24.8.12
NO RETREAT, NO SURRENDER 2 (1988)
Este aqui é uma lindeza de filme, mas prefiro o título original no qual fora produzido: RAGING THUNDER. Genérico, clichê e sem qualquer sentido! Mas quem se importa? Depois, no entanto, os produtores tiveram a "brilhante" ideia de encorporá-lo como um exemplar da série NO RETREAT, NO SURRENDER, que já comentei por aqui no blog, cuja principal importância para a história do cinema mundial foi ter apresentado ao mundo um certo ator belga que faria a alegria da moçada na década seguinte. Só que RAGING THUNDER, ao menos, torna a fita mais “independente”, já que não possui nada que faça ligação com o filme anterior. Em outras palavras, fiquem à vontade para assistir a este aqui sem se preocupar em conferir o primeiro. Não vai fazer diferença alguma.
Não sei a que fim levou Kurt McKinney (que trocou o cinema de luta por um casamento), o protagonista do primeiro NRNS, mas aqui é substituido pelo Loren Avedon, que interpreta um kickboxer americano (saudade dos tempos quando os heróis dos filmes de ação ainda possuiam a profissão “kickboxer” e isso quase bastava para desenvolver uma trama) que viaja até a Tailândia e se vê envolvido numa situação perigosa quando sua namoradinha à distância (para os mais novos, naquela época não havia internet e as pessoas se correspondiam através de um papel escrito à mão, chamado carta) é sequestrada por uns russos que, dentre várias atividades, traficar humanos parece ser uma das mais rentáveis. Avedon, então, une forças com a Cynthia Rothrock e um outro americano maluco e enfrenta um verdadeiro exército para salvar a vida da mocinha.
Saudade, também, do tempo em que o herói deveria apenas salvar a mocinha… É que 80% dos filmes de ação da atualidade é protagonizado por metrossexuais com conflitinhos psicológicos banais, cheio de complexidades e missões exacerbadas, mas não aguentariam 30 segundos com um Loren Avedon, Jeff Speakman ou Billy Blanks no mano a mano (o Liam Neeson não faz parte dos 80%, Kurt).
Depois do desabafo habitual, me lembrei que NRNS 2 também foi dirigido pelo Corey Yuen, então existe ao menos essa relação com o filme anterior, que apesar de ser legalzinho, este aqui o supera com folgas, é bem melhor em todos os sentidos. Yuen utilizou a mesma equipe do departamento de ação de BLONDE FURY, com a Rothrock, e que arrebenta nesse tipo de cena. O diretor desta vez foi às favas com aquela mensagenzinha de “acreditar em si mesmo e blá blá blá” do filme anterior e substituiu com doses brutais de pancadaria e ação.
Loren Avedon nunca vai ganhar um Oscar pelo conjunto da obra, mas o sujeito é um lutador extremamente talentoso e não fica muito atrás dos especialistas no assunto lá do oriente. Da mesma forma Rothrock, que dispensa apresentação (aliás, eu sou o único que acha ela uma tetéia?). Mas para os apreciadores da moça, já aviso que se estão procurando performances interessantes dela por aqui, vão sair desapontados. Recomendo o já citado BLONDE FURY ou RIGHTING WRONGS (ambos do Yuen) para conferir do que a bichinha é capaz! O “chefão dos bandidos” da imagem aí de cima é o alemão fortão Matthias Hues, fazendo sua estréia no cinema, substituindo o papel que seria de Jean Claude Van Damme (que pulou fora para fazer O GRANDE DRAGÃO BRANCO). Responsabilidade! Mas a luta final entre ele e Avedon é épica! Um dos momentos dignos de antologia da era dos kickboxer movies!
Uma curiosidade é que Hues não era bem um especialista em lutas. Nunca havia feito cenas desse porte, contracenando com lutadores e encarando coreografias elaboradas. Era apenas um cara visualmente forte... Então, colocaram o sujeito para treinar intensivamente com o lendário ator e coreógrafo Hwang Jang Lee. Passado algumas semanas, chegou o momento de filmar a tal luta final e... bom, basta conferir no filme o belíssimo resultado.
Pretendo continuar escrevendo nos próximos posts sobre as “continuações” de NO RETREAT NO SURRENDER. O terceiro filme da série chegou aqui no Brasil com o título de OS IRMÃOS KICKBOXERS, é um autêntico clássico do gênero e possui papel importante na minha formação cinéfila (foi o primeiro kickboxer movie que assisti na vida!). O quarto capítulo nunca recebeu o título NO RETREAT, NO SURRENDER, mas chegou a ser lançado em alguns países como KARATE TIGER 4 (mais uma maneira na qual a série NRNS foi veiculada). Estamos falando de THE KING OF THE KICKBOXERS. E como também possui o Loren Avedon, não dá para não considerar parte da franquia.
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Cara, eu tinha esquecido esta pérola. Totalmente oportuno revê-la, já que "Mercenários 2" está sendo lançado e as obras são parentes espirituais. Realmente dá saudades dos tempos em que os heróis queriam apenas salvar a mocinha e planejavam fazê-lo com um método simples, porém eficaz: violência excessiva contra todos os envolvidos no inconveniente. E a propósito, o que aconteceu com o Billy Blanks? Aquele cara era cabuloso. Vilão totalmente convincente naquele filme do kickboxer que vai desbaratar produtores de snuff movies. Acho que era "O Rei dos Kickboxers"). Aliás, você tem toda razáo quanto à "ocupação" de kickboxer naquela época.: bastava o personagem se identificar (ou ser identificado por terceiros) como "kickboxer" para saber que o cara era foda, estava provavelmente em busca de vingança e ia meter porrada em determinado grupo de individuos que estavam ameaçando os fracos e oprimidos.
ResponderExcluirPutz... Rs... Acabei de perceber que meu comentário ficou parecendo diarréia verbal de alguém que acabou de fumar muita metanfetamina.
ResponderExcluirKurt, Billy Blanks agora se dedica ao tae Bo, uma espécie de arte marcial dançante que ele inventou. Seus filmes eram bem legais... se quiser fazer uma busca aqui no blog, vai encontrar uns filmes dele. Hehe!
ResponderExcluirNão me recordo de ter visto qualquer uma dessas sequelas e Portugal, apesar do primeiro filme até ser bastante conhecido entre os fãs de pancadaria aqui destes lados.
ResponderExcluir--
Pedro Pereira
http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
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