Sempre fui fanático por antologias de horror, filmes compostos por várias pequenas histórias de medo e mistério, como CREEPSHOW (83), de George A. Romero, ou os clássicos da Amicus, como ASILO SINISTRO (72), de Roy Ward Baker. Para incrementar o mês especial de Halloween aqui no blog, resolvi conferir THE BURNING MOON, produção alemã de orçamento minúsculo dirigido pelo mago dos efeitos especiais do cinema extremo Olaf Ittenbach e que tem no currículo alguns exemplares adorados pelos fãs de splatter movies recheado de muito gore. E, não por acaso, este aqui é uma antologia.
São apenas três historinhas em THE BURNING MOON. A primeira é a que serve de base para as outras duas e mostra o dia de um jovem pagando de rebelde, com calças rasgadas no joelho e cabelo bagunçado, vivido pelo próprio diretor. Começando com uma entrevista de emprego na qual não faz a mínima questão de passar, depois, o sujeito se mete numa violenta briga de gangues e, logo, chega em casa tocando o terror pra cima de seus pais, que já não sabem o que fazer. Por fim, o mancebo resolve injetar na veia alguma substância saudável e vai ao quarto da irmã mais nova contar algumas histórias de ninar para fazê-la dormir...
Assim, surgem os dois episódios seguintes. Mas não se preocupem. Não teremos pôneis ou fadas por aqui. A primeira história contada pelo rapaz (ou a segunda do filme, seguindo a ordem) é JULIA'S LOVE, sobre um psicopata apaixonado que até chegar à sua amada vai deixando um rastro de corpos estraçalhados pelo caminho. E quando a encontra, decide passar a faca na família da moça também. A trama se desenrola de maneira boba, mas a quantidade de nojeira, sanguinolência e mutilações - no mais puro gore old school - farão o deleite do espectador. Inclusive com alguns planos bem criativos, como uma barriga sendo perfurada visto de dentro do corpo; um olho enfiado garganta abaixo sob o ponto de vista da goela, e por aí vai. Ao final, um policial chega ao local metendo bala, chateado porque uma cabeça decepada foi jogada em seu carro pelo assassino... Hahaha!
É aí que temos a famosa sequência que justifica a reputação e a existência de THE BURNING MOON. São quase dez minutos no inferno de Olaf Ittenbach, um espetáculo visual de brutalidade desenfreada com violência explicitamente detalhada, exagerada e sem qualquer remorso com o espectador. E tudo realizado com os efeitos especiais de fundo de quintal, mas com uma perturbadora eficiência que me deixou hipnotizado. Um final perfeito para esta tranqueira divetidíssima do cinema extremo alemão, que não tenta empurrar lições de moral, nem trata de temas edificantes e filosóficos. Mas também não tem vergonha de se assumir como produto de um sujeito apaixonado por cinema e que descobriu que poderia transformar sangue falso e efeitos hardcore de maquiagem em subversão visual cinematográfica.
A sequência do inferno é uma das mais grotescas que já vi; parecem cenas de pesadelo e faz JIGOKU parecer filme do Adam Sandler (maldito seja)!
ResponderExcluirTenho o DVD aqui em casa, mas só revejo essa parte, que realmente já vale o filme todo.
Como disse, justifica a existência da obra... Mas acho legal o restante também, aquele início, como Ittenbach na entrevista de emprego... hahaha!
ExcluirAssisti no último Fantaspoa! Excelente! Radical, ousado e extremo, como toda a boa obra de horror deve ser!
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