31.8.09

RESPOSTA ARMADA (Armed Response, 1986), de Fred Olen Ray

Último post do mês será sobre esta pérola meio obscura dos anos 80, que é o típico filme que me conquista só de ver o pôster com os nomezinhos de David Carradine e do grande Lee Van Cleef juntos, fazendo expressões de poucos amigos. De cara já dá pra perceber que a diversão é garantida com RESPOSTA ARMADA, um filme de ação sem frescuras e sem compromisso, que não está nem um pouco a fim de se tornar um clássico do gênero ou coisa parecida, em compensação, é uma experiência totalmente agradável para os autênticos fãs de cinema classe B.

A trama é bem simples, centrada na família Roth, cujo pai, Burt (Cleef), e seus filhos Jim (Carradine), Clay (David Goss) e Tommy (Brent Huff), tornam-se alvos de um mafioso oriental, Akira Tenaka, vivido pelo ator japonês Mako, depois de tomarem posse de uma estátua que possui certo valor para o gangster. Como não estamos lidando com nada muito original ou complexo por aqui, o enredo acaba sendo movido mesmo pelas cenas de ação que acontecem ao longo da trama e, claro, pelas figuras ilustres que vão surgindo, interpretados por algumas estrelas dos filmes de baixo orçamento que já estamos acostumados a encontrar neste tipo de produção.

Além de Carradine, Cleef e Mako, o elenco se completa com participações de Dick Miller, o bizarro Michael Barryman e Ross Hagen. Impossível não se divertir com um elenco deste porte. Mas é o gafanhoto David Carradine quem deixa sua marca com uma ótima atuação. Seu personagem, o único com espessura, é um veterano do Vietnã que encara o problema como um verdadeiro soldado traumatizado pela guerra. Ah, mas meu personagem favorito é sem dúvida o calejado Lee Van Cleef, que está muito bem no papel do velho rabugento que não leva desaforo para casa e mesmo com a idade já avançada, participa da ação tranquilamente distribuindo chumbo e sopapos para cima dos bandidos.

A direção é do Fred Olen Ray, eu costumo a dizer que ele é uma espécie de herdeiro de Joe D’Amato e Jess Franco em termos de quantidade produtiva. O sujeito realiza mais filmes em um ano do que o Manoel de Oliveira em 100. Exageros a parte, a maioria são tralhas, mas são das boas, daquelas que divertem facilmente os entusiastas do bom e velho cinema de baixo orçamento, como este belo exemplar aqui.

RESPOSTA ARMADA foi lançado no mercado de VHS aqui no Brasil.

29.8.09

Filmes recentes...

Alguns filmes da nova safra que eu andei vendo, começando com esta belezinha chamada THE HURT LOCKER (2008). Precisou de uma visão feminina para sair um filme realmente bom sobre a guerra do Iraque, talvez porque Kathryn Bigelow não esteja tão preocupada em denúncias ou panfletagens, é mais provável que seu sucesso seja porque o núcleo narrativo se concentra apenas no drama dos homens que estão lá realizando seus trabalhos. É uma visão muito interna da guerra. Basicamente, o enredo se resume em documentar a rotina de um esquadrão anti bombas do exército americano em Bagdá, um trabalho que coloca em risco a vida de muitos homens, principalmente quando um dos protagonistas do filme, um perito em desarmar bombas, é um sujeito que está pouco se lixando em correr riscos desnecessários. Bigelow trabalha o tema minuciosamente, mas as seqüências nunca caem para o didatismo de uma forma negativa, ela utiliza esta ferramenta para criar uma atmosfera de tensão das mais eficazes e a cada bomba desarmada ou situação que envolva uma carga de ação se torna uma verdadeira aula de cinema. Melhor e o mais ousado filme sobre a esta guerra estúpida.

G.I. JOE - A ORIGEM DO COBRA (2009), baseado nos bonecos que eu brincava quando ainda era moleque, é diversão abobalhada. Poderia ter se saído muito melhor? Talvez, mas poderia ser bem pior também. O roteiro é o clichezão de sempre, com um cientista maluco, uma poderosa arma em mãos, uma base/esconderijo submarino e o grupo de heróis tentando salvar o mundo. Os diálogos são fraquíssimos, há um excesso de flashbacks para encher lingüiça, os atores são ruins, mas e daí? o bom é que é rápido, tem muita ação, climão de desenho animado dos anos oitenta, sem muita frescura. Toda a sequência de ação em Paris é bem bacana. Desligue o cérebro um bocado e divirta-se.

SE BEBER, NÃO CASE (The Hangover, 2009) conta a estória de quatro sujeitos que vão à Las Vegas para realizar a despedida de solteiro de um deles. Acordam no outro dia sem se lembrar de nada e justamente o futuro marido está desaparecido. Os outros três terão que reconstruir os fatos da noite anterior para entender o que aconteceu e encontrar o amigo sumido. E aí se vão 100 minutos de situações engraçadíssimas envolvendo, entre tantas coisas, um bebê, uma striper, um tigre, um japonês mafioso que sai pelado de dentro do porta malas e até mesmo o Mike Tyson! Além do ótimo roteiro, o elenco é outro grande destaque. Uma das melhores comédias que eu vi este ano.

Os dois últimos filmes que eu irei comentar são exatamente o extremo oposto um do outro. TOKYO SONATA (2008) é um grande filme, último trabalho do mestre Kiyoshi Kurosawa, um dos meus diretores orientais favoritos ainda em atividade ao lado de Takashi Miike, Takeshi Kitano, Tsai Ming Liang, Ji-woon Kim, Johnnie To e alguns outros que eu não devo estar me lembrando. No filme, Kurosawa desconstrói uma família japonesa a partir dos conflitos internos de cada membro, como o pai, por exemplo, que perde o emprego e tenta manter escondido da mulher e dos dois filhos.

O que me impressiona nos filmes deste cara, além da estética apurada, é como ele possui uma maneira tão singular de fazer cinema, independente do material. Um drama familiar com este aqui possui os mesmos elementos e estilo narrativo que “seus” filmes de terror. E “seus” é com aspas mesmo, porque os filmes de terror de Kurosawa possuem características que o diferem de qualquer outro diretor, exatamente porque não utiliza os elementos que o cinema de terror costuma utilizar. Posso até estar exagerando, mas arrisco a dizer que o grande nome do horror atual é o de Kiyoshi Kurosawa. Mas isso é argumento para uma análise mais aprofundada que eu não pretendo fazer e nem poderia. Sobre TOKYO SONATA ainda, só digo que é um dos melhores filmes de 2009, sem duvida alguma.

E se o filme acima é um dos melhores do ano e este aqui é extremo oposto, então já deu pra sacar qual é a do MEGA SHARK VS GIANT OCTOPUS (2009). Não, infelizmente desta vez não é o caso de filme que de tão ruim chega a ser bom. E olha que eu adoro as tralhas que de tão toscos, mais divertidos e engraçados ficam. Aqui a coisa é feia! Tem que ser muito, mas muito fã da produtora The Asylum para gostar de uma bagaceira como esta. Mas vamos lá. Eu não ligo para as atuações péssimas (Lorenzo Lamas e Debbie Gibson?! Demais!), nem para os furos e estupidez de roteiro, muito menos para efeitos especiais horríveis, estilo o seriado do Hércules que passavam no SBT. O problema é que o filme simplesmente não cumpre o que promete! O título já supõe que os dois animais se enfrentarão, mas a batalha praticamente não acontece, é pura enrolação durante todo o filme, e quando finalmente parece que vai ter o quebra pau, antes que você consiga dizer “papibaquígrafo”, a luta já acabou. Claro que a Asylum, não ia conseguir bancar o filme que eu pensava que seria, mas não imaginei que chegasse a este ponto.

Mas nem tudo está perdido. Ao mesmo tempo em que temos aqui um dos piores filmes do ano, temos também uma das cenas mais geniais e que pode ser visto no vídeo abaixo. Enjoy, folks!

27.8.09

O GOSTO DA VINGANÇA (A Bittersweet Life, aka Dalkomhan insaeng, 2005), de Ji-woon Kim

Revi O GOSTO DA VINGANÇA ontem. Sempre gostei do filme, mas não lembrava de muitas coisas, por exemplo de como Ji-woon Kim faz um trabalho poético muito convincente que mistura neo noir com filme de ação em um profundo estudo de personagem. Ah, mas eu me lembrava da pancadaria e da violência que rola solta, pontuando a narrativa com ótimas sequências. Não sei porque acabei não escrevendo sobre o filme quando vi na época. Não posso perder esta oportunidade agora. E se você ainda não viu, não sei o que está esperando...

Ji-woon Kim, que dirigiu o ótimo filme de terror A TALE OF TWO SISTERS (aqui no Brasil recebeu o título de MEDO) e THE GOOD, THE BAD AND THE WEIRD (que eu não sei se passou aqui no Brasil, mas é bem legal), também roteiriza O GOSTO DA VINGANÇA, um filmaço cuja trama é bastante simples, mas transcende para questões humanas muito interessantes que fogem do senso comum do tema de vingança. O inicio dá o tom sublime que permeia ao longo da estória, mostrando em preto e branco as folhas de uma árvore se movendo com o vento. Aos poucos, a imagem ganha cor e uma voz começa a narrar uma parábola sobre um discípulo que pergunta ao mestre se são os galhos que se movem por si só ou se o vento soprando é traz o movimento, o mestre lhe responde através de uma esfinge curiosa dizendo que o que se move na verdade é o seu coração e sua mente.

Acho que a grande maioria ainda se lembra, mas O GOSTO DA VINGANÇA trata de Sun-Woo, um sujeito sério e de passado misterioso que tem servido o seu patrão, o presidente Kang, fielmente nos últimos sete anos, tanto como gerente de hotel quanto realizando o serviço sujo da organização mafiosa da qual fazem parte. Seu chefe mantém um caso com uma jovem garota e suspeita que ela esteja lhe traindo. Prestes a fazer uma viagem, Kang pede a Sun-woo que vigie a moça e tente descobrir se, de fato, estão lhe crescendo galhos na cabeça. Caso se comprove esta situação, Sun-woo tem de matar o casal de pombinhos. O problema se inicia quando o protagonista se apaixona pela tal, desencadeando um erro crucial, que faz Sun-woo realizar uma verdadeira descida ao inferno.

De um lado temos um dos chefes da máfia local, com um exército de guarda costas o protegendo, do outro, o solitário Sun-woo que acabou espancado, torturado, humilhado e enterrado vivo pelo erro que cometeu e agora deseja se vingar.

A ação do filme é visceral! A sequencia em que Sun-woo escapa dos capangas que o enterraram é absurda, extrema, violenta e realista na mesma medida que é inverossímil. Puta direção do Ji-woon Kim, que vai do mais puro enquadramento simétrico, poético e cinematográfico à brutalidade da câmera nervosa da ação frenética. O filme em toda sua totalidade é muito sofisticado na direção. Cada plano possui seu cuidado estético e a narrativa é tratada com a paciência necessária, sem as afetações da grande maioria dos filmes atuais de ação que pensam que é requisito obrigatório contar uma estória em ritmo de vídeoclip. Ji-woon Kim tem um estilo visual próprio muito interessante, mas em alguns momento de O SABOR DA VINGANÇA eu reparei uma certa semelhança com o cinema de Michael Mann... ou estou ficando doido?

Mas é difícil não deixar de destacar a performance arrebatadora de Byung-hun Lee no papel de Sun-woo, que não só desempenha cenas de lutas como um autêntico ator de filmes de ação como tem uma presença muito interessante em cena, com rosto inexpressivo, bem ao estilo do Alain Delon de LE SAMOURAI (bem apontado pelo Osvaldo Neto em sua resenha há uns dois anos atrás).

Às vezes o prazer do cinema não está em assistir um grande número de filmes, mas ter a capacidade de rever os filmes no momento certo. O GOSTO DA VINGANÇA cresceu muito com esta revisão e sem dúvida alguma, é um dos meus filmes de ação preferidos desta década.

25.8.09

MACHETE

Como se não bastasse só o fato de, realmente, estarem filmando MACHETE, os produtores ainda escalam um elenco dos mais sensacionais para competir com OS MERCENÁRIOS do Stallone em 2010. Além do Trejo, obviamente fazendo o personagem título, o filme vai contar com Robert De Niro, Steven Seagal, Cheech Marin, Don Johnson, Jessica Alba, Jeff Fahey, Michelle Rodriguez e há rumores de que Carlos Gallardo e Tom Savini também participem. Filme já está mais que obrigatório!

24.8.09

NEMESIS (1993), de Albert Pyun

As perguntas da entrevista com o diretor Albert Pyun já foram enviadas para ele e estamos agora aguardando as respostas. Não esperem um Truffaut/Hitchcock dos filmes B, mas acho que se tudo correr bem, vamos ter algo bem legal. Enquanto isso, eu vou assistindo a alguns filmes do homem que eu ainda não havia visto, como por exemplo TICKER, de 2001, que nem vale a pena comentar de tão ruim, mas tem o Tom Sizemore como um dos protagonistas, o único que tenta salvar esta barca furada, e nem com Dennis Hopper, Steven Seagal e Peter Greene à bordo, deixou de afundar.

NEMESIS é um dos filmes mais divertidos do Pyun e me chamou muito a atenção pelo tratamento visual de algumas cenas e pelas várias sequências de ação de tirar o fôlego, muito bem dirigidas e coreografadas. O diretor retorna aos temas futuristas, cenários pós apocalípticos com estética cyberpunk e a presença de cyborgs ocupando seus espaços. São elementos que obtiveram bons resultados em outros filmes do Pyun como em CYBORG – O DRAGÃO DO FUTURO e RADIOACTIVE DREAMS (que só não me lembro de haver cyborgs, mas o resto...).

A trama já possui certo grau de complexidade que por si só deixa o espectador interessado, ou confuso. Olivier Gruner – que é um robô na vida real – vive Alex Rain, um policial que peleja, no ano de 2027, contra uma organização terrorista que perturba a sociedade, que já não é lá muito tranquila neste período. Ferido diversas vezes, Alex é metade humano e metade máquina, mas ainda é capaz de salvar um cãozinho indefeso quando é preciso. Mas decide se aposentar e conviver com suas dualidades sossegado num canto qualquer. Mas se isso realmente acontecesse, não teríamos o filme, então o chefe de policia determina uma última missão a Alex e para obrigá-lo a realizar tal tarefa, eles implantam uma bomba perto de seu coração. Aí não tem escapatória. Mas à medida que realiza a missão, o nosso herói descobre que está envolvido em uma conspiração cujo objetivo é a conquista do mundo pelas máquinas, e que os terroristas que ele passou a vida exterminando estão, na verdade, lutando pela raça humana!!!

E as referências são bem diversificadas, vai de BLADE RUNNER e FUGA DE NOVA YORK à EXTERMINADOR DO FUTURO, com direito a esqueleto metálico em stop motion azucrinando a vida do protagonista. Mas NEMESIS também pode se orgulhar por ter influenciado a estética de alguns filmes futuristas, principalmente o figurino bem ao estilo MATRIX, com os sobretudos, óculos escuros, ternos pretos, roupas de couro...

O elenco é ótimo. Além do Gruner, temos Tim Thomerson, Cary-Hiroyuki Tagawa, Vincent Klyn, Brion James, e até mesmo uma pequena participação de um jovem Thomas Jane, apanhando de mulher nua, a gata Deborah Shelton.

Sobre as sequências de ação, temos o inicio do filme, os primeiros 15 minutos, que é um dos melhores momentos da carreira do Pyun, um tiroteio frenético muito bem filmado e editado num cenário magnífico. É um trabalho muito interessante que se sobressai ao restante do filme, que nunca consegue atingir o mesmo nível, uma pena. Ainda assim, Pyun não deixa a peteca cair. O seguimento que transcorre no hotel também é bacana e temos Olivier Gruner atravessando o chão fazendo burados com sua metralhadora, como nos desenhos animados. O final até que é legal com um sinistro Tim Thomerson seguindo Gruner e sua parceira por uma floresta em volta de um vulcão, mas não sei, o futuro da humanidade sendo decidido à beira de uma cachoeira é uma coisa feia. Prefiro muito mais os prédios tombados, a atmosfera de destruição e o cheiro de concreto queimado do inicio do filme. Mas tudo bem, o que importa é que NEMESIS é divertido pacas!

20.8.09

DOLPH LUNDGREN em dose dupla!

E uma dose como esta é para derrubar qualquer um mesmo. Geralmente, só aguenta duas sessões de Dolph Lundgren em um curto espaço de tempo quem é muito fã do sujeito ou perdeu o amor próprio e resolveu praticar auto tortura. Eu me considero um grande fã do Lundgren e decidi me aventurar em algumas produções mais recentes dele como espécie de preparativo para o COMMAND PERFORMANCE, filme escrito (em parceria com Steve Latshaw) e dirigido pelo próprio Lundgren, que eu estou bastante ansioso para ver (e espero que seja bem melhor que estes dois aqui).

Dos filmes antigos do Lundgren que eu gosto (e fizeram parte da minha infância) estão os clássicos MASSACRE NO BAIRRO JAPONÊS, com Brandon Lee no elenco e SOLDADO UNIVERSAL, que possui um dos personagens mais interessantes que o sujeito já viveu, um sargento do vietnã que faz um colar com as orelhas de seus soldados após ficar doidão e ainda tem o baixinho Jean Claude Van Damme como o mocinho; ah! FUGA MORTAL! Assisti a este na Tela Quente quando passou pela primeira vez e nunca me esqueci. Eu devia ter uns 12 anos e ficava vidrado com o tiroteio sangrento entre as Ferraris; MESTRES DO UNIVERSO, claro, e devem ter mais alguns que eu não me lembro agora...

DIAMOND DOGS (2007) até que não é todo ruim. Dolph Lundgren, obviamente, nunca vai ser um Lawrence Olivier da vida, e nem pretende, eu acho, mas até que está melhorando e o que tem ajudado um pouco é a escolha e construção dos seus personagens para este tipo de produção. Aqui ele interpreta Ronson, um ex-boina verde que acabou não voltando para os Estados Unidos depois da guerra do Vietnã. Muitos anos se passaram e atualmente sua academia de seguranças e guarda costas, em algum lugar da Ásia (acho que na China, se não estou enganado), não recebe um aluno há um bom tempo, além de estar mais endividado que o Romário. Sobrevive praticando luta clandestina.

Ou seja, é um personagem, até certo ponto, profundo para este tipo de filme barato, que carrega uma carga dramática muito maior que os filmes do Steven Seagal realizados nos últimos 10 juntos. Lundgren incorpora muito bem o papel do cabra ferrado, apesar das habilidades que tem. Mas eis que a sorte chega para o nosso herói. Um sujeito chamado Chambers (William Schriver) propõe a Ronson que, por uma boa grana, ele seja o guia de uma expedição pela Mongólia em busca de um artefato adornado de diamantes. Claro que ele aceita.

DIAMOND DOGS tem clima de Sessão da Tarde, aventura de caça ao tesouro e muitas cenas de ação. Pena que tecnicamente seja tão ruim. A direção é fraca nas seqüências de ação e sem criatividade alguma durante a narrativa. Quem comanda é um tal de Shimon Dotan, mas o próprio Lundgren deu uma mãozinha atrás das câmeras. O trabalho dos atores também é péssimo, exceto o astro da parada que, como eu disse, tem presença neste tipo de personagem. No fim das contas, é um filme divertido pelo tom de Sessão da Tarde dos velhos tempos, diferente dos filmes de animais falantes que passam hoje.

O segundo filme é o mais recente lançamento do ator: DIRECT CONTACT (2009). Fica quase ao mesmo nível do anterior, embora tenha o dobro da ação e, curiosamente, é bem mais fraco. Também consegue divertir por causa do Lundgren mais uma vez tentando atuar e da sucessão de momentos frenéticos de ação descerebrada que não para nem um minuto. O problema é que o roteiro é muito ruim, mais esburacado que a cara do Andrés Sanches. A trama não tem a mínima espessura para suportar tanta ação, e este elemento básico sem uma boa justificativa cansa o espectador.

O filme segue o mesmo esquema que o anterior, mudando apenas alguns detalhes. Dolph é um americano ferrado que trabalhava no serviço secreto, mas acabou numa prisão em algum lugar do Leste Europeu por tráfico de armas. Vê a chance de sair dali com um bom dinheiro no bolso quando um representante da embaixada de seu país (Michael Paré!!!) propõe que ele resgate uma americana (Gina May) seqüestrada por um mafioso do local. Claro que ele aceita.

Mas nem tudo na vida é tão fácil. Após o resgate descobrimos, juntamente com o personagem, que a coisa não é bem assim e tudo não passou de uma tramóia cheia de reviravoltas estúpidas que se acham espertinhas. O que precisamos saber é que todos querem a garota: a máfia, o representante da embaixada, o exercito local, até o tio dela aparece, e Dolph Lundgren corre para todo lado em perseguições de alta velocidade tentando protegê-la. Se o argumento fosse um pouco mais seguro até dava para engolir essa hitória. E também não dá pra exigir muito da parte técnica, produção barata da Nu Image, que reaproveita cenas de outros filmes para deixar tudo mais em conta. É uma espécie de BOURNE dos pobres, digamos assim.

Claro que não recomendo umas tralhas como estas pra qualquer um. Tem que estar vacinado para tirar proveito de alguma coisa, principalmente DIRECT CONTACT, nem que seja diversão descartável sem muita pretensão em 90 minutos, para assistir com os amigos rindo das situações de humor involuntário, frases de efeitos, atuações vergonhosas, furos de roteiros, cenas de ação absurdas, etc...

15.8.09

ARRASTE-ME PARA O INFERNO (Drag me to Hell, 2009), de Sam Raimi


Gostei bastante deste retorno de Sam Raimi ao gênero que o consagrou como revelação entre os jovens diretores nos anos 80. Quem sou eu para dizer, mas parece que fez muito bem a ele, cuja ocupação nos últimos anos foi a de adaptar para a telona as aventuras do Homem Aranha e sua turma, algo que começou bem e perdeu totalmente o controle no terceiro filme. Mas nem os dois primeiros filmes da série, que são divertidos pra dedéu, conseguem atingir o nível da série UMA NOITE ALUCINANTE e DARKMAN... e parece que vai pintar mais outro filme do “cabeça de teia”. Tomara que ARRASTE-ME PARA O INFERNO tenha dado uma clareada nas idéias do sujeito.

Bom, para quem ainda não sabe, a trama envolve Christine Brown (Alison Lohman), uma moça cheia de ambições que trabalha num banco e pretende fazer de tudo para ocupar a cadeira de gerente que está vaga. O problema começa quando uma senhora, mais estranha e misteriosa que a Bruxa do 71, vai ao banco e implora por uma extensão do empréstimo da hipoteca, pois está prestes a perder sua casa. Como Christine não consegue satisfazê-la, a velha faz uma maldição e coloca um espírito maligno para atormentar a vida da moça, que agora tem apenas três dias para se livrar da praga antes que o cão a leve para as profundezas. E como já dizia o fantasma em Hamlet de Shakespeare “...Se não me fosse proibido narrar os segredos das profundas, eu te revelaria uma história cuja palavra mais leve arrancaria as raízes da tua alma...”, ou seja, não deve ser um lugar muito aprazível...

ARRASTE-ME é terrorzão dos brabos então, né? Daqueles que você tranca e não deixa passar nem agulha quente? Mais ou menos... estamos falando de Sam Raimi, então prepare para se divertir a valer também. Na verdade, preciso me esclarecer em alguns detalhes. Não li nenhuma entrevista do Raimi sobre suas intenções para com o filme, não sei se de fato ele brinca com o gênero, trabalhando com um terror puro, mas com aqueles exageros cômicos que ele fazia no inicio da carreira ou se acabou errando a mão tornando algumas seqüências em verdadeiras comédias involuntárias, como a cena do nariz sangrando, a dos olhos voando na boca, a do “eu sou vegetariana” e vários outros momentos grotescos que Raimi deixa as sutilezas de lado. Nada disso interfere na minha apreciação, já que achei ótimo do jeito que está, mas realmente não sei qual era a dele.

Prefiro acreditar na primeira hipótese, a de que Raimi está fazendo seu próprio cinema, exagera conscientemente e desconcerta o publico com uma das mais brilhantes e híbridas misturas de terror/comédia que eu já pude ver. Incrivelmente assustador como nenhum outro filme do gênero nos últimos anos ao mesmo tempo em que diverte com as extravagâncias típicas do diretor. Estranho, mas ótimo!

14.8.09

NICO, ACIMA DA LEI (Above the Law, 1988), de Andrew Davis

Estou no meio de uma fase estranha de assistir a filmes de caras fodões que marcaram a minha infância. Filmes antigos (que por algum motivo eu acabei não vendo na época) e recentes. Por isso, não se assustem quando começarem a pintar por aqui alguns textos sobre trabalhos de Jean Claude Van Damme, Arnold Schwarzenegger, Dolph Lundgren, Steven Seagal e muitos outros. Este último eu até comentei sobre um filmaço há algumas semanas, OUT OF JUSTICE (e para mostrar como eu sou um moço de bom coração, já deixo um link gratuito para poupar o trabalho de ficar caçando nos arquivos).

Ainda sobre o Seagal, para aliviar de vez com os seus filmes remotos que eu ainda não vi – e partir de uma vez para os mais atuais – me deparei com NICO, ACIMA DA LEI, que é o primeiro trabalho do sujeito (que nem usava ainda aquele rabinho de cavalo cretino) em frente às câmeras. Mas não se preocupem, porque a ausência do excesso de cabelo na nuca do ator não interfere em nada seu desempenho ao distribuir pancadas e tiros nos meliantes de plantão, a não ser, é claro, no aspecto visual dos enquadramentos, já que Steven Seagal sem cabelinho balangando é a mesma coisa que Jack Nicholson assistindo a um jogo dos Lakers sem óculos escuros.

Mas tudo bem. Seagal interpreta aqui um de seus melhores papéis, o policial Nico Toscani, que tem um histórico na CIA e uma passagem na Guerra do Vietnã. Atualmente ele investiga um caso de tráfico de drogas, mas como todo bom filme ação, o sujeito acaba se envolvendo no clichê de encontrar algo muito maior do que esperava e que põe a sua vida e a da sua família em risco, ou seja, a mesma coisa que já vimos em milhares de filmes, e por isso mesmo tão divertido!

O elenco é de primeira! Nico conta com a ajuda de sua parceira policial encarnada pela musa do blaxploitation: Pam Grier. Ainda temos Sharon Stone, como a esposa do protagonista e ninguém menos que o grande Henry Silva, vivendo um perigoso traficante com planos diabólicos e risada maquiavélica e que possui uma boa variação de técnicas para torturar pessoas de língua presa e que no Vietnã teve um desentendimento com Nico.

A direção é por conta do Andrew Davis, que era um cara legal no inicio da carreira. Realizou algumas coisas bacanas como CÓDIGO DO SILENCIO, com Chuck Norris, THE PACKAGE, com Gene Hackman e Tommy Lee Jones, e até A FORÇA EM ALERTA, que é um dos filmes mais divertidos do Seagal. Mas depois de O FUGITIVO, Davis deixou seu nível cair bastante. Em NICO, seu quarto filme, ele ainda tinha pulso firme para sequências de ação e porrada, elementos que não podem faltar num filme como este.

Tudo isso, aliado a boa história, que não traz nenhuma novidade, mas também não inventa moda, fazem de NICO, ACIMA DA LEI um dos melhores filmes do Steven Seagal. Aliás, o roteiro tem o dedo do ator, que aproveita para criar um personagem com tons auto-biográficos, incluindo sessão de fotos pessoais nos créditos de abertura.

Em posts futuros eu retorno com mais Steven Seagal em filmes atuais, com mais cabelo e com mais pança também!

13.8.09

Mr. Freeze

Estava eu assistindo ontem à noite ao saudoso seriado BATMAN E ROBIN dos anos 60 no canal TCM, aquele em que os heróis eram interpretados pelos inesquecíveis Adam West e Burt Ward. O episódio que passou foi o que o astuto vilão Mr. Freeze e seus capangas causam o terror em Gothan City, sequestrando uma Miss e tramando um problemão para a dupla dinâmica.

Mas pensem no susto que eu levei quando eu descobri quem era o ator que encarnou o fascínora gelado!

É isso mesmo, meu caros, nunca imaginei que o Otto Preminger chegasse a esse ponto. Simplesmente genial!

12.8.09

4 MOSCAS NO VELUDO CINZA (4 mosche di velluto grigio, 1971), de Dario Argento

A essa hora, todo mundo já deve estar sabendo da ótima notícia de que a competente Califórnia Filmes vai lançar o novo filme do Dario Argento, GIALLO, direto em DVD. Parabéns aos responsáveis desta maravilha de decisão e só espero que peguem a capinha do DVD e enfiem bem lá dentro no olho do c@#$%!

Mas enfim, já que nós temos que aturar este tipo de atitude de merda de distribuidoras Brasileiras, vamos celebrar um dos trabalhos antigos deste genial diretor, que não é um dos melhores filmes de sua carreira, mas não deixa de ser muito bom. 4 MOSCAS NO VELUDO CINZA é a terceira parte da famosa “trilogia dos bichos” que marcou o início da carreira de Dario Argento. Os outros filmes são O PÁSSARO DAS PLUMAS DE CRISTAL e O GATO DE NOVE CALDAS, todos os três estruturados no subgênero que Argento cristalizou, o subgênero do assassino de luvas pretas, chapéu fedora e sobretudo de couro, cujas vítimas quase sempre são moças indefesas e o principal suspeito, geralmente, é o herói que precisa correr contra o tempo para desvendar os mistérios e provar sua inocência, já que a polícia, na maioria das vezes, se revela incompetente. Yeah, estamos falando de giallo!

A trama envolve um baterista de uma banda de rock, interpretado por Michael Brandon, que se vê envolvido numa enrascada quando acaba matando acidentalmente um sujeito misterioso que o seguia. O problema é que alguém fotografou o crime culposo e começou a fazer chantagens com o pobre músico. Durante sua jornada, cheia de conflitos psicológicos, tentativa de resolver o caso e se segurar para não ir à policia e se entregar, o rapaz tenta contar com a ajuda de várias figuras interessantes, como o personagem vivido pelo grande ator italiano Carlo Pedersoli, mais conhecido como Budd Spencer, que fazia a alegria na Sessão da Tarde quando eu era moleque, e um detetive gay interpretado por Jean-Pierre Marielle.

Muita gente fala que 4 MOSCAS é uma prévia de PROFONDO ROSSO. E realmente eu concordo, principalmente no que confere aos procedimentos técnicos, na forma como Argento trabalha sua câmera em alguns momentos, na criação da atmosfera de suspense, são verdadeiros esboços do que ele faria em seu melhor filme. Mas isso não quer dizer que aqui ele esteja inseguro, várias seqüências são muito bem executadas e até a grande revelação do caso, por mais absurda que seja, parece plausível.

Outro destaque óbvio é a presença musical do mestre Enio Morricone, ingrediente fundamental em algumas cenas, como no desfecho, quando o belo e o brutal entram em perfeita sintonia como poucas vezes se vê por aí.

E este post eu dedico ao meu primo carcamano Stefano Zorzin, que vive enchendo meu saco pra eu falar mais sobre Dario Argento, giallo e terror italiano...

11.8.09

1 ano de blog!

Na verdade foi dia 8, mas só agora eu me lembrei. Agradeço sinceramente aos visitantes e fiéis leitores que me acompanharam até aqui. Como contribuição, segue o trailer do novo filme do Terry Gilliam, THE IMAGINARIUM OF DOCTOR PARNASSUS:

9.8.09

O EXTERMINADOR IMPLACÁVEL (Wanted: Dead or Alive; 1987), de Gary Sherman

Sorry folks, mas uma atualização teria que acontecer, não é mesmo? Embora esteja me dando uma pena danada atualizar o blog. O que ocorreu no último post foi algo único e que eu nunca poderia imaginar que um dia fosse acontecer. Mas vamos seguir em frente. A boa notícia é que vai rolar uma entrevista exclusiva com o Albert Pyun em breve. Então aguardem!

E para justificar este post “estraga prazer”, vou falar ao menos um pouco do único filme interessante que eu assisti nos últimos dias, trata-se de O EXTERMINADOR IMPLACÁVEL, uma releitura contemporânea de um seriado de faroeste estrelado por Steve McQueen do inicio dos anos 60. Aqui o Rutger Hauer interpreta um ex-agente da CIA, agora trabalhando como caçador de recompensas urbano, e que é escalado para a perigosa missão de capturar um perigoso terrorista árabe, encarnado pelo Gene Simmons, integrante da banda KISS.

O roteiro dá para o gasto, a direção do Gary Sherman é excelente e Hutger Hauer aproveita para se entregar a um personagem fodão interessantíssimo. Tudo isso compensa um ponto que me incomodou um bocado: o filme tem pouca ação. Estamos nos anos oitenta aqui, período dos filmes de ação desenfreados e exagerados, é claro que isso não é item obrigatório para aumentar o nível de alguma obra, tanto que vários filmes da época são excelentes, cuja ação é discreta, realista e sem exageros, como é o caso de VIVER E MORRER EM LA, por exemplo. Mas um pouquinho mais de ação não ia fazer mal a O EXTERMINADOR IMPLACÁVEL. Mas tudo bem, como eu disse, outros atributos compensam este pequeno detalhe e não deixa de ser um filme bem melhor do que 90% do que é feito atualmente dentro do gênero.

Ps: acabei esquecendo de avisar, mas nunca é tarde; o mês de agosto no Dia da Fúria é dedicado ao diretor chileno Alejandro Jodorowsky. Imperdível! Não deixem de prestigiar.

4.8.09

VIAGEM RADIOATIVA (Radioactive Dreams, 1985), de Albert Pyun

Para um diretor considerado um dos piores no ramo da sua geração, até que Albert Pyun se sai muito bem neste seu segundo filme. Pelo menos eu adorei, principalmente pelo tom nostálgico que eu acabo vivenciando quando assisto a essas produções que fizeram um relativo sucesso na era do VHS - embora eu fosse pequeno, com meus sete, oito anos naquela época e teimava em locar as mesmas fitas (A HISTÓRIA SEM FIM e LABIRINTO eram meus recordes de locação), meu pai sempre variava um pouco mais do que eu, por isso eu pude assistir a bastante coisa boa que eu nem me lembro, mas aos poucos vou resgatando.

Não é o caso deste aqui. Só fui assistir pela primeira vez a RADIOACTIVE DREAMS há pouco tempo, mas muita coisa realmente me agradou no filme, exceto, óbvio, a direção de Pyun, que é bem fraquinha. Mas vamos dar um desconto ao rapaz porque o roteiro foi ele quem escreveu a partir de uma idéia extraída de sua própria cabeça e a estória é ótima! Além disso, foi ele quem realizou o meu filme preferido do Van Damme, CYBORG – O DRAGÃO DO FUTURO, isso mesmo, aquele que os personagens têm nomes de marcas de guitarra...

Assim como no filme do Van Damme, RADIOACTIVE DREAMS se passa num período pós-apocalíptico, fruto da Terceira Guerra Mundial. Antes das bombas nucleares começarem a explodir, entretanto, dois garotos são colocados em um abrigo subterrâneo onde passam o tempo lendo livros policiais dos anos 30 e 40. Pyun, já treinando sua astúcia na criação de nomes para personagens, coloca Phillip Chandler (John Stockwell) para um e Marlowe Hammer (Michael Dudikoff!!!) para o outro. Quem conhece o mínimo de novelas policiais dos anos 40, deve ter percebido a esperteza do diretor/roteirista em homenagear os verdadeiros criadores do estilo noir. Após 15 anos vivendo no local, os garotos, agora um pouco mais velhos, conseguem sair do abrigo e se deparam com o mundo em um estado bem interessante...

Cyberpunks antropófagos, motoqueiros, roqueiros, mutantes e um rato monstro gigante, todos bastante hostis, são alguns exemplos de seres que estavam lá fora para receber os dois ingênuos rapazes que praticamente passaram a vida inteira olhando um para cara do outro dentro do abrigo subterrâneo e agora pensam que são dois detetives tentando resolver um caso. E o pior é que acabam entrando numa intriga envolvendo um par de chaves que aciona um míssil poderosíssimo, capaz de devastar toda a raça humana, e todo o tipo de figura estranha pretende colocar as mãos nas tais chaves, não me pergunte o motivo, mas acho que, como dizia o ex-presidente americano George W. Bush, uma única palavra resume a responsabilidade de qualquer governante, e essa palavra é “estar preparado”...

No campo das atuações, temos um Michael Dudikoff irreconhecível, bem diferente dos papeis sérios que encarnou nos filmes de ação que fazia a alegria da moçada. Aqui, o seu Marlowe é um sujeito afetado, age o tempo inteiro como se fosse uma bicha louca em “quarto escuro” de boate gay (não, nunca entrei num lugar assim e nem pretendo, antes que comecem a pensar gracinhas). Seu trabalho seguinte foi exatamente aquele que mudou o rumo de sua carreira: AMERICAN NINJA, grande clássico que também marcou minha infância. Já John Stockwell faz o tipo caladão e mais sóbrio da dupla. Stockwell já tinha um rosto um tanto famoso pela participação em CHRISTINE, do John Carpenter. Voltou a trabalhar com o Pyun em DANGEROUSLY CLOSE, antes de ser escalado em TOP GUN, de Tony Scott. Saiu debaixo dos holofotes, fez algumas pontas e dirigiu algumas coisas, foi ele quem realizou aquela tosqueira filmada aqui no Brasil e causou um rebuliço besta: TURISTAS. Ainda no elenco de RADIOACTIVE DREAMS temos os veteranos George Kennedy e Don Murray.

O roteiro louco que mistura ficção cientifica pós-apocalíptica, elementos do film noir e muita aventura no estilo MAD MAX II e er... BLADE RUNNER, só poderia gerar bons momentos de diversão para toda a família; e até mesmo a direção porca, sem qualquer noção de espaço, a fotografia péssima e a edição ridícula dão ao filme um charme singular, isso sem falar que a trilha sonora é sensacional, escolhida a dedo com várias canções bem datadas dos anos oitenta. Demais! Recomendo ao pessoal de bom gosto que sabe apreciar uma boa e velha tralha!

OBS: Um bom exemplo desse tipo de gente e que adora este filme é o meu amigo Osvaldo Neto, que está de volta, depois de alguns meses parados, ao Vá e Veja, um dos melhores blogs nacionais sobre “cinema de qualidade”! Grande retorno!