A cada sete anos, em uma cidade diferente, um grupo de jogadores do alto escalão executa apostas numa competição onde os maiores assassinos profissionais do mundo todo se reúnem para matar uns aos outros. Só pode haver um sobrevivente e este recebe um prêmio de dez milhões de dólares. O problema é que depois deste evento, o comércio de assassinatos por encomenda fica carente de bons profissionais, mas isso não é da minha conta.
Com essa premissa apelativa, o título genérico THE TOURNAMENT, Ving Rhames e Robert Carlyle no elenco, não entendi porque o filme não teve lançamento comercial nos cinemas americanos. Chegou a passar em algumas mostras, mas foi lançado direto no mercado em DVD e isso poderia ser mal sinal. A não que fosse intenção dos realizadores, mas estariam perdendo uma boa oportunidade de arrecadar mais.
De qualquer forma, fui sem grandes expectativas, mesmo com a indicação do amigo BLOB, que possui extremo bom gosto e havia gostado deste aqui. Mas uma das coisas que me chamou a atenção logo de cara é a presença de Scott Adkins no elenco, o ator habitual do diretor Isaac Florentine, que nos últimos anos nos brindou com bons filmes de ação casca grossa, como UNDISPUTED 2 e NINJA. O terceiro filme da série UNDISPUTED já tenho em mãos e o amigo Otávio Pereira confirmou que é uma beleza!
THE TOURNAMENT começa muito bem e se impõe como aquele tipo de produção que se você tiver estômago fraco, é melhor trocar de filme! Vá assistir TOMATES VERDES FRITOS. É o final de uma dessas competições, acontecendo aqui no Brasil, Ving Rhames é um dos três ultimos sobreviventes e mesmo sem arma alguma consegue se tornar campeão matando seus oponentes sem piedade e de forma brutal.
Mas a trama principal ocorre sete anos depois, na Inglaterra, quando se inicia um novo torneio. Ving está de volta porque quer se vingar do responsável pela morte da esposa, que é um dos participantes. Só que a estória não gira em torno do personagem de Ving, para minha surpresa. Na verdade, o roteiro desenvolve dois protagonistas: o britânico Robert Carlyle, que vive um padre alcóolatra que acaba entrando acidentalmente no torneio após engolir o dispositivo de localização de um dos participapantes, e Kelly Hu, uma assassina sentimental que percebe que o padre não faz parte do jogo e decide protegê-lo. Apesar de Ving Rhames não ser protagonista, é muito legal vê-lo novamente num personagem badass como este aqui.
Infelizmente alguns outros personagens poderiam ser melhor aproveitados, mas pelo menos suas presenças rendem bons momentos. O próprio Adkins sai logo de cena muito rápido, mas o quebra pau com Kelly Hu na igreja abandonada demonstra porque ele é um dos melhores atores do cinema de porrada ocidental atualmente. O mesmo para o assassino francês praticante do parkour que tem um pouco mais de tempo que o Adkins.
Mas a maioria dos vilões serve apenas para fazer número mesmo, para aumentar ao máximo a quantidade de ação e de corpos cravados de balas ou explodidos. E THE TOURNAMENT possui uma bela dose de violência explícita! O climax do filme é uma perseguição com Ving em um caminhão atrás de um ônibus guiado pelo padre de Carlyle, enquanto Kelly Hu troca socos com o francês do parkour em seu interior.
A direção de Scott Mann é do tipo em que a câmera treme freneticamente e a edição picota as cenas de ação em planos que não duram mais de um segundo, da mesma forma como estamos cansados de ver neste tipo de filme atualmente e isso é um problema que pode incomodar, embora essas cenas não sejam totalmente descartáveis. Ao menos dá pra entender o que acontece na tela nas sequências de ação. O que é difícil de aguentar é o melodrama da persoangem de Kelly Hu, principalmente porque ela não tem a mínima capacidade de expressar qualquer sentimento mais dramático. Como atriz de ação, se sai muito bem, mas é só.
THE TOURNAMENT diverte tranquilamente, não me entediou em momento algum, apesar de alguns detalhes, é bom filme de ação desenfreada e exagerada. Só não acho que chega ao mesmo nível de algumas belezinhas do gênero que também não passaram nos cinemas, como THE BUTCHER, ICARUS, BLOOD AND BONE e SOLDADO UNIVERSAL: REGENERATION.
Claro que esse filme tem alguns problemas em seu roteiro... Nem mesmo a figura do padre, que está na merda, é bem explicada, falta aos dialogos aquelas frases de efeito (por falar nisso: por onde será que andam aqueles roteristas dos filmes do Chuck Norris dos anos 80?)... Mas, diabos, quem quer saber de roteiro elaborado num filme de ação? O que importa aqui é sangue e tiros em profusão, e nisso ele não me decepcionou, claro que sofre da mesma doença da montagem equivocada dos filmes atuais... Mas é tudo tão louco e exagerado, na melhor tradição dos HQs. E gostei do ritmo do filme que não me cansou nem pouco também(ao contrário de, por exemplo, Adrenalina 2). Enfim, gostei dele mesmo. Abraços.
ResponderExcluirAh, e belo texto, parabéns! Só não sei se tenho bom gosto (minha família acha que não, hehehe).
ResponderExcluirHehe, valeu, Blob!
ResponderExcluirEu aluguei esse filme uns meses atrás e não curti muito. A ação tem momentos interessantes, as a edição atrapalha, e o ritmo e a história são bem ruins. O padre do Carlyle é um lixo, poderia render algo interessante, mas ficou na promessa, assim como a personagem da Kelly Hu, atriz fadada a papéi ruins pelo fato de ser oriental e karateca. Ao menos é o que me parece.
ResponderExcluirCom certeza é um filme que entre os fãs dos filmes de ação vai dividir muito as opiniões.
ResponderExcluirfiquei com medo de ver, eu ando chato pra caralho
ResponderExcluirHa, com certeza que o Herax não vai curtir, mesmo de bom humor!
ResponderExcluirAh, não vamos exagerar. O Herax sabe admirar uns filmes de ação descerebrados de vez em quando... claro que com humor nos melhores dias, a coisa fica mais fácil.
ResponderExcluirFala Ronald,
ResponderExcluirLembro de ter visto par abaixar, mas nã rolou coragem... agora vou atrás e assistir para ver o que acho da bagaça.
Só por ter o Robert Carlyle no elenco, já chamou a minha atenção esse filme! Vou pôr na minha lista de procuras.
ResponderExcluirCultura? O lugar é aqui:
http://culturaexmachina.blogspot.com