22.11.12

FIREFOX (1982)


Não, não se trata de uma versão cinematográfica do browse de internet, Mozilla Firefox. FIREFOX, do Clint Eastwood, é simplesmente um dos thrillers mais extraordinários que o sujeito já dirigiu, basicamente por causa de uma ideia que beira a genialidade. Clint tem que roubar um avião russo super moderno, cujos comandos de controle devem ser enviado através do pensamento utilizando um capacete especial. Detalhe: o pensamento tem que ser em russo! Isso é fantástico!!! É para esse tipo de coisa que o cinema existe.

De uma forma geral, o filme não chega nem perto de ser uma obra prima ou coisa parecida, embora seja um eficiente thriller de espionagem. Mas a simples ideia do “pensar em russo” é desses detalhes que me causam fascínio extremo.

Clint interpreta um ex-piloto do exército americano que vive recluso no meio do nada, após sofrer alguns traumas durante a guerra do Vietnã, e é novamente recrutado para essa missão super secreta que eu escrevi ali em cima. Outro detalhe, o personagem do Clint sabe russo. E um dos grandes destaques de FIREFOX é poder acompanhar o ator/diretor nesse papel, um piloto que já não é mais tão jovem, resgatado da aposentadoria contra sua vontade para realizar um tipo de serviço que só ele pode fazer. E o Clint está bem à vontade no personagem.

A maior parte do filme é o sujeito se esgueirando pelas ruas de Moscou ou vilarejos na Rússia, usando disfarces diferentes, passaportes falsos, encontrando espiões que lhe ajudam, esse tipo de coisa que o Hitchcock fez muito bem em CORTINA RASGADA. Há momentos que são realmente intrigantes, alguns de prender a respiração, como na cena em que o protagonista precisa matar um agente da KGB num banheiro de metrô. Mas há uma série de trechos em que não acontece muita coisa. FIREFOX acaba sendo muito mais longo do que precisa.


Mas tudo prepara o espectador para o tal roubo do jato, durante o climax final. Quando isso de fato acontece, é um espetáculo, e o problema do ritmo já nem incomoda mais. As cenas do jato com o Clint pilotando com os pensamentos em russo – e uma perseguição que ocorre em pleno ar quando surge um outro super avião querendo derrubá-lo – foram supervisionadas pelo mestre dos efeitos especiais John Dykstra, que já estava na onda das naves espaciais, fazendo o mesmo trabalho em STAR WARS. O resultado aqui é visualmente incrível.

FIREFOX recebeu o título literalmente traduzido no Brasil: RAPOSA DE FOGO. Recomendo para quem curte um thriller de espionagem fora dos padrões.

3 comentários:

  1. Lembro que esse filme era exibido pela Globo nos anos 80. Muito bom!

    Antônio

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  2. Cara, lembro que vi esse filme quando era pirralho (tinha uns dez, onze anos). Não me recordo muito da história, só lembro que achei muito massa e, pelo teu post, percebo que minha opinião tinha mérito. Agora fiquei com vontade de ver de novo - além de parecer excelente, vai ajudar a esquecer o Clint falando com a cadeira.

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  3. Tenho boas recordações desse filme. Realmente é um ótimo thriller de ação/espionagem. Junto com "Nova York - Terra de Ninguém" (com Tommy Lee Jones) e "A Traição do Falcão" (com Sean Penn) refletiu bem o clima de Guerra Fria da época, sem deixar de lado o fator diversão.

    Belo resgate!

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