Quando estava assistindo o novo 007, em alguns momentos eu me lembrava de Winchester 73, que eu havia conferido uns dias antes. Os dois não têm nada em comum, só que o primeiro me decepcionou um bocado por causa das cenas de ação, e o segundo é praticamente uma aula de direção sobre o assunto. Um Western dos mais originais que eu já vi e conta com o sempre competente James Stewart vivendo um sujeito marcado pelo desejo de vingança caçando o assassino de seu pai. Ele é um excelente atirador, mas seu oponente também não deixa a desejar, como é mostrado logo no início na disputa de tiro ao alvo cujo vencedor leva como premio a belíssima winchester que dá nome ao título. O filme ainda tem em seu elenco Shelley Winters, além de Rock Hudson e Tony Curtis no início de suas carreiras.
A grande sacada do roteiro é colocar a winchester como protagonista de uma jornada pelo oeste americano. O personagem de Stewart ganha o prêmio que disputou no início do filme, mas logo em seguida sua recompensa é roubada e a arma vai passando nas mãos de bandidos, índios, cowboys, casacas azuis, em vários lugares e situações, sempre causando sentimentos de cobiça e espalhando morte como um verdadeiro personagem de carne e osso. A narrativa escolhe sempre acompanhar o caminho que a arma faz ao invés de seguir os atores de maneira definida. Acaba transformando-os em meros coadjuvantes.
A forma como Anthony Mann se preocupa com um projeto deste tipo demonstra uma segurança exemplar. O único outro filme do diretor que eu havia visto é Um Certo Capitão Lockhart, também com Stewart, e não tão bom quanto este aqui, mas vale a pena. Mann parece ser um desses diretores para se pegar a filmografia inteira e assistir tudo. Em Winchester 73, ele transforma os planos mais simples ou pequenos movimentos de câmera em cinema puro, como no genial duelo final entre Stewart e seu inimigo. Um dos grandes momentos do western americano, sem sombra de dúvida. Se for sempre assim, Mann corre o risco de se tornar um dos meus diretores de cabeceira.
A grande sacada do roteiro é colocar a winchester como protagonista de uma jornada pelo oeste americano. O personagem de Stewart ganha o prêmio que disputou no início do filme, mas logo em seguida sua recompensa é roubada e a arma vai passando nas mãos de bandidos, índios, cowboys, casacas azuis, em vários lugares e situações, sempre causando sentimentos de cobiça e espalhando morte como um verdadeiro personagem de carne e osso. A narrativa escolhe sempre acompanhar o caminho que a arma faz ao invés de seguir os atores de maneira definida. Acaba transformando-os em meros coadjuvantes.
A forma como Anthony Mann se preocupa com um projeto deste tipo demonstra uma segurança exemplar. O único outro filme do diretor que eu havia visto é Um Certo Capitão Lockhart, também com Stewart, e não tão bom quanto este aqui, mas vale a pena. Mann parece ser um desses diretores para se pegar a filmografia inteira e assistir tudo. Em Winchester 73, ele transforma os planos mais simples ou pequenos movimentos de câmera em cinema puro, como no genial duelo final entre Stewart e seu inimigo. Um dos grandes momentos do western americano, sem sombra de dúvida. Se for sempre assim, Mann corre o risco de se tornar um dos meus diretores de cabeceira.
É dos meus.
ResponderExcluirProcure agora pelos outros westerns que ele fez com James Stewart, depois veja El Cid, e então recue até a década de 40 e veja alguns de seus film-noir, como Moeda Falsa. Pule para o final da década de 50 e assista em seguida O Homem dos Olhos Frios, Pequeno Rincão de Deus e O Homem do Oeste. Se depois disso tudo Anthony Mann não for um de seus diretores preferidos, você é um caso perdido, Ronald hehehehe!
ResponderExcluirNota bizarra: Winchester 73 foi refilmado como um "biker movie" chamado Hell's Belles. Neste filme, uma moto é a origem da discórdia entre Jeremy Slate (que ganhou a moto em uma corrida) e o vilão Adam Roarke. Um western com motos ao invés de cavalos pelos desertos americanos!
ResponderExcluirCaramba, Sérgio já fez todo um roteiro pra seguir a carreira do Mann. Vou aproveitar e seguir à risca o conselho! heheh
ResponderExcluirBoa, César, valeu pela nota! Deve ser bem interessante esse aí também.