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11.8.12

VIVER E MORRER EM LOS ANGELES (1985)


Aqui está o meu texto escrito para o blog HQ SUBVERSIVA, editado pelo amigo Caio de Freitas Paes, sobre VIVER E MORRER EM LA, de William Friedkin.
Clique aqui para ler.

6.10.09

12 HOMENS E UMA SENTENÇA (12 Angry Men, 1997, TV), de William Friedkin

Ontem à noite assisti, pela primeira vez, a versão do William Friedkin de 12 HOMENS E UMA SENTENÇA. Sempre tive preconceito com essa refilmagem por achar desnecessária, pela consideração que eu tenho pelo original do Lumet, mesmo sendo realizada por um dos meus diretores americanos favoritos. Mas sentei no sofá, liguei a TV apenas para dar uma rápida zapeada e estava começando no TC Action. Simplesmente não consegui levantar do lugar até a subida dos créditos.

É um belíssimo trabalho! A estória permanece exatamente a mesma, mas todos os três elementos fundamentais que funcionaram na primeira versão estão em perfeita harmonia aqui. O puta texto, adaptado por Reginald Rose, que também é o autor do roteiro original de 57, desta vez muito mais ácido, com discursos mais explícitos; o elenco sensacional com Jack Lemmon vivendo o papel que pertencia a Henry Fonda, e um excepcional George C. Scott encarnando o mesmo personagem de Lee J. Cobb do original. Fora o restante da trupe, Armin Mueller-Stahl, James Gandolfini, Edward James Olmos, William Petersen, Tony Danza, e outros, todos excelentes; e, por último, a mise en scène de Friedkin, que se não é melhor que a de Sidney Lumet, pelo menos fica pau a pau.

Até as modificações sugeridas por Friedkin (bem sutis, na verdade, apenas alguns detalhes) possuem grande força dramática, como a "converção" de Scott no final, consegue ser mais emocionante que a de Cobb.

Mesmo careca de saber tudo o que acontece, é sempre um prazer rever 12 HOMENS E UMA SENTENÇA, seja no original ou agora nesta versão produzida para a TV.

7.7.09

COMBOIO DO MEDO (Sorcerer, 1977), de William Friedkin


Outro exemplar das minhas obrigações cinematográficas que acabei matando neste último fim de semana foi esta extraordinária obra de William Friedkin. SORCERER é dedicado ao diretor francês Henry-George Clouzot, que em 1953 realizou uma primeira versão, O SALÁRIO DO MEDO, baseado no livro de Georges Arnaud. E que me perdoem os fãs deste último, que é um filmaço sem dúvida alguma, mas o trabalho de Friedkin neste remake é incrivelmente superior, provando que refilmagens de verdadeiros clássicos consagrados podem dar certo. Mas também não precisam exagerar como se faz atualmente em uma quantidade absurda de remakes que param nas mãos de vários diretorzinhos medíocres sem personalidade alguma.

Aqui é outro caso. William Friedkin já tinha no currículo OPERAÇÃO FRANÇA e O EXORCISTA, duas obras da maior importância em seus respectivos gêneros, além de possuir um talento único na direção e na concepção de suas idéias. Mesmo assim, são várias as histórias de bastidores sobre as dificuldades de levar SORCERER às telas de cinema; desde os problemas em arranjar dinheiro para a produção, as filmagens no local (que colocou em risco a vida da equipe em várias situações), um furacão que atrasou o trabalho e até mesmo na escolha do elenco. De todos os atores principais, apenas um desconhecido, chamado Amidou, foi a primeira escolha de Friedkin. Steve Mcqueen, Clint Eastwood e Jack Nicholson foram cotados para viver o protagonista. Todos recusaram por algum motivo. Acabou mesmo com o Roy Scheider, que já havia trabalhado com o diretor em OPERAÇÃO FRANÇA.

A trama principal é basicamente a mesma de O SALÁRIO DO MEDO, apenas muda a contextualização histórica, sobre um grupo de homens que tem a missão de transportar uma carga de dinamites velhas (com vazamento de nitroglicerina correndo o risco de explodir a qualquer movimento brusco; no caso do filme francês, era apenas a nitroglicerina liquida mesmo) em caminhões caindo aos pedaços, pelas florestas de um país tropical. Diferente do original também, Friedkin enriquece o seu filme ao aprofundar-se nos personagens, mostrando os motivos que os levaram a estar naquele vilarejo no fim de mundo, o que toma quase a metade do filme, mas não se preocupem, porque Friedkin nunca deixa que a narrativa perca sua força. É apenas uma preparação perfeita para a outra metade, a missão suicida que deixa o espectador tenso, vendo a avó pela greta.

O poder visual do filme sob a batuta da direção crua de Friedkin talvez seja o ponto mais significativo do filme, sempre tratando os eventos e a ambientação de miséria e violência com um realismo impressionante, com uma linguagem quase documental. A cena em que o comboio atravessa uma ponte completamente instável é um verdadeiro espetáculo cinematográfico, de colocar o publico de joelhos! Uma pena que SORCERER tenha sido um fracasso de bilheteria. Mas é um filmaço altamente recomendável.