Estamos no início dos anos 90 aqui. A modinha dos filmes de ação americanos possuia duas vertentes que eu gosto de destacar: a) Os inspirados pelos filmes do John Woo; b) Variações de DURO DE MATAR. O que surgiu, a partir dos anos noventa, de protagonistas voando em câmera lenta com uma pistola em cada mão, descarregando os pentes em seus alvos, não é brincadeira. Mas não é o caso de A FORÇA EM ALERTA, que segue a fórmula da letra “b”. Mudando vários detalhes da trama, claro, porque os roteiristas são extremamente criativos, e transportando a ação dentro de um porta aviões das forças armadas americanas, temos um não-assumido rip-off de DURO DE MATAR.
Seagal interpreta Casey Ryback, um cozinheiro militar, que trabalha preparando os banquetes do seu capitão e tripulação de bordo. Sério! Steven Seagal é o cozinheiro! Qual é o problema nisso? Tá certo que no passado ele era um agente das forças especiais altamente treinado e capacitado no uso de armas, explosivos e artes marciais e que em uma operação liderada por ele no Panamá, toda sua equipe acabou morta e ele resolveu se aposentar dessa vida e virar cozinheiro… mas é apenas um detalhe e quem já viu o filme sabe que isso não interfere muito na narrativa*.
* Spoiler: mentira, interfere sim.
A história se passa exatamente no dia do aniversário do capitão e um dos seus comandantes, Krill (Gary fucking crazy Busey), está organizando os preparativos e surpresas para a comemoração desta data. Duas delas são bem interessantes. A primeira inclui um conjunto musical, cujo membro principal é o Tommy Lee Jones encarnando uma espécie de Mick Jagger mais afetado que o verdadeiro. A outra, bem mais estimulante, é a coelhinha da Playboy, Miss Julho, que sai do bolo pra fazer um topless pra alegria da moçada! Outro ponto importante é que a intenção principal de Krill nesta data especial é tomar o controle do porta aviões, matar o capitão, e fazer toda a tripulação de refén, até que suas exigências baseadas em suas causas políticas sejam cumpridas pelo governo americano… tudo isso, vestido de mulher, pra enfatizar ainda mais a insanidade de Gary Busey. Tommy Lee Jones se revela um ex-agente da CIA que possui as mesmas intenções de Krill. Miss Julho não sabe de nada e fica esperando o momento de mostrar os peitos… e o cozinheiro vivido por Seagal vai precisar utilizar dos seus dotes culinários para salvar todo mundo.
Mamma mia!!! |
Primeira super produção estrelada por Steven Seagal precisava de alguns incrementos para diferenciar um pouco dos filmes anteriores, especialmente a persona habitual do ator. Apesar da estrutura grandiosa dos cenários e efeitos especiais de ponta pra época, Ryback é mais do mesmo em se tratando de figuras dramáticas vividas pelo Seagal, até porque não se pode ter a exigência com ele da mesma forma como teríamos com um Daniel Day Lewis, por exemplo. Mas em A FORÇA EM ALERTA Seagal não é um policial! Um grande avanço, já que todos seus filmes anteriores ele era um homem da lei. Aqui é uma ocupação extremamente diferente, cozinheiro, gerando uma série de diálogos sobre filosofia culinária, além das frenquentes mensagens politicamente corretas e cultura oriental e artes marciais, que não poderiam faltar…Acho que a partir deste aqui, Seagal se tornou praticamente um ator completo e versátil!
Gary Busey soltando a franga. |
E teve uma continuação que eu preciso rever antes de bater o martelo e dizer que é uma porcaria… Talvez hoje, eu ache divertido…
Eu gosto deste. Acho que gosto de todos os que ele fez antes daquelas porcarias ambientalistas.
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Pedro Pereira
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Voltando com força total em Ronald! Esse filme do Seagal, apesar de eu não achar ruim é o que menos gosto do começo da carreira do sujeito. Eu prefiro o tres primeiros filmes dele, que pra mim são verdadeiros clássicos do cinema de ação.
ResponderExcluirNão gosto muito da carreira do Seagal, mas por outro lado acho o Marcado para a Morte um filmaço, casca grossa e violento. Quanto ao Força em Alerta 2, até que vale um post.
ResponderExcluirConsidero "Força em alerta 2" um bom filme (lembro que na época gostei mais do 2 que do primeiro, inclusive), apesar de tb carecer daqueles motivadores de "periferia" da 1ª fase. Aliás, dessa 1ª fase considero "Fúria mortal" seu filme mais completo!
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