30.12.25

MELHORES FILMES DE 2025

 


Não vi tantos filmes, então é isso aí que consegui reunir aqui. Filmes de 2024 assistidos em 2025 estão valendo.

A ordem é preferecial, mas tem vários filmes que são “meia boca”, senti que esse foi um dos piores anos pra acompanhar a safra recente… Então a ordem tá meio jogada só pra completar o número de 20 filmes.

Melhores do ano

The Schrouds
The Phoenician Scheme
The Mastermind

20. MISSION: IMPOSSIBLE – THE FINAL RECKONING (2025)
Fechamento aquém do esperado, mas ainda diverte com Cruise levando o corpo ao limite mais uma vez. A sequência do submarino pelo menos tá entre as melhores do ano.

19. HIGHEST 2 LOWEST (2025), de Spike Lee
Mistura crime, política e cultura de massa num filme irregular, mas com certa energia e ideias. Mesmo quando tropeça, você sente um Spike Lee ainda inquieto, cutucando o presente.

18. BUGONIA (2025), de Yorgo Lanthimos
Farsa paranoica sobre teoria da conspiração, colapso social, etc… Não sou muito fã, mas o Lanthimos dessa vez equilibra um humor cruel, horror e sci-fi e tem bons momentos entre Emma Stone e Jesse Plemons.

17. REFLECTION IN A DEAD DIAMOND (2025), de Bruno Forzani e Hélène Cattet
O casal de diretores continua obcecado mais em criar atmosferas hipnóticas do que narrativas convencionais. O resultado até que diverte, o visual é criativo e tem Fabio Testi no elenco.

16. DIABLO (2025), de Ernesto Diaz Espinoza
Parceria Espinoza/Zaror segue demonstrando paixão pelo cinema de artes marciais, agora turbinada com Scott Adkins. A trama simples, a ação direta e é eficaz. O grande trunfo é El Corvo, vilão que o Zaror faz, com visual de HQ e bastante sádico. Menos inventivo que outros trabalhos da dupla, mas como cinema de porrada entre dois monstros do gênero, é obrigatório.

15. ANORA (2024), de Sean Baker
Filme sensação mais pro início do ano, período das premiações, ganhou Oscar de melhor filme e tal… E até que é legalzinho. Baker humaniza o submundo com humor e melancolia, e entrega uma jornada frenética e emocionante que consagra Mikey Madison.

14. CAUGHT STEALING (2025), de Darren Aronofsky
Aronofsky troca os dramas densos por um suspense policial sujo e acelerado à la Guy Ritchie. É divertido sem abrir mão de uma sensibilidade mais trágica e uma brutalidade que eu não tava esperando. 

13. AVATAR: FIRE AND ASH (2025), de James Cameron
O mais fraco da trilogia, mas Cameron ainda domina o espetáculo como poucos. A trama repete umas fórmulas, porém as batalhas e o mundo de Pandora continuam sendo experiência de cinema de gente grande.

12. WEAPONS (2025), de Zach Cregger
Cregger confirma que é um nome interessante do horror atual, demonstra bom domínio dos tropos do gênero, criou uma vilã icônica e excêntrica e acrescenta umas pitadas de humor com boa precisão, criando algo que oscila entre o absurdo e momentos de tensão sem perder o controle. 

11. EDDINGTON (2025), de Ari Aster
Tudo que tinha pra dizer desse, escrevi aqui nesse post.

10. THE SHROUDS (2024), de David Cronenberg
Nem Cronenberg sai ileso da qualidade geral do cinema atual. Seu último filme é bom, mas tá longe de estar nos seus melhores dias. Ainda assim, consegue voltar ao “body horror” de forma cerebral e melancólica, explorando a conexão entre a carne e a memória, num mergulho íntimo e tecnológico no luto.

09. BALLERINA (2025), de Len Wiseman
Tudo que tinha pra dizer desse, escrevi aqui nesse post.

08. SIRAT (2025), de Oliver Laxe
Gosto como esse filme te leva pra uns caminhos inesperados. Começa com a trama de um pai em busca da filha desaparecida, numa rave no Marrocos, e de repente se transforma numa viagem devastadora, um filme de sobrevivência no deserto. 

07. BROKEN RAGE (2024), de Takeshi Kitano
Kitano só precisa de pouco mais de uma hora pra fazer um experimento, contar a mesma história, mas em duas versões distintas. Na primeira, um thriller de máfia/policial dramático carregado do seu estilo seco. A segunda, uma autêntica comédia pastelão. Traduz de forma fascinante a carreira multifacetada deste mestre do cinema.

06. THE PHOENICIAN SCHEME (2025), de Wes Anderson
É um filme que ganha vida na dinâmica entre a espiritualidade de uma noviça e o mundo sujo de seu pai, interpretado por um Benicio Del Toro em estado de graça. Talvez seja o trabalho mais memorável do diretor em anos, elevando sua estética habitual a um território existencialista e religioso fascinante.

05. NOSFERATU (2024), de Robert Eggers
Eggers se redimiu depois daquele fraquinho, THE NORTHMAN… Aqui funde terror clássico, obsessão erótica e folclore europeu numa nova encarnação do vampiro com uma força visual que me surpreendeu.

04. THE MASTERMIND (2025), de Kelly Reichardt
Belo filme. O roubo é só sintoma da mediocridade e do vazio de um homem em crise. Reichardt prefere o depois do crime, fazendo uma jornada silenciosa, lenta, mas impossível desgrudar os olhos.

03. IT WAS JUST AN ACCIDENT (2025), de Jafar Panahi
Tão cuidadosamente construído e mesmo assim em franca busca pelos movimentos mais profundos da emoção humana. Apesar de todas as complexidades morais em jogo, é um filme extremamente envolvente e acessível, sobre um mecânico que acredita ter encontrado o homem que o torturou numa prisão iraniana anos atrás. Sem saber o que fazer, nem mesmo se aquele é realmente o homem certo, o sujeito luta com o desejo de vingança mesmo correndo o risco de perder a própria humanidade. É também um filme surpreendentemente engraçado, um tipo de humor sombrio, ironizando absurdos enquanto ainda te conduz a uma descida ao inferno e aos cantos mais escuros da experiência humana.

02. MISERICORDIA (2024), de Alain Guiraudie
Drama rural impregnado de desejos sombrios, sobre um sujeito que retorna à sua cidade natal para o funeral de seu antigo chefe e a coisa vai se desenrolando pra uns caminhos estranhos e cada vez mais fascinantes. É um filme que mais uma vez revela a inclinação do Guiraudie para transitar entre gêneros com uma imprevisibilidade narrativa impressionante.

01. ONE BATTLE AFTER ANOTHER (2025), de Paul Thomas Anderson
O filme é quase todo bom, podia evitar alguns detalhes aqui e ali e sobretudo no desfecho, mas tudo bem. Um filme ambicioso e ousado (como quase tudo que o PTA faz), com um olhar atento tanto para a conexão emocional quanto para a comédia absurda, equilibra bem sequências de ação, um estado de tensão constante, com uma narrativa envolvente. E o elenco tá sensacional. É também o trabalho mais abertamente político do PTA, ainda que evite mirar diretamente em pessoas ou políticas específicas, expõe com clareza as falhas humanas que levam ambos os lados de um conflito a tomar decisões equivocadas por motivos diversos.

Não deixa de ser, no entanto, até o momento, o filme definitivo do Trump 2.0 e só consigo imaginar neste momento o Ari Aster chorando em posição fetal. ONE BATTLE AFTER ANOTHER é tudo o que EDDINGTON queria ser e não chegou nem perto. E olha que nem acho o filme do Aster ruim, quase entrou no top 10.

Dois momentos: tudo o que acontece quando o filme se transforma numa fuga caótica do DiCaprio, tentando saber da filha, tentando carregar a bateria do celular, sendo ajudado pelo Del Toro, etc… E a perseguição de carros pelas estradas onduladas. Magistral. Algumas das melhores coisas que o PTA já filmou na carreira. 

Piores do ano

E pra fechar o ano, uma seleção dos piores e mais decepcionantes filmes deste ano. Nenhuma ordem específica, mas deixo claro qual o pior dentre os piores:

Sinners

BLINK TWICE (2024), de Zoe Kravitz
Suspense “social” que grita por atenção, mas de cinema mesmo, não entende nada.

SUPERMAN (2025), de James Gunn
A revitalização do herói nas mãos de James Gunn entregou o Superman mais bunda-mole da história e um excesso de personagens que mais parece um comercial longo da DC.

28 YEARS LATER (2025), de Danny Boyle
O reencontro de Boyle e Garland (diretor e roteirista do original) é uma confusão tonal que ignora o terror visceral do original para se perder em um horror folclórico chatíssimo.

HERETIC (2024), de Scott Beck e Bryan Woods
Se eu soubesse que teria tanto falatório, tanta explicação, eu preferia ter ido assistir a um podcast. Nem o Hugh Grant num papel inusitado salva alguma coisa. Mas pelo menos é só um filme ruim, não tava botando fé em nada não…

WICKED (2024), de Jon M. Chu
Entendo quem consegue embarcar. O visual dá uma enganada, um espetáculo bonito e tecnicamente impecável. Mas pra mim não dá. Os poucos momentos que poderiam me agradar chegam tarde demais depois de uma narrativa que se arrasta, sem energia, uma grande bobagem. Antes tivessem feito os cenários em CGI mesmo, dava menos a impressão de desperdício.

BABYGIRL (2024), de Halina Reijn
Parece escrito por alguém que nunca conheceu um ser humano na vida, que nunca teve uma relação, que não faz a menor ideia de como construir uma relação, uma interação. Patético. Mas, fico pensando o que o Verhoeven faria com esse material.

FRANKENSTEIN (2025), de Guillermo Del Toro
Confesso que estava até curtindo enquanto o Frankenstein e sua obsessão em criar vida, e tudo o que isso implica esteticamente, burocraticamente, cientificamente e moralmente, era o foco da narrativa. Apesar de já aqui perceber alguns problemas. 

Mas aí veio a segunda parte, a mudança do ponto de vista, o “outro” que dá a sua versão da história. E aí, eu simplesmente não tenho palavras pra descrever o quão medonho se transforma esse filme. Digamos apenas que temos aqui a pior caracterização do monstro na história do cinema. E a participação da Mia Goth, a relação que ela estabelece com o monstro e todos os momentos que contracenam estão entre as coisas mais constrangedoras que eu já vi na minha vida. E, desculpem, mas o filme terminar com o monstro dando um beijinho na testa do seu criador define o estado atual do cinema, é a prova definitiva de que se é esse o tipo de coisa pelo qual o público agora se interessa, é porque a coisa realmente já foi pro buraco, não tem mais volta.

EMILIA PEREZ (2024), de Jacques Audiard
Com esse aqui fazia muito tempo que eu não passava tanta vergonha alheia na vida… Sim, este aqui é disparado o pior filme desta lista.

SINNERS (2025), de Ryan Coogler
Esse aqui é a grande decepção. Tanta gente boa falando bem. Porém, quando parei pra ver, não conseguia acreditar que era disso aqui, dessa coisa capenga que as pessoas tanto admiravam… Enfim, aqui mais nesse post.

E então? Quais foram os filmes favoritos de 2025 pra vocês? E os piores? As decepções? Deixa aí seu comentário.

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Um bom final de ano e um ótimo 2026 pra todos.