Resolvi mergulhar na carreira do Paul Schrader como diretor e devo fazer uns breves comentários por aqui. VIVENDO NA CORDA BAMBA marca a estréia do homem na direção. O enredo, entretanto, parte de uma idéia do irmão, o também roteirista Leonard Schrader (que foi passado pra trás diversas vezes pelo seu irmão), sobre um trio de operários de uma montadora de veículos com alguns problemas com o sindicato corrupto pelo qual fazem parte. Surge também a velha trama dos persongens fodidos, devendo uma grana que não possuem, vendo um assalto ao cofre do sindicato como uma boa alternativa para se livrar do peso na consciência (e das dívidas).
Mas VIVENDO NA CORDA BAMBA nunca descamba para o policial, o filme é um sóbrio drama político e realista que faz ótimo retrato do operário americano, visualmente associado ao estilo que Martin Scorsese vinha impondo dentro do cinema americano dos anos setenta no qual Paul Schrader seguia na cara dura até encontrar seu próprio caminho.
Não que isso fosse algum problema, pelo contrário, Paul demonstra segurança no tom imediato, ritmo e estética já neste primeiro trabalho. A relação com os atores, é outra história. São curiosas as situações de bastidores de VIVENDO NA CORDA BAMBA, principalmente no que concerne ao trio de atores principais. Richard Pryor, Harvey Keitel e Yaphet Kotto dão um show de interpretações em frente às câmeras, mas trocaram muitas ofensas por trás delas. Schrader não tinha o menor controle sobre eles neste sentido. O importante é que tudo funcionou muito bem na tela.
O roteiro, com vários diálogos interessantes, também contribui com grande força. Uma combinação de drama social com um humor realista fazem desta pequena obra um dos melhores "filmes de estréia" que eu vejo em muito tempo. Pena que a Universal lançou o filme de qualquer jeito e acabou não recebendo a devida atenção pelo público, apesar dos elogios da crítica.
Pelo visto, vou gostar de peregrinar pelo cinema desse sujeito.
Vai ser bom ir vendo tuas opiniões. Quero saber o que vai achar de "O Dono da Noite", um dos filmes que mais me marcou na infância, e "Mishima", que assisti sem cortes pela primeira vez, recentemente e que é uma das cinebiografias (gênero que tenho problemas sérios) mais inspiradoras que já vi.
ResponderExcluirse bobear, esse é o melhor filme dele.
ResponderExcluirTenho boas espectativas no Mishima, Davi.
ResponderExcluirSergio, o único dele que eu tinha visto antes deste foi A Marca da Pantera, que tenho boas recordações, mas preciso rever pra dizer qual é o melhor entre os dois.
Por enquanto, fico com Hardcore, que acabei assistindo ontem à noite e achei excelente! hehe
Hoje o Schrader é mais relevante que o Tio Marty.
ResponderExcluirPreciso ver os últimos três filmes pra confirmar isso, mas por enquanto, fico com o Scorsese mesmo. ;)
ResponderExcluirO único que vi e não gostei do Schrader foi o FOREVER MINE, mas preciso conferir bem mais dele.
ResponderExcluirEsse eu tenho de ver, nem que seja pelo excelente trio de atores.
"Hoje o Schrader é mais relevante que o Tio Marty."
ResponderExcluirSe for julgar por "O Acompanhante" e "Os Infiltrados", o Scorsese fica um pouquinho a frente.
Se for julgar por "A Ressurreição de Adam" e "A Ilha do Medo", Scorsese vai a nocaute, enquanto o Schrader ainda toma um suco de laranja e só luta com a mão esquerda.
É claro que, se for comparar entre "O Aviador" e "Dominion", o Schrader desmaia antes de tocar o sino do primeiro round.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=TXQJ8msYDh0&feature=player_embedded
ResponderExcluirHã. Hum. Hã.
Se for julgar por "Auto Focus" e "Gangues de Nova Iorque", Scorsese fica só na esquiva e cai por nocaute no terceiro assalto.
ResponderExcluirNão sei. São dos dois filmes mais fracos da década (e entre os 3 piores de toda carreira) de cada um, na minha opinião. Eu acho que vira "Street Fighter" e tem um "Double KO".
ResponderExcluirEu não sei se esse Paul Schrader é aquele que fez o Gigolô Americano com o Richard Gere! Eu vi O Acompanhante dele e não achei essa coisa toda, não (apesar de ter achado interessante a interpretação do Woody Harrelson).
ResponderExcluirNão conhecia esse filme com o Richard Pryor (e olha que já vi foi coisa com esse ator).
Cultura? O lugar é aqui:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Sim, é o mesmo diretor de Gigolo Americano, que aliás, assisti ontem e achei ótimo também.
ResponderExcluirPára com isso, Davi. "Auto Focus" é genial.
ResponderExcluirNão, não é. Mas é bom.
ResponderExcluirAuto Focus é bom, e Gangues de NYé foda. O que há com vcs???
ResponderExcluirAinda não vi Auto Focus, mas Gangues de Nova York é o meu Scorsese favorito da década!
ResponderExcluirSchrader nunca será mais relevante que o Scorsese, sorry. Mesmo fazendo Ilha do Medo (Esse sim, um dos piores do Scorsese, não Gangues. Vcs beberam o q?)
ResponderExcluirAgora essa estréia cinematográfica do Paul é animal. Obra-prima sem medo. Uma fase incrível de grandes filmes estrelados pelo Keitel.
Gosto é gosto... mas... Comparar alguém que fez Mean Streets, Taxi Driver, Os bons companheiros, Touro Indomável com um mau caráter que roubava o irmão, é inseguro, paranóico ( leiam Easy Riders, Ragging Bulls ), picareta, sem talento e que tem como obras primas um Gigolô Americano e A marca da Pantera, é difícil de digerir. Em tempo, acho Ilha do Medo e Gangues de Nova York, mesmo sem serem obras primas do tio Marty, muitíssimo superiores aos fraquíssimos Auto Focus e O acompanhante.
ResponderExcluirRichard Pryor estava bem bipolar atuando neste filme, o diretor falou que um dia ele era a pessoa mais engraçada e agradável do mundo e na outra um demônio que acabou de sair do inferno.
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