a fazer a seleção. Você tem algum top desse estilo?
ResponderExcluirFidani, preciso confessar que ainda me falta um mundo de filme de ficção B dos anos 50 e 60 para ver ainda. Não tenho um top definido, mas meus preferidos, de cabeça, são: It Came from Beneath the Sea (1955); The Deadly Manthis (1957); Attack of the Crab Monsters (1957); The Black Scorpion (1957); 20 Million Miles to Earth (1957)... caramba! Pelo visto, 1957 foi o ano!!! A mosca da Cabeça Branca (1958); Tarantula (1955)... se eu lebrar de mais algum eu coloco.
ResponderExcluirO Incrível Homem que Encolheu é sensacional. E recomendo o livro do Cesar, lá tem várias outras dicas que eu não vi ainda...
Ah, o Monstro do Ártico também é excelente!
ResponderExcluirEu acho o Mulher Vespa um pouco arrastado...
ResponderExcluirMeus preferidos da década gloriosa: Vampiros de Almas, O Dia em Que a Terra Parou, Voyage To The PreHistoric Planet, First Spaceship on Venus, O Mundo em Perigo! e muitos outros!
Sci fi flicks! Gosto muito mais - e me diverto também - com esses filmes atom age era, os B Movies teen, do que com a digitália dos seus contemporaneos.
ResponderExcluirNao tem link para o meu blog????
Agora tem!
ResponderExcluirLouco pra assistir esse filme há semanas e não acho, nem online nem torrent!
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