A MULHER DE PRETO, The Woman in Black (2012)
Nunca fui chegado na badalada série de fantasia HARRY POTTER, por isso acho que A MULHER DE PRETO é uma bem vinda oportunidade para o ator Daniel Radcliffe diversificar e demonstrar seu talento em outros tipos de personagens. O cara é bom ator! E esse filme também é danado de bom. Trata-se de uma co-produção da Hammer, famosa produtora especializada em filmes de horror e sci-fi nos anos 50 e 60, tendo Peter Cushing e Christopher Lee como ícones do gênero, e que desde 2008 voltou ao trabalho.
Dirigido pelo jovem James Watkins (do ótimo EDEN LAKE), A MULHER DE PRETO tem roteiro simples, todo bem amarrado, fotografia bem elaborada e carregada, sequências de um horror mais puro, clássico, que investe mais no clima angustiante e atmosférico que o estilo mansão assombrada pode proporcionar do que nos sustinhos vagabundos do gênero na atualidade, apesar do filme apelar para uns sustos de vez em quando. Ninguém é perfeito… Sergio Leone, talvez.
A história é sobre um jovem advogado viúvo enviado, no início do século passado, a um pequeno vilarejo no interior da Inglaterra para cuidar da papelada de uma velha mansão deixada por uma cliente falecida recentemente. A coisa esquenta quando as crianças do local começam a cometer suicídio e o mocinho resolve meter o nariz no caso e descobrir os enigmas que relacionam as mortes com a velha mansão. Grande parte do filme, então, se constrói através deste confronto entre Radcliffe, em desempenho seguro, com os mistérios escondidos na mansão, com um lantente clima de horror. O desfecho é o melhor possível, “corajoso” eu diria, levando em consideração que não deverá agradar o grande público. Nada absurdamente fora do comum, mas os fãs do bom horror não deveriam deixar de dar uma conferida.
E a Hammer já anunciou que está preparando uma continuação.
KILL LIST (2011)
Agora, o filme que realmente me pegou de jeito foi KILL LIST, um belíssimo exemplar de ousadia artística dentro do gênero. Ainda é muito cedo pra tanto e muita coisa deve rolar, mas até o momento é o grande filme de 2012, na minha opinião, sem dúvida alguma. Um exercício de autoria surpreendente e radical, brutal até o talo, realizado por um diretor que até então era desconhecido pra mim: Ben Wheatley (é o segundo longa do sujeito, se não estou enganado).
KILL LIST é um troço muito sinistro que inicia como um pesado e realista drama familiar. Lá pelas tantas se transforma num bizarro thriller de assassinos contratados e finaliza como um…bem, não vou contar pra não estragar a surpresa. Aliás, eu já estou “spoilando” demais! É daqueles exemplares que deve ser visto com o mínimo possível de informação.
Mas posso dizer que a narrativa é carregada de elementos misteriosos que deixam o público indagado, com a cabeça coçando, até os últimos minutos de projeção. E também que o filme é todo conduzido com uma crua e virtuosa noção de dramaturgia, maravilhoso trabalho de atores, sequências de violência explícita que fazem pouca concessão ao espectador de estômago fraco. A cena que um dos protagonistas utiliza um martelo é um deleite para os fãs de cinema extremo. Nada que já não tenhamos visto antes, o filme também não é nenhuma obra prima, mas me impressionou bastante por sua simplicidade, eficiência e originalidade na maneira como constrói um thriller aterrador e extremamente violento!
Kill list é tenso.
ResponderExcluirAssisti ano passado ainda. Brutal pra caramba mesmo.
Quem viu pode lembrar muito de um outro filme britânico; "O espantalho", espero não estar revelando muito, mas é um baita filme mesmo, sem concessões.
ResponderExcluirSó pra constar o meu comentário se refere ao filme "Kill list".
ResponderExcluir"Kill List" é também para mim o grande thriller de horror do ano. Faz algun tempo que escrevi sobre ele: http://cinemaexmachina.wordpress.com/2012/01/10/kill-list/
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