Alguns filmes da nova safra que eu andei vendo, começando com esta belezinha chamada THE HURT LOCKER (2008). Precisou de uma visão feminina para sair um filme realmente bom sobre a guerra do Iraque, talvez porque Kathryn Bigelow não esteja tão preocupada em denúncias ou panfletagens, é mais provável que seu sucesso seja porque o núcleo narrativo se concentra apenas no drama dos homens que estão lá realizando seus trabalhos. É uma visão muito interna da guerra. Basicamente, o enredo se resume em documentar a rotina de um esquadrão anti bombas do exército americano em Bagdá, um trabalho que coloca em risco a vida de muitos homens, principalmente quando um dos protagonistas do filme, um perito em desarmar bombas, é um sujeito que está pouco se lixando em correr riscos desnecessários. Bigelow trabalha o tema minuciosamente, mas as seqüências nunca caem para o didatismo de uma forma negativa, ela utiliza esta ferramenta para criar uma atmosfera de tensão das mais eficazes e a cada bomba desarmada ou situação que envolva uma carga de ação se torna uma verdadeira aula de cinema. Melhor e o mais ousado filme sobre a esta guerra estúpida.
G.I. JOE - A ORIGEM DO COBRA (2009), baseado nos bonecos que eu brincava quando ainda era moleque, é diversão abobalhada. Poderia ter se saído muito melhor? Talvez, mas poderia ser bem pior também. O roteiro é o clichezão de sempre, com um cientista maluco, uma poderosa arma em mãos, uma base/esconderijo submarino e o grupo de heróis tentando salvar o mundo. Os diálogos são fraquíssimos, há um excesso de flashbacks para encher lingüiça, os atores são ruins, mas e daí? o bom é que é rápido, tem muita ação, climão de desenho animado dos anos oitenta, sem muita frescura. Toda a sequência de ação em Paris é bem bacana. Desligue o cérebro um bocado e divirta-se.
SE BEBER, NÃO CASE (The Hangover, 2009) conta a estória de quatro sujeitos que vão à Las Vegas para realizar a despedida de solteiro de um deles. Acordam no outro dia sem se lembrar de nada e justamente o futuro marido está desaparecido. Os outros três terão que reconstruir os fatos da noite anterior para entender o que aconteceu e encontrar o amigo sumido. E aí se vão 100 minutos de situações engraçadíssimas envolvendo, entre tantas coisas, um bebê, uma striper, um tigre, um japonês mafioso que sai pelado de dentro do porta malas e até mesmo o Mike Tyson! Além do ótimo roteiro, o elenco é outro grande destaque. Uma das melhores comédias que eu vi este ano.
Os dois últimos filmes que eu irei comentar são exatamente o extremo oposto um do outro. TOKYO SONATA (2008) é um grande filme, último trabalho do mestre Kiyoshi Kurosawa, um dos meus diretores orientais favoritos ainda em atividade ao lado de Takashi Miike, Takeshi Kitano, Tsai Ming Liang, Ji-woon Kim, Johnnie To e alguns outros que eu não devo estar me lembrando. No filme, Kurosawa desconstrói uma família japonesa a partir dos conflitos internos de cada membro, como o pai, por exemplo, que perde o emprego e tenta manter escondido da mulher e dos dois filhos.
O que me impressiona nos filmes deste cara, além da estética apurada, é como ele possui uma maneira tão singular de fazer cinema, independente do material. Um drama familiar com este aqui possui os mesmos elementos e estilo narrativo que “seus” filmes de terror. E “seus” é com aspas mesmo, porque os filmes de terror de Kurosawa possuem características que o diferem de qualquer outro diretor, exatamente porque não utiliza os elementos que o cinema de terror costuma utilizar. Posso até estar exagerando, mas arrisco a dizer que o grande nome do horror atual é o de Kiyoshi Kurosawa. Mas isso é argumento para uma análise mais aprofundada que eu não pretendo fazer e nem poderia. Sobre TOKYO SONATA ainda, só digo que é um dos melhores filmes de 2009, sem duvida alguma.
E se o filme acima é um dos melhores do ano e este aqui é extremo oposto, então já deu pra sacar qual é a do MEGA SHARK VS GIANT OCTOPUS (2009). Não, infelizmente desta vez não é o caso de filme que de tão ruim chega a ser bom. E olha que eu adoro as tralhas que de tão toscos, mais divertidos e engraçados ficam. Aqui a coisa é feia! Tem que ser muito, mas muito fã da produtora The Asylum para gostar de uma bagaceira como esta. Mas vamos lá. Eu não ligo para as atuações péssimas (Lorenzo Lamas e Debbie Gibson?! Demais!), nem para os furos e estupidez de roteiro, muito menos para efeitos especiais horríveis, estilo o seriado do Hércules que passavam no SBT. O problema é que o filme simplesmente não cumpre o que promete! O título já supõe que os dois animais se enfrentarão, mas a batalha praticamente não acontece, é pura enrolação durante todo o filme, e quando finalmente parece que vai ter o quebra pau, antes que você consiga dizer “papibaquígrafo”, a luta já acabou. Claro que a Asylum, não ia conseguir bancar o filme que eu pensava que seria, mas não imaginei que chegasse a este ponto.
Mas nem tudo está perdido. Ao mesmo tempo em que temos aqui um dos piores filmes do ano, temos também uma das cenas mais geniais e que pode ser visto no vídeo abaixo. Enjoy, folks!
G.I. JOE - A ORIGEM DO COBRA (2009), baseado nos bonecos que eu brincava quando ainda era moleque, é diversão abobalhada. Poderia ter se saído muito melhor? Talvez, mas poderia ser bem pior também. O roteiro é o clichezão de sempre, com um cientista maluco, uma poderosa arma em mãos, uma base/esconderijo submarino e o grupo de heróis tentando salvar o mundo. Os diálogos são fraquíssimos, há um excesso de flashbacks para encher lingüiça, os atores são ruins, mas e daí? o bom é que é rápido, tem muita ação, climão de desenho animado dos anos oitenta, sem muita frescura. Toda a sequência de ação em Paris é bem bacana. Desligue o cérebro um bocado e divirta-se.
SE BEBER, NÃO CASE (The Hangover, 2009) conta a estória de quatro sujeitos que vão à Las Vegas para realizar a despedida de solteiro de um deles. Acordam no outro dia sem se lembrar de nada e justamente o futuro marido está desaparecido. Os outros três terão que reconstruir os fatos da noite anterior para entender o que aconteceu e encontrar o amigo sumido. E aí se vão 100 minutos de situações engraçadíssimas envolvendo, entre tantas coisas, um bebê, uma striper, um tigre, um japonês mafioso que sai pelado de dentro do porta malas e até mesmo o Mike Tyson! Além do ótimo roteiro, o elenco é outro grande destaque. Uma das melhores comédias que eu vi este ano.
Os dois últimos filmes que eu irei comentar são exatamente o extremo oposto um do outro. TOKYO SONATA (2008) é um grande filme, último trabalho do mestre Kiyoshi Kurosawa, um dos meus diretores orientais favoritos ainda em atividade ao lado de Takashi Miike, Takeshi Kitano, Tsai Ming Liang, Ji-woon Kim, Johnnie To e alguns outros que eu não devo estar me lembrando. No filme, Kurosawa desconstrói uma família japonesa a partir dos conflitos internos de cada membro, como o pai, por exemplo, que perde o emprego e tenta manter escondido da mulher e dos dois filhos.
O que me impressiona nos filmes deste cara, além da estética apurada, é como ele possui uma maneira tão singular de fazer cinema, independente do material. Um drama familiar com este aqui possui os mesmos elementos e estilo narrativo que “seus” filmes de terror. E “seus” é com aspas mesmo, porque os filmes de terror de Kurosawa possuem características que o diferem de qualquer outro diretor, exatamente porque não utiliza os elementos que o cinema de terror costuma utilizar. Posso até estar exagerando, mas arrisco a dizer que o grande nome do horror atual é o de Kiyoshi Kurosawa. Mas isso é argumento para uma análise mais aprofundada que eu não pretendo fazer e nem poderia. Sobre TOKYO SONATA ainda, só digo que é um dos melhores filmes de 2009, sem duvida alguma.
E se o filme acima é um dos melhores do ano e este aqui é extremo oposto, então já deu pra sacar qual é a do MEGA SHARK VS GIANT OCTOPUS (2009). Não, infelizmente desta vez não é o caso de filme que de tão ruim chega a ser bom. E olha que eu adoro as tralhas que de tão toscos, mais divertidos e engraçados ficam. Aqui a coisa é feia! Tem que ser muito, mas muito fã da produtora The Asylum para gostar de uma bagaceira como esta. Mas vamos lá. Eu não ligo para as atuações péssimas (Lorenzo Lamas e Debbie Gibson?! Demais!), nem para os furos e estupidez de roteiro, muito menos para efeitos especiais horríveis, estilo o seriado do Hércules que passavam no SBT. O problema é que o filme simplesmente não cumpre o que promete! O título já supõe que os dois animais se enfrentarão, mas a batalha praticamente não acontece, é pura enrolação durante todo o filme, e quando finalmente parece que vai ter o quebra pau, antes que você consiga dizer “papibaquígrafo”, a luta já acabou. Claro que a Asylum, não ia conseguir bancar o filme que eu pensava que seria, mas não imaginei que chegasse a este ponto.
Mas nem tudo está perdido. Ao mesmo tempo em que temos aqui um dos piores filmes do ano, temos também uma das cenas mais geniais e que pode ser visto no vídeo abaixo. Enjoy, folks!
Acabei de vir da locadora com o THE HURT LOCKER na mão. Animado para ver.
ResponderExcluirFinalmente um post dos amigos sobre GI JOE! Não lembro de ter visto nenhum texto sobre ele desde q estreiou nos blogs.
ResponderExcluirO problema do filme na parte da atuação é que o cara que faz o Duke, o protagononista tá muito ruim. E eu sempre gostei do Duke. Mas de resto eu taé que gostei das performaces principalmente do Gordon-Levitt, Byung-hun Lee, Arnold Vosloo, Jonathan Pryce, Rachel Nichols, Christopher Eccleston, Ray Park, Dennis Quaid e até da Sienna Miller q sempre achei sem graça. Pra falar a verdade até o Marlon Wayans não estava tão ruim como de costume.
Eu consigo entender perfeitamente quem achou o filme sem graça nenhuma, mas ele funcionou de um jeito pra mim surpreendente. Estarei ancioso por melhoras nos próximos filmes da série. Especialmente se for com outros diretores.
Mas eu gostei do filme... apontei vários detalhes que tornam o filme bastante divertido. Não deixa de ter suas falhas, mas é legal.
ResponderExcluircaramba, nem estava sabendo desse filme novo do Kiyoshi Kurosawa, esse cara é talento puro! já coloquei pra baixar!
ResponderExcluir>climão de desenho animado dos anos oitenta
ResponderExcluirÉ o mínimo que eu peço, tanto em adaptações de desenhos ou gibis, mas parece tão difícil ...
Nisso eu discordo do Daniel: eu diria que fora os vilões e o Snake Eyes, nenhum dos atores brilhou. Acho até que o Brendan Fraser em rápida participação ficou melhor que quase todos dos Joes!
ResponderExcluirMas eu continuo na crença de que a culpa pelo Duke não ter ficado bom não é do Channing Tatum. Espero que eu esteja certo, heheh.
Não acho que o HURT LOCKER seja um filme sobre a guerra do Iraque, mas sobre aqueles três personagens encarando ela. Como você disse, é uma visão bem interna e o filme ganha muitos pontos com isso. Penso nele desde quando o assisti (final de julho), tá na hora de escrever algo decente sobre ele hehe. Jeremy Renner está brilhante, vou procurar mais do trabalho dele.
ResponderExcluirE confesso, você tem razão quanto o que decepciona em MEGA SHARK VS. GIANT OCTOPUS. Ele carece mesmo daquele grande confronto entre as duas criaturas que promete, mas do resto, o meu lado de fã dessas bombas não resistiu hehe. Gosto de como ele tem um clima daqueles filminhos dos anos 50 e 80 - tirando umas frescurinhas da edição que acabam sumindo aos poucos no decorrer do filme - e do elenco ter consciência da tralha em que estão.
>Acho até que o Brendan Fraser em rápida participação ficou melhor que quase todos dos Joes!
ResponderExcluirE eu fiquei esperando ele voltar na parte final. :(
HAHAHA!!!!!!! Esse ai do Megashark... é foda! Superaram a cena do helicóptero do Último Tubarão do Castellari!!!!!
ResponderExcluirA Asylum poderia fazer um filme do SOS COMANDOS, aqueles bonequinhos da Glasslite que rivalizavam com o GI JOE! hahahaha
ResponderExcluirÚltimo Tubarão!!! Estou com este filme aqui para rever!!! haha
ResponderExcluirPô, eu achei o (minúsculo) papel do Freaser tão bocó, sem sentido. Quase tão inútil quanto o da Cover Girl q já mataram logo de cara. Bem melhor q ele foi seu arqui-rival em A Múmia, Arnold Vosloo, como Zartan. Esse sim digno de ter mais cenas. Mas os JOE estavam muito mais fracos de atuações q os Cobra, isso eu nunca discordei.
ResponderExcluir">climão de desenho animado dos anos oitenta
É o mínimo que eu peço, tanto em adaptações de desenhos ou gibis, mas parece tão difícil ..."
E as coisas vão se encaixando do pq eu gostei tanto do filme.
Mas a questão é essa, Daniel. O Fraser conseguiu brilhar em uma participação que dura alguns minutos! Nosso querido Duke não fez o mesmo, heheh. Arnold Vosloo é um ator melhor que muitos filmes que faz...
ResponderExcluirAssino embaixo sobre o Kurosawa ser o grande nome do terror mundial. Os filmes dele realmente me deixam, como espectador, desconfortável. Cara, tu acha que tem bala pra escrever um livro sobre o cinema do Kiyoshi?
ResponderExcluirAh, numa série que escrevi contrato, que virou uma desgraça, o nome do personagem oriental é em homenagem ao Kurosawa. Pena que ficou tão ruim que deixou de ser homenagem pra virar ofensa.
Rapaz, eu não tenho bala pra escrever livro nem sobre o cinema de Uwe Boll...
ResponderExcluirhahahaha
ResponderExcluirAssisti ao Tokyo Sonata recentemente e acabei conhecendo o cinema de Kiyoshi Kurosawa, ainda não vi nenhum filme de terror dele. Curti o drama, mas nem tanto quanto o "Ninguém pode saber" (2004) de Hirokazu Koreeda, que para mim mostrou muito mais criatividade ao fazer um filme do gênero sem recorrer aos apelos do melodrama.
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