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10.2.13
A FORÇA EM ALERTA 2 (UNDER SIEGE 2: DARK TERRITORY, 1995)
Steven Seagal começou sua carreira de action heroe mandando muito bem desde seu primeiro trabalho, NICO, ACIMA DA LEI (1988). Aliás, e isso eu sempre repito por aqui, seus quatro primeiros filmes são excelentes exemplares de ação, independente se tu gostas ou não do ator de rabinho de cavalo. Mas foi com seu quinto longa, A FORÇA EM ALERTA, que o sujeito alcançou o seu maior sucesso comercial. Já comentei sobre o filme aqui, mas vale lembrar que se trata de uma espécie de “DURO DE MATAR em um navio militar”, numa bela época em que “DURO DE MATAR em qualquer situação” funcionava tão bem quanto a combinação Robert Mitchum e film noir na década de 40 e 50. Ou seja, uma maravilha.
E já que A FORÇA EM ALERTA fez tanto dinheiro, por que não trazer o personagem do ex-agente especial militar, agora cozinheiro, Casey Rybeck, de volta em uma nova aventura? Portanto, surgiu A FORÇA EM ALERTA 2, dirigido por Geoff Murphy e escrito por Matt Reeves (que faria alguns anos depois CLOVERFIELD e a refilmagem de DEIXE ELA ENTRAR), também conhecido como “DURO DE MATAR em um trem”. Dessa vez, Seagal embarca com sua sobrinha para ir ao funeral de seu irmão no mesmo trem que um gênio/louco capaz de controlar uma arma satélite que cria terremotos em qualquer ponto da terra decide começar uma operação de destruição de escalas globais durante a viagem. Com a ajuda de um bando de mercenários, todos os passageiros são colocados como reféns no último vagão para que a operação ocorra dentro dos conformes. Exceto, é óbvio, Rybeck que precisa agora utilizar todo seu conhecimento de cozinheiro para atrapalhar os planos dos malvados.
Nisso, o que não falta em A FORÇA EM ALERTA 2 são algumas sequências bem constrangedoras para qualquer herói de ação que se preze. Mas, hey, ninguém vai ver um filme do Seagal esperando uma obra prima do Peckinpah, não é?. Além do mais, com exceção dos primeiros quatro filmes do homem, a graça e o charme de ver um filme com o selo Steven Seagal é justamente se deslumbrar em situações que beiram o ridículo. Um bom exemplo é no climax final, quando acontece o choque entre dois trens e que, por um acaso, Seagal ainda se encontra dentro de um deles, mas usa toda sua experiência em quebrar as leis da física para se safar, enquanto os piores técnicos de efeitos especiais em CGI dos anos noventa dão o seu melhor.
O que mais você precisa? Steven Seagal fazendo o de sempre, um grupo de mercenários crueis formado por umas figuras como Peter Greene, Jonathan Banks, Patrick Kilpatrick e liderados por Everett McGill, que aliás, demonstra o filme inteiro que é casca grossa suficiente para encarar o herói num mano a mano. Mas isso é só até começarem a grande luta final e Seagal arrebentá-lo com a facilidade que lhe é habitual. Ainda temos Eric Bogosian, que antes dava espetáculos de atuações, como em TALK RADIO, de Oliver Stone, e não faço ideia de como veio parar aqui, fazendo um dos vilões mais toscos do cinema de ação dos anos noventa, o tal maluco que comanda os satélites. Sem contar a presença de Nick Mancuso, Kurtwood Smith e Katherine Heigl antes da fama, fazendo a sobrinha de Seagal (e deve se envergonhar até hoje disso).
Sobra ainda muita pancadaria, tiroteios, explosões, alta contagem de corpos e várias frases de efeitos espalhadas pelo filme, tudo para não deixar A FORÇA EM ALERTA 2 cair na monotonia. Infelizmente, apesar de todas essas "qualidades", foi um fracasso de bilheteria na época, derrubando um pouco a moral que Seagal havia conquistado. E dá pra entender os motivos. No entanto, os amantes hardcore do cinema de ação vão encontrar, ou redescobrir, uma pérola do exagero por aqui e saberão apreciá-lo da maneira correta.
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