Quem acompanha a carreira do Van Damme desde sempre, deve se lembrar que o sujeito passou por uma fase negra lá pelo início dos anos 2000, quando encarou vários projetos medíocres para financiar o seu consumo de drogas. Mas parece que já deu a volta por cima e a sua fase atual está bem interessante já faz um bom tempo. Van Damme parece mais maduro e seus últimos 4 ou 5 filmes tentam agradar os dedicados fãs ao mesmo tempo em que assume funções mais complexas e desafiadoras como ator. Basta vê-lo em JCVD ou ATÉ A MORTE para notar isso de forma clara!
OPERAÇÃO FRONTEIRA faz parte dessa leva. É o filme que mais se aproxima ao que Van Damme fazia nos anos 80 e 90 em termos de estrutura. Temos um típica trama sobre um policial com um passado traumático que é transferido para a fronteira com o México e enfrenta perigosos traficantes. O filme é cheio de ingredientes e detalhes que fazem a cabeça dos fãs e é constantemente pontuado com as habituais sequências de ação old school coordenadas pelo diretor Isaac Florentine (quem mais seria?): Brigas em bar, em prisão, no meio da rua; perseguições à pé ou em veículos, uma delas envolvendo um ônibus cheio de freiras! Um final com um mano a mano contra o “vilão final”, vivido por Scott Adkins, ao melhor estilo nostálgico oitentista!
E Van Damme aproveita muito bem a idade e o olhar cansado para dar um sustento expressivo à complexidade de seu personagem. Eu sempre gostei da figura badass dos filmes de ação truculentos dos anos 70, 80 e 90, mas a coisa fica ainda mais interessante quando esses personagens brucuturs, aparentemente sem emoções humanas, demonstram um lado sensível, nem que seja em simples alusões, imagens e situações. Por exemplo, Chow Yun Fat segurando uma arma em uma mão e um bebê na outra enquanto distribui balas nos bandidos no final de FERVURA MÁXIMA! Isso é que é ser badass! Van Damme tem muito desse espírito aqui, maltratando a malandragem enquanto carrega o coelhinho (um elemento deveras dramático) da sua filha pra todo lado.
Já Scott Adkins, trabalhando novamente com o diretor, apronta a sua roubada de cena habitual. Sem dúvidas que é um dos melhores atores de ação direct to video da atualidade!
O filme peca um pouco com o roteiro, tem uns buracos bestas, tentativas de fazer discurso político que não se vê necessidade alguma, ao invés de deixar tudo caminhar pra boa e velha ação! Nada que estrague o prazer de assistir ao Van Damme dando a volta por cima, distribuindo pancadas e chutes rodopiados como fazia no inicio de carreira. A luta final não é épica como Billy Blanks vs. Matthias Hues em TALONS OF THE EAGLE, mas é divertida. É daqueles exemplares que me deixa com um sorrisão do início ao fim.
Já havia deixado de acompanhar o trabalho do Van Damme, mas seus textos tem me deixado com vontade de voltar a acompanhar o trabalho do cara. Irei assistir esse certamente.
ResponderExcluirApesar dele ter me decepcionado com seus filmes nos últimos anos, eu meio que torço pra que ele de a volta por cima, e particularmente acho bacana que aos poucos está conseguindo. Deve ser essa coisa de ídolo de infância sabe como é.
Só por curiosidade, já assistiu The Eagle Path? Será que presta?
Rapaz, estou louco pra ver o The Eagle Path e até hoje nada!
ResponderExcluirEu tbm to seco pra conferir o The Eagle Path. Li em algum lugar que sai em DVD dia 20 de Junho... agora é esperar.
ResponderExcluirEu tbm sou um daqueles que estão retornando a acompanhar a carreira do Van Damme. É ótimo ver o cara em forma novamente e se cercando de gente talentosa.