O novo trabalho do dinamarques Nicolas Widing Refn é o que podemos chamar de um curioso experimento perturbado. O ótimo Mads Mikkelsen interpreta uma versão hardcore e silenciosa de seu personagem em FÚRIA DE TITÃS. Aqui ele é um alegórico guerreiro caolho e mudo que parte com um grupo de Vikings cristão em uma jornada surtada à terra Santa. Em tempos de cenários formatados em 3D e criados em CGI pós-SENHOR DOS ANÉIS, VALHALLA RISING é um frescor! Com um fiapo de roteiro, Refn consegue hipnotizar o espectador com uma estética fora do comum no cinema atual e compensa totalmente uma possível falta de conteúdo nos brindando com momentos de rara beleza de imagens e sons sem deixar de lado o impacto causado pela violência e brutalidade explícita praticada pelo protagonista sobre suas vítimas.
O que realmente pega em VALHALLA RISING é que o filme é aparentemente bastante vago para justificar seu projeto e comportar 90 minutos de duração. Na verdade, o filme possui conteúdo, mas é preciso ter um conhecimento prévio da mitologia viking, e como eu não tenho, fiquei boiando. Os diálogos são escassos, os personagens pouco fazem além de andar pelos cenários e Refn preenche muito de seu tempo com imagens das paisagens, imagens belíssimas, diga-se de passagem, mas que podem afugentar o espectador que espera acompanhar de fato uma trama bem definida.
Confesso que isso não me incomodou. Conversando com o Leandro Caraça, ele associou VALHALLA ao AGUIRRE de Herzog. Um filme que segura o espectador mais pela força de suas imagens que pela trama em si, até porque se formos parar pra pensar, uma boa parte do filme do alemão maluco é uma espécie de embacarção rumando sem destino por um rio. Mas alguém consegue desgrudar os olhos da tela? Sei que é bem mais difícil aqui, mas quem conseguir embarcar nesta poesia visual e sonora de Nicolas Winding Refn, vai ser bem recompensado.
Acho difícil não entrar na minha lista de melhores filmes no fim do ano...
Nossa, babei!
ResponderExcluiracabei de ver e achei uma merda
ResponderExcluirHehe, alguém tinha que achar...
ResponderExcluiracabei de escrever sobre o filme no meu blog, já tô percebendo que serei o único da blogosfera a meter o pau nesse filme...
ResponderExcluirtô com todos do Refn em casa pra ver, mas nunca consigo. Quem sabe agora que tá meio mundo vendo o Valhalla eu lembre de ver...
ResponderExcluirValhalla é filme mais diferente da carreira dele.
ResponderExcluirNa minha opinião esse é um dos melhores diretores da atualidade, quem viu Bronson sabe do potencial dele.
ResponderExcluir> Valhalla é filme mais diferente da carreira dele
ResponderExcluirfoi o primeiro em que senti o ego na frente do artista
O Heráclito odeia esse filme mais que o Capitão Gancho odeia o Peter Pan!
ResponderExcluirHahahahaha!
ResponderExcluiro problema é se colocar diante de uma "oferta" já com o recipiente de conteúdo cheio, ocupado, de maneira mecanicista e cristão...
ResponderExcluirpois o filme trada justamente da transição do mundo pagão, nordico, viking com sua potência inerentemente agressiva e lacônica para a submissão do cristianismo...
o personagem 1olho, representa o espírito pagão, viking, com toda a sua mitologia organizada na bravura e agressividade, sendo sobreposto pelo cristianismo, isso fica claro quando ele ergue um totem de pedras, relação direta com as pedras runicas. O menino é o único que ouve o 1olho porque este menino é o novo espírito nordico, entre paganismo e cristianismo. Leituras literais de filmes não literais só podem resultar em fracasso e comentários como "esse filme é uma merda", é um filme para ser entendido, não somente curtido como qualquer filme estadudinense... o único problema do filme é a língua falada neste, deveria ser o finlandes antigo...