Stallone, meu caro, sinto muito dizer isso, mas você e sua trupe de truculentos vão ter um puta trabalho se quiserem que OS MERCENÁRIOS 2 seja a melhor fita de ação de 2012. Um sujeitinho lá da Indonésia, sem músculos avantajados e cara de bom moço, simplesmente passou a rasteira em seu elenco “testosteronado” e, na queda, aproveitou para dar uma joelhada no queixo de cada um! Sejamos sinceros, por mais que OS MERCENÁRIOS 2 seja a produção mais aguardada por mim este ano, acho praticamente impossível que consiga superar, ou até mesmo igualar, o espetáculo deflagrador de ação chamado THE RAID!
Após o sucesso de MERANTAU, o diretor Gareth Evans e o astro Iko Uwais (o tal "sujeitinho"), resolveram se juntar novamente em um produto com orçamento mais abastado e mais recurso, cujo título seria BERANDAL. No meio desse processo, algo deu errado e informações sobre o que esses caras estariam aprontando se tornaram escassas. Até que surgiram as primeiras notícias de THE RAID, um filme completamente diferente do que estava previsto, embora as imagens e o trailer já comprovassem que teríamos algo de “arrebentar a boca do balão”. Só não esperava que fosse tanto!
A coisa funciona do seguinte modo: Uma equipe da força policial invade um edifício que serve de quartel para um poderoso barão das drogas. O sujeito tem um guarda costa que é o cão chupando manga (o louco filho da puta à esquerda na imagem acima, conhecido como Mad Dog) uma porrada de capangas e muito dinheiro para pagar qualquer indivíduo nos andares abaixo que possa empunhar um facão para protegê-lo. No lado policial, temos Rama, vivido pelo Uwais, que é apenas um integrante da equipe. Sabemos que Rama é o personagem central porque o filme abre com ele se despedindo da esposa grávida antes de ir ao trabalho… e claro, depois que ele começa a mostrar suas habilidades em resolver situações extremas, fica óbvio que o sujeito é especial.
Ok, a premissa soa bastante simples… e é! Não significa que seja simplória. O filme abre um leque de detalhes, situações e reviravoltas à medida em que avança. Nada muito exagerado ou complexo, até porque não é o tipo de filme que tem tempo de explorar situações extra-dramáticas. Toda a narrativa é contruída em prol de sequências de ação, e parece tomar gosto pela coisa porque permanece nesse estado de tensão e adrenalina até os últimos segundos de projeção.
É um belo exemplar de ação quase ininterrupta, que prende a atenção sem soar repetitivo em momento algum. A idéia de uma cena mais calma em THE RAID, por exemplo, é quando os personagens policiais estão escondidos em algum ponto em que podem ser descobertos a qualquer instante, mantendo o suspense sempre ativo. São poucas as cenas que respiramos aliviados até que comece mais pancadaria. E quando o filme acaba você ainda fica olhando os créditos subirem, com a cabeça meio rodando e corpo exausto, observando a quantidade de paramédicos que a produção utilizou para cuidar dos dublês…
Por falar em dublês machucados e pancadaria, é preciso elogiar, e muito, o trabalho do diretor Gareth Evans e do coreógrafo de lutas, Yayan Ruhian. Esses caras têm uma noção absurda de como filmar sequências de porrada, posicionando a câmera no lugar ideal, escolhendo os enquadramentos e ângulos perfeitos, o corte ideal na montagem, com a única finalidade de obter o máximo de impacto de cada cena, de cada plano, de cada cotovelada na cara!
Da mesma maneira os atores trabalham em perfeita sincronia, encenando os combates com um realismo brutal e quedas que devem ter deixado os dublês de cama num hospital por algumas semanas. Sem contar que THE RAID é violentíssimo! É osso quebrado, facadas mostradas em detalhes cirúrgicos, tiro na cara, machadadas e muita joealhada e cotovelada na fuça que, se não forem reais, então eu não sei como fazem…
O próprio Ruhian entra na brincadeira no papel do guarda costa sanguinário que comentei lá em cima, o Mad Dog. O sujeito é o BICHO e o confronto final que protagoniza é algo inacreditável, desgastante e subversivo!!! Uma das coisas mais bacanas é quando Mad Dog se prepara para essa a luta, se posicionando entre seus dois oponentes. Isso mesmo, são dois “mocinhos” contra o vilão fodão que decide ir totalmente contra o clichê do bandido sujo ou covarde, enquanto o herói está sempre em desvantagem. Mad Dog gosta do desafio de uma boa luta, algo admirável e cada vez mais raro, especialmente no cinema de ação ocidental.
Ainda bem que ainda temos esses orientais mostrando como fazer ação de alta qualidade. E parece que o próximo passo da equipe será uma continuação, pegando as idéias base do que seria BERANDAL e transformando em THE RAID II. Vamos aguardar, porque este aqui já nasceu clássico. THE RAID é uma obra prima que eleva o cinema de ação para um próximo nível e acho muito difícil ser alcançado tão rápido. E mesmo assim, Hollywood já se pronunciou e está preparando um remake. Tenho até pena do que vá sair.
tenho certeza que the raid nao podera ser igualado, e muito menos superado por um longo tempo, da pra ver pelo trailer que os mercenarios 2 nao chegara aos pes deste classico,pois pra mim parece que nao sera nada mais que um festival de explosoes e pirotecnia exagerada,e lamentavel saber que the raid tera remake americano,la vem merda por ai.
ResponderExcluirExcelente texto, Ronald! Otimo saber sobre o The Raid 2, e sobre o remake americano, HAHAHAHAHA, o pior é que vai ter neguinho que vai achar melhor...
ResponderExcluirops, o anonimo é o Herax!
ResponderExcluirTenho que conferi-lo o quanto antes, pois o trailer é alucinante.
ResponderExcluirA propósito, Ronald você já assistiu o tailandês "Chocolate" com a Jeeja Yanin, outro excelente exemplar do cinema de ação asiático.
Rapaz, vi o filme anteontem. Valeu pela recomendação, foi foda!
ResponderExcluirFilme muito bom! Porrada de alto nível. Tão bom quanto o primeiro Ong Bak
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