aka O ESQUDRÃO DAS ÁGUIAS
direção: Enzo G. Castellari
roteiro: Tito Carpi, Vincenzo Flamini, José Luis Martínez Mollá, Guilles Morris Dumoulin, Enzo G. Castellari
Depois de orquestrar batalhas épicas no divertido MATE TODOS ELES E VOLTE SÓ, o primeiríssimo trabalho de Enzo G. Castellari fora do gênero Spaghetti Western só poderia ser um grandioso filme de guerra! À princípio, O ESQUADRÃO DAS ÁGUIAS seria dirigido por Alberto de Martino e Castellari seria responsável apenas pelas cenas de montagens com o efeito de split screen utilizando imagens reais da Segunda Guerra – sendo que o sujeito nem sabia o que era isso, obrigando os produtores a lhe mostrarem filmes como CROWN, O MAGNÍFICO e O HOMEM QUE ODIAVA AS MULHERES. O trabalho do homem ficou tão bom, que acabou sendo contratado pra dirigir o filme inteiro!
É claro que a primeira coisa que fez foi pegar um dos roteiristas e transformar o dramalhão que era a história original em um filme de ação! É por isso que eu amo esse diretor! Mas não quer dizer que o filme não tenha seu lado dramático e burocrático. As subtramas, que devem ter sido impossíveis de alterar, deixam o filme com um tom meloso de novela, em determinados momentos. Basicamente, a premissa envolve um grupo de espiões nazistas infiltrados no exército inglês em plena capital britânica e os esforços de um capitão, vivido por Frederick Stafford, em desmascarar a operação dos alemães em seu próprio país. O ponto de vista se desenrola em ambos os lados, mas um detalhe que o roteiro explora é uma espécie de amizade entre o nazista interpretado por Francisco Rabal e o capitão britânico, que desconhece a nacionalidade de seu novo “amigo”.
Utilizando dinheiro americano, a grandiosidade de O ESQUADRÃO DAS ÁGUIAS, em termos técnicos, é percebida já nas primeiras sequências de batalhas, com explosões de todo tipo de escalas, milhares de figurantes, efeitos especiais, aviões fazendo perigosas acrobacias, navios, etc. As cenas de ação seguintes, nuncam chegam no mesmo nível da inicial, mas pontuam um filme que, à princípio, poderia ser muito chato. A direção sempre firme e criatica de Castellari é um grande destaque, com seus enquadramentos e movimentos de câmera inusitados, especialmente nas várias cenas de ação. O elenco também é ótimo, além de Stafford e Rabal, temos grandes nomes como Van Johnson e Luigi Pistilli, figurinha carimbada no cinema popular italiano.
Comparações podem ser evitadas, mas Castellari retornaria à segunda guerra alguns anos depois no clássico “ASSALTO AO TREM BLINDADO”, que é muito superior a este aqui. No entanto, a importância de O ESQUADRÃO DAS ÁGUIAS no currículo do diretor é evidente, e se não é uma obra prima, pelo menos não deixa de ser um sólido filme de guerra e com certeza tem grande valor para o gênero “Macaroni Combat”!
Tenho este na prateleira à algum tempo. A ver se é desta que lhe pego...
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Pedro Pereira
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