29.8.08

Cinema em alta voltagem

Ford? Hawks? Mann? Peckinpah? Hellman? todos juntos?

Que nada! É simplesmente um sujeito chamado David Von Ancken e seu belíssimo SERAPHIM FALLS, de 2006, que passou despercebido aqui no Brasil.

Mais sobre ele aqui.

28.8.08

ROLLING THUNDER (1977)


direção: John Flynn
roteiro: Paul Schrader

Como disse o amigo Daniel The Walrus, o fato de não terem lançado Rolling Thunder ainda em DVD deveria dar cadeia pra alguém. E eu concordo plenamente com ele! O filme é um dos pioneiros em tratar sobre traumas da guerra do Vietnã e uma aula de como filmar boas e velhas cenas de ação com bastante tiroteio e sem frescura. O roteiro é de ninguém menos que Paul Schrader (de Táxi Driver) e quem assina a direção é John Flynn, um dos maiores mestres do cinema americano, que morreu ano passado praticamente esquecido.

A história gira em torno do major Charlie Rane (William Devane) que, ao retornar traumatizado do Vietnã, onde fora aprisionado e sofreu altas doses de tortura, descobre que sua mulher está apaixonada por outro cara e seu filho não se lembra mais dele direito. A situação ainda piora quando recebe um presente de boas vindas da população, um baú contendo uma grande quantia em moedas, e uma gangue de mexicanos invade sua casa querendo o dinheiro. Após acontecer uma tragédia desgraçada, onde perder a mão direita é apenas um detalhe, Charlie despiroca de vez e decide se vingar dos mexicanos.

Para isso, ele conta com a ajuda de Linda (Linda Haynes, que fez uma das putas invejosas que mencionei no meu texto sobre Coffy, de Jack Hill) para localizar suas vítimas e seu amigo Johnny para cuspir bala em cima dos mexicanos numa seqüência alucinante realizada no melhor estilo do cinema de ação da época, com muito sangue e alta contagem de corpos. Tommy Lee Jones, ainda novinho, é quem dá vida ao personagem do amigo, que também sofreu torturas durante a guerra e voltou pra casa meio deslocado.

O filme inicialmente seria produzido pela Fox, mas por causa da quantidade de violência imposta pela narrativa, principalmente no final, a produtora resolveu vender o material para a American International Pictures, uma organização menor e independente. Ao passar do tempo, recebeu seu status de filme cult. Agora só falta ser lançado no mercado para que os cinéfilos desta geração possam redescobri-lo...

25.8.08

STREET KINGS (2008)

aka OS REIS DA RUA
diretor: David Ayer
roteiro: James Ellroy, Kurt Wimmer e Jamie Moss

Eu li por aí que muita gente não gostou de STREET KINGS, então fui assistir sem esperar muito e acabei me surpreendendo. Obviamente não se trata de um filme que preza pela originalidade e alguns diálogos dão aquela sensação de “putz, já vi isso em outro filme”, e por mais que o diretor David Ayer possua algumas afetações típicas dos atuais realizadores de filmes policiais, ele consegue um resultado equilibrado impondo um ritmo que mantém o espectador ligado do início ao fim.

Ayer já trabalhou como roteirista de filmes policiais como Dia de Treinamento, mas neste aqui resolveu ficar somente atrás das câmeras. É apenas seu segundo trabalho como diretor. O roteiro ficou por conta de Kurt Wimmer, Jamie Moss e do escritor James Ellroy (autor de Dália Negra) que o escreveu ainda nos anos noventa. Durante esse período, vários diretores estiveram ligados ao projeto como Spike Lee, David Fincher e Oliver Stone.

O elenco é bom, com exceção de Keanu Reeves que há mais de 20 anos se repete e acaba tirando o lugar de um ator mais competente para viver seus personagens, aliás, o que temos aqui é um ótimo personagem construído com bases do neo-noir, um detetive beberrão e melancólico sofrendo a morte da esposa e que age contra os protocolos da justiça, matando a sangue frio os bandidos e sendo acobertado pelo seu superior vivido Por Forrest Whitaker, excelente como sempre, um monstro que se sobressai ao lado do ator de Matrix. O elenco ainda conta com Chris Evans (o Tocha-Humana do Quarteto Fantástico), Hugh Laurie (protagonista da série House) e vários outros.

A trama é bastante elaborada, como de praxe dos materiais que vem de Ellroy, e não adianta eu ficar dissertando sobre ela. Como eu disse no início, não há nada de muito original e algumas situações poderiam ser melhores resolvidas e acabam saindo forçadas, mas não deixa de ter bons momentos de tensão e ação com uma boa dose de violência – o que realmente ganha muitos pontos comigo – como na cena onde Keanu e Evans vão na casa dos traficantes ou o impagável final quando Whitaker dá um show de atuação e depois cai na porrada com Keanu.

20.8.08

HELLBOY II - THE GOLDEN ARMY (2008)


diretor: Guillermo del Toro
roteiro: Guillermo del Toro

Não li uma história em quadrinhos sequer do Hellboy e praticamente tudo que conheço sobre o personagem foi através do cinema. Digo isso pra vocês saberem que o meu nível de exigência com o herói é zero. Quando paro pra ver um filme como HELLBOY, minha única exigência é com a minha diversão, sem me preocupar se as fidelidades e os elementos que o processo de transposição de HQ para o cinema estão de acordo. Se por um lado, sou um ignorante em relação ao personagem, por outro sou um grande apreciador da obra do homem que realizou os dois filmes do herói: Guillermo del Toro.

Em O LABIRINTO DO FAUNO, Del Toro chegou no ápice no sentido de colocar pra fora todo universo de fantasias e criaturas que estavam enjaulados em sua cabeça esperando uma oportunidade pra virar um deslumbre cinematográfico. Esse universo é incrivelmente aproveitado em HELLBOY. Digo mais uma vez: não sei se nos quadrinhos o mundo de Hellboy é tratado com tamanha variedade de criaturas e cenários mitológicos, mas tenho certeza que para o cinema, Del Toro deixou sua marca e explorou ao máximo suas obsessões pela fantasia, principalmente neste HELLBOY II.

Pra melhorar ainda mais a favor de Del toro, e pra nossa obviamente, o diretor demonstra uma excelente capacidade de realizar cenas de ação, de pancadaria, sabendo utilizar efeitos de computação gráfica e todos os recursos que têm em mãos não deixando o filme esfriar em momento algum, embora ainda haja um excesso de gracinhas desnecessárias do roteiro e romances melosos, o que não chega a incomodar tanto, mas às vezes enchem o saco.

A cena em que Hellboy e o Dr. Krauss (um dos personagens mais fascinantes do filme) enfrentam o tal Exército de Ouro é grandiosa e digna para provar que Del Toro, dentro de seu cinema específico, é um dos melhores e, provavelmente, a escolha certa de Peter Jackson para a adaptação de O Hobbit, que particularmente não vejo graça alguma, mas nas mãos do diretor de HELLBOY, pode ser que a coisa funcione de forma mais interessante como é o caso deste aqui, que está longe de ser perfeito, mas atende tranquilamente a exigência que faço quando vou ver um filme como este.

18.8.08

COFFY (1973)


direção: Jack Hill
roteiro: Jack Hill

Excelente exemplar do cinema blaxploitation, autêntico clássico do gênero, e não apenas por dispor da musa Pam Grier como protagonista, talvez a maior estrela deste nicho, mas para um filme exploitation de baixo orçamento, COFFY é surpreendentemente bem filmado, escrito, com personagens marcantes. Crédito do diretor e roteirista Jack Hill que teve muito bom gosto nas suas escolhas visuais e na forma como parece deixar seu elenco livre e confortável para representar cada um o seu papel.


O filme traz Pam Grier como Coffy, uma exuberante enfermeira que resolve se vingar dos traficantes que colocaram sua irmã mais nova no mundo das drogas e espancaram um policial que não se vendeu para o mundo do crime. É uma premissa bastante simples, e na verdade o único sentido nisso tudo é que, se tivesse oportunidade, Coffy colocaria uma bala na cabeça de todos os traficantes da face da terra. Mas são os detalhes  e a maneira como Hill conta sua história que tornam o filme especial. E Pam Grier possui muita personalidade pra encarar uma personagem com bruto desejo de vingança e o apelo sexual, elementos que já elevam o filme num nível superior.


 

Só pra ter uma noção, logo no inicio, ela age como uma espiã sexy disfarçada de prostituta. Através de seus atributos físicos, convence fácil um traficante a levá-la para um apartamento prometendo de tudo e mais um pouco. Já no local, ela surpreende o público ao tirar da bolsa uma garrucha e estourar a cabeça do sujeito com as calças arriadas. É tudo questão de estilo, algo que Pam Grier tem de sobra pra fazer a cena funcionar com timing perfeito, independente dos exageros típicos do gênero.

Há uma cena bem hilária onde Coffy acaba na casa de uma drogada lésbica para conseguir algumas informações sobre o caso do seu amigo policial. As coisas esquentam e as duas começam a brigar e de repente aparece a namorada da moça, uma negra do tamanho do Shaquille O’neal que confunde a situação achando que as duas estavam botando as aranhas pra brigar (se é que me entendem). E aí o pau come de verdade, mas Coffy dá no pé, já que seria impossível enfrentar aquele mamute.

 

Pois bem, Coffy descobre que um cafetão chamado King George possui contato com os grandes chefões da máfia, mas em especial, Vitroni, que é o gangster por trás do acontecido com o seu amigo policial. Mais uma vez, ela se disfarça de prostituta para se infiltrar na organização. A primeira impressão que ela causa é de inveja nas outras garotas por conta de seus atributos "artísticos". Numa festa promovida pelo gigolô (que usa umas roupas supimpas!) está presente o alvo de Coffy, e é o momento de usar toda sua sensualidade para impressionar. Mas de cara acontece algo absurdamente impagável. Coffy cai na porrada com as putas invejosas com direito a muita pagação de peitinho, gilete no cabelo e sangue pra todo lado. E é justamente o que chama a atenção de Vitroni.


Escolhida para uma noite de amor com o traficante, Coffy se prepara para a hora da vingança, mas é surpreendida por um capanga que impede que ela mate seu chefe. Coffy acusa o pobre King George como mandante do assassinato. Daí surge então outra seqüência antológica para os amantes do cinema exploitation. O gigolô é arrastado pelo o pescoço por uma corda amarrada no carro dos bandidos de Vitroni. E lá se vai mais uma dose de muito sangue espalhado por quarteirões. Enquanto isso, Coffy dá seus pulos pra escapar e meter muita bala durante o resto do filme, que ainda guarda muitas surpresas como uma rede de corrupção que envolve personagens ambíguos e inesperados e não quero ficar aqui contando tudo, embora já tenha contado até demais...


Dos filmes do diretor Jack Hill que eu vi, Coffy é o meu preferido. Possui todos os elementos que se poderia esperar de um filme como este e vai mais além criando personagens profundos e até mesmo inovando em alguns pontos da essência do Blaxploitation. Normalmente, os filmes deste estilo eram protagonizados por homens, policiais, traficantes ou drogados que usavam a mulher como objeto sexual. E Jack Hill, que é branco, chega com Coffy, um dos primeiros filmes do gênero onde temos uma heroína que luta contra as drogas e representa a força da mulher na personificação perfeita de Pam Grier.

14.8.08

FIRST SNOW (2006)

aka MARCAS DO PASSADO
direção: Mark Fergus
roteiro: Mark Fergus, Hawk Ostby

Se estão pensando que só vou falar de tralha velha por aqui estão enganados. First Snow é um exemplo disto. O roteirista de Homem de Ferro e Filhos da Esperança, Mark Fergus, ataca na direção com este neo-noir de 2006 que nem se atreveu a passar nos cinemas brasileiros, indo mofar direto nas prateleiras das locadoras sem muita publicidade. Injustamente, porque é um bom filme com o elenco encabeçado pelo britânico Guy Pearce e ótimos coadjuvantes como J. K. Simmons (o J.J.Jameson de Homem Aranha) e William Fichtner, que teve uma pequena participação no novo Batman como o banqueiro que reage contra o assalto no início do filme.

Quando se fala em Neo-noir, já vem na mente aqueles filmes policiais que remetem ao gênero dos anos 40 e 50, e o pôster de First Snow acentua ainda mais essa noção. Mas o filme segue outro caminho, a história é um quebra cabeça que vai se juntando aos poucos formando um drama com elementos de thriller e um protagonista, cujo passado ambíguo, revela-se um autentico personagem do noir.

Jimmy Starks (Pearce) é um homem de negócios que acaba numa região à beira da estrada com o carro quebrado. Sem muita coisa pra fazer enquanto espera o conserto do carro, decide deixar que um médium (Simmons) leia sua mão e descobre que seu fim pode estar mais próximo que espera. A partir daí o roteiro passeia sobre questões como morte, paranóia e redenção.

É óbvio que First Snow não iria fazer muito sucesso nos cinema. O filme possui um andamento lento e não traz nada de novo em termos de estrutura narrativa ou linguagem cinematográfica. A direção é correta, e Guy Pearce seria o único atrativo aparente, embora não seja um ator que atraia muito público, mas seu trabalho aqui merece o destaque que não teve.

12.8.08

DEMENTIA 13


De onde raios saiu esse nome Dementia 13? É o que alguns de vocês devem estar se perguntando, ou não? Além de ser um nome bacana para um blog que possui uma proposta como este aqui, Dementia 13 é o título de um dos primeiros filmes do diretor americano Francis Ford Coppola.

O filme foi produzido em 1963 pelo grande Roger Corman, quando este dirigia The Young Racers na Irlanda (Corman é o rei das produções de baixo orçamento e filmar em locações de pequenos paises europeus sai muito mais barato do que filmar nos Estados Unidos) e o jovem Coppola era seu assistente de direção. Para Dementia 13, Coppola reaproveitou o cenário e os atores do filme de Corman.

O número 13 do título aparece simplesmente porque já existia um filme de 1955 chamado Dementia. A realização de Coppola não é uma obra prima do cinema de horror, mas é um bom filme carregado de clima, estética gótica estilo Mario Bava, um pouco de violência e já demonstrava a criatividade do diretor que viria ainda fazer obras primas como a trilogia O Poderoso Chefão, A Conversação e Apocalypse Now. Chegou a ser lançado em DVD no Brasil numa versão vagabunda ripada de um VHS, mesmo assim vale como curiosidade tanto para os fãs do terror, quanto para os admiradores do diretor.

10.8.08

DANGER: DIABOLIK (1968)


direção: Mario Bava
roteiro: Arduino Maiuri; Brian Degas; Tudor Gates e Mario Bava

O diretor italiano Mario Bava é mais conhecido por ser um mestre do horror nos 60 e 70, tendo realizado diversos clássicos como A MÁSCARA DO DEMÔNIO, OPERAZIONE PAURA, LISA E IL DIAVOLO e muitos outros. Com DANGER: DIABOLIK, Bava debruça em um gênero que ainda não havia explorado: filmes baseado em quadrinhos. E foi a prova da versatilidade do diretor. Ao aproximar o seu talento com o design atmosférico de cenários cinematográficos para um projeto de baixo orçamento, Bava alcançou um resultado visual extremamente original. O filme foi produzido pelo lendário Dino DeLaurentiis e estralado por John Phillip Law, que possuía características físicas semelhantes ao personagem criado pelas irmãs Angela e Luciana Giussani.

Diabolik é o autêntico anti-herói cuja diversão é roubar por simples prazer. Sua parceira no crime é a belíssima Eva Kent (Marisa Mell). Juntos, formam uma equipe perfeita de terroristas que deixam o cabelo da polícia em pé. Mario Bava construiu um incrível universo psicodélico para narrar suas aventuras no cinema. Isso fica claro já na primeira sequência em que vemos Diabolik em ação. Depois de roubar o dinheiro da policia, jogá-lo em sua lancha e mergulhar na água, a câmera roda freneticamente criando um caleidoscópio de cores onde entram os créditos, sem contar o acompanhamento musical das geniais partituras de Ennio Morricone.

A principal pedra no sapato de Diabolik é o inspetor Ginko, vivido pelo grande ator francês Michel Piccoli, que procura de todas as formas anular o personagem mascarado. Outro inimigo é Valmont (Adolfo Celi), um chefão do crime organizado que também tenta se livrar de Diabolik para manter sua hegemonia no mundo do crime. Ao longo de toda projeção, o herói (ou vilão?) tem de lidar com essas duas figuras e seus capangas. O filme tem um ritmo bastante intenso e a todo instante vemos Diabolik em seu jaguar preto (ou branco, depende da ocasião) em perseguições ou praticando um roubo altamente calculado.


DANGER: DIABOLIK funciona não somente como uma das melhores adaptações de história em quadrinhos, mas como um exercício de estilo, uma experiência visual e também uma surpresa para os fãs do diretor acostumados com os tons pesados de seus filmes de horror gótico que contrastam com a luminosidade colorida e psicodélica desta verdadeira obra de arte do cinema.

8.8.08

VANISHING POINT (1971)


aka CORRIDA CONTRA O DESTINO
direção: Richard C. Sarafian
roteiro: Guillermo Cabrera Infante

Kowalski (Barry Newman) é um dos personagens mais interessantes e enigmáticos do cinema americano. O sujeito lutou no Vietnã, foi policial e piloto de corrida e agora trabalha como entregador de carros. Seu serviço mais recente é levar um Dodge Challenger branco (o mesmo carro que Tarantino homenageia em Death Proof) de Denver para San Francisco em apenas dois dias. Para botar ainda mais lenha na fogueira, Kowalski aposta com o seu revendedor local que consegue fazer o percurso muito antes do tempo previsto e pisa fundo pelas estradas!

Os primeiros policiais que tentam pará-lo são botados pra fora da estrada. A partir daí, somos levados ao passado do personagem num flashback que mostra o trauma de quando ele ainda era um policial, e provavelmente explica o motivo de tê-los colocado pra fora sem hesitar. Ao longo de todo o filme ocorrem esses flashbacks que evocam diferentes períodos da vida de Kowalski. O trabalho de edição é um dos grandes atrativos e monta um quebra-cabeça perfeito com a vida do personagem.

Quando a informação do rádio da policia sobre a perseguição é captada por um DJ cego chamado Super Soul (Cleavon Little), o protagonista em alta velocidade começa a receber uma ajudinha, além de ter seus 15 minutos de fama. Super Soul “enxerga” a situação como uma metáfora para a liberdade e chama Kowalski de “o último herói americano”. E de certa forma é irônico como o DJ cego torna-se os olhos de Kowalski nas estradas, avisando sobre bloqueios policiais além de inspirá-lo com seu entusiasmo expressivo e com as musicas porretas da época.

Durante o trajeto pelas estradas americanas, Kowalski não poderia deixar de deparar com várias figurinhas bizarras, como o individuo num carrinho estranho que tenta apostar uma corrida e acaba pra fora da estrada, ou o casal gay que pega uma carona e tenta roubar o nosso herói. Ainda há o caçador de serpentes que ajuda Kovalski a se esconder de um helicóptero em pleno deserto e um motoqueiro hippie que além de fornecer um pouco de anfetamina e ter uma mulher que pilota uma moto completamente nua, ajuda-o a passar por um bloqueio policial de forma criativa. É interessante um ultimo e surreal encontro de Kowalski com uma mulher (Charlotte Rampling) que acaba evocando a lembrança da namorada que morreu tragicamente alguns anos antes.


Assim como a incrível direção de Richard C. Sarafian, outro elemento que se destaca bastante é o roteiro de Guillermo Cabrera. É escrito com diálogos simples ao mesmo tempo em que tudo acontece de maneira estranhamente poética com algumas sacadas originais como a brincadeira cronológica do início mostrando o final, deixando bem claro que Vanishing Point não é apenas virtuosas seqüências de ação com carros em alta velocidade, mas realmente existe uma história cativante, uma jornada existencialista, por trás de tudo.

Recomeço...

Pronto, nem demorou muito e já estou aqui de novo. Sem divagações profundas desta vez, o blog vai ser levado de maneira informal, tentando trazer até vocês o melhor e o pior do cinema físico e fantástico ou o que vier na telha independente de gênero. Espero que gostem.

Sejam bem vindos ao Dementia 13.