26.2.12

OSCAR 2012

Pois é, não tenho escrito sobre filmes das últimas safras aqui no blog, mas não tenho deixado de conferir alguns exemplares. E pode parecer o contrário, mas eu gosto do Oscar, acompanho todo ano e me divirto bastante torcendo para os meus favoritos. É claro que não tive saco pra ver todos os indicados a melhor filme, mas aqui vão umas pequenas impressões daqueles que assisti e que concorrem ao prêmio principal da Academia:


O ARTISTA: Um dos grandes favoritos ao prêmio principal é este filme francês que virou hit internacional desde sua primeira apresentação no Festival de Cannes do ano passado e até então vem abocanhando vários prêmios importantes. Filmado em preto e branco e sem diálogos, O ARTISTA conta a história de um ator do cinema mudo cuja carreira vai ao fundo do poço com a transição para o cinema sonoro. É um trabalho muito bonito, com roteiro bem construido, bem dirigido, um protagonista interessante, vivido com muita inspiração pelo ator francês Jean Dujardin, que deve ser agraciado com o prêmio de melhor ator. Enfim, gosto do filme e recomendo, vale uma espiada. mas não morro de paixões como muita gente tem feito.

UPDATE DEPOIS DO OSCAR: Sem grandes surpresas, O ARTISTA levou mesmo o prêmio.

OS DESCENDENTES: Que filminho... Com trinta minutos eu já estava querendo jogar a toalha. É o típico produto de roteirista pretensioso se achando cool, mas, na verdade, beira o insuportável. Pessolamente, não há praticamente nada que me atraia por aqui. A única coisa que presta é a atuação do George Clooney, uma de suas melhores, ameaçando a estatueta do Dujardin de melhor ator. Só assisti porque o filme vem sendo cotado como um dos favoritos ao prêmio principal… mas seria um equívoco tremendo premiar OS DESCENDENTES na minha opinião.


A INVENÇÃO DE HUGO CABRET: É o meu favorito da noite! Talvez o melhor do Scorsese desde GANGUES DE NOVA YORK, e para os verdadeiros amantes do cinema há um sabor muito especial, um emocionante tributo à sétima arte, à necessidade de se preservar a história do cinema, à George Mèlies e aos diretores pioneiros, tudo isso narrado como uma simples aventura infantil que se revela um universo de homenagens que poucos diretores atuais teriam capacidade de realizar. E temos em cena o imortal conde Drác… ops, o Christopher Lee em uma bela participação. HUGO foi o que recebeu o maior número de indicações no Oscar deste ano, onze no total. É uma pena que não deve receber o prêmio de melhor filme (recebeu melhor diretor no Globo de Ouro, mas acho que não vai se repetir aqui) e vão compensar essa “falha” com vários prêmios técnicos os quais também merece (o som e o visual são espetáculos que impressionam). Mas, se eu tivesse esse poder, HUGO levaria brincando o prêmio da Academia de melhor filme!

MEIA-NOITE EM PARIS: Vocês sabem qual foi o último filme do Woody Allen a ser indicado ao Oscar de melhor filme? HANNAH E SUAS IRMÃS, de 1986. Então porque só agora um trabalho do sujeito volta a ser indicado ao prêmio máximo? Não é de agora que Woody voltou a fazer bons filmes, aliás, ele chegou mesmo a ter uma fase de vacas magras? Provável que alguns de seus exemplares dos anos 70 e 80 sejam superiores, mas Woody Allen nunca deixou de ser um diretor significativo e até hoje mantém uma média alta de filmes bons. E pra quem faz dois filmes por ano, isso é muita coisa. Dito isso, MEIA-NOITE EM PARIS é mais um ótimo filme do Woody, com um roteiro sublime, uma história mágica e elenco perfeito. Se ganhar, fico feliz!


A ÁRVORE DA VIDA: É um belíssimo trabalho do Terrence Malick, sobre… er, o que mesmo? A relação da energia cósmica do universo com a origem da vida? Bom, não importa, a tarefa de interpretar o complexo conteúdo filosófico da obra eu deixo para os críticos de verdade, mas é aquele tipo de filme que pode “falar” de várias maneiras diferentes para cada espectador. E da mesma maneira que alguns vão adorar, outros vão achar uma tremenda porcaria pretensiosa… Eu adorei! Visualmente expressivo, é uma experiência sensorial como poucas vezes tive dentro de uma sala de cinema nos últimos anos, um deleite para os olhos. Não seria nada mal se levasse a estatueta de melhor filme pra casa.

CAVALO DE GUERRA: Spielberg sabe ser mala quando quer e a forma como conta a historinha de um cavalo que passa por um bocado de situações durante a Primeira Guerra é de uma pieguice incomensurável! Tem umas cenas bonitas visualmente e até deve ter acertado em cheio certo público e crítica - teve gente que chegou a comparar Spielberg a John Ford. Façam-me o favor! CAVALO DE GUERRA não deve durar muito e daqui a pouco vai estar no limbo ao lado de AMISTAD e HOOK, os piores filmes do Spielberg. Onde foi parar o diretor de MUNIQUE?! A única cena que gostei: O encontro do soldado americano com o soldado alemão na zona de guerra. O resto pode ir pro lixo.

TÃO FORTE E TÃO PERTO; HISTÓRIAS CRUZADAS; O HOMEM QUE MUDOU O JOGO: Me desculpem se alguém gostou de algum desses aqui, mas eu escolhi boicotá-los. Nenhum deles me atraiu, mesmo sendo indicados ao prêmio máximo. Portanto, não os vi e provavelmente não os verei.

2 comentários:

  1. Concordo que Árvore da Vida é uma experiência sensorial, mas falando em pieguice aquele final na praia é tremendamente piegas, só para não pegar mais pesado. Acho que essa cena por si só (mais a parte dos dinossauros) afeta o resultado final do filme tremendamente. Ainda assim o assistiria novamente.

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  2. Moneyball é um bom filme!

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