Escrito pelo diretor de CONAN – O BÁRBARO, John Milius, a trama oferece o que há de melhor da mais pura truculência e testosterona em termos cinematográficos. Nick Nolte é um xerife durão do Texas, cujo melhor amigo da infância, vivido por Powers Boothe, escolheu o lado oposto da lei e se tornou o traficande de drogas número um da região, o que representa um conflito muito complexo quando ambos não abrem mão de suas intenções. Ao mesmo tempo, um grupo de mercenários formado por ex-militares “mortos” em combate, liderado por Michael Ironside, surge na região com um misterioso plano de, aparentemente, derrubar o império do tal chefão das drogas numa subtrama quase paralela.
O personagem de Nolte é um dos policiais mais interessantes do cinema de ação oitentista, um sujeito com aquele tratamento humano característico de Walter Hill, ao mesmo tempo em que personifica o herói cinematográfico do velho oeste que não recua diante do perigo, não hesita em meter uma bala nos miolos de seu adversário, quem quer que seja...
Da mesma maneira, Boothe está excelente como vilão, completamente desagradável e vestindo sempre branco, contrastando com a poeira do deserto e fazendo alusão ao personagem de Warren Oates em TRAGAM-ME A CABEÇA DE ALFREDO GARCIA, de Sam Peckinpah. E para demonstrar o nível de insanidade maquiavélica do bandido (e do próprio Boothe), o sujeito surge em cena esmagando um escorpião vivo, de verdade, na mão! Vai ser macho assim na p@#$%&*!!!
Michael Ironside, com aquele olhar demente e expressivo não fica muito atrás neste que é um de seus melhores papéis, cheio de ambiguidade. O elenco sensacional se completa com William Forsyth, Rip Torn, o fortão Tommy “Tiny” Lister, Clancy Brown e Maria Conchita Alonso (a peça central de um triângulo amoroso que bota mais lenha na fogueira na situação entre o xerife e o traficante).
Além deste all star cast formado por badasses de alto calibre, algo que merece grande destaque são as sequências de ação. É claro que se estamos falando de um filme de Walter Hill, as cenas de ação serão sempre pontos altos! Duas delas, então, merecem bastante atenção. A primeira, numa espécie de posto de gasolina abandonado no deserto, com Nolte distribuindo bala, utilizando uma caminhonete como escudo, enquanto um grupo de meliantes pratica tiro ao alvo em nosso protagonista. Filmado e editado com a elegância e precisão de quem realmente sabe filmar tiroteios. A outra é o gran finale, que estabelece uma fascinante ligação com o tiroteio derradeiro de MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA, uma frenética e violenta sequência, com dieito à sangue espirrando em slow motion, que deixaria Peckinpah orgulhoso.
Mais filmes do Walter Hill no blog:
O IMBATÍVEL (2002)
THE DRIVER (1978)
LUTADOR DE RUA (1975)
Esse filme é do caralho! Walter Hill manda muito bem. Outro filme dirigido por ele que eu gosto muito é o CAVALGADA DOS PROSCRITOS (The Long Riders), isso sem falar em WARRIORS, 48 HORAS e A ENCRUZILHADA.
ResponderExcluirPretendo comentar todos esses, mas o próximo vai ser o RUAS DE FOGO! :-D
ResponderExcluiras palavras PECKINPAH, HOMENAGEM, já foram o bastante pra me convencer a procurar o filme. haha
ResponderExcluirFuderosíssimo! Difícil eleger um favorito do Hill nos anos 80, por isso escolho três: O LIMITE DA TRAIÇÃO, CONFRONTO FINAL e (logicamente...) RUAS DE FOGO.
ResponderExcluirSeria CHUVA DE MILHÕES o filme mais "atípico de Hill?
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