Este aqui é meio bizarro. Achava que BRIDGE OF DRAGONS fosse um filme de guerra comum, desses com soldados americanos contra soldados japoneses (ou coreanos, ou sei lá) e o elenco é encabeçado por Dolph Lundgren e Cary-Hiroyuki Tagawa, que em meio de uma guerra poderiam cair na porrada como fizeram em MASSACRE NO BAIRRO JAPONÊS…
É claro que os dois se enfrentam aqui, só que o filme é totalmente diferente do que eu imaginava. A direção é do nosso estimado Isaac Florentine, sempre nos surpreendendo e tentando usar da criatividade ao ambientar seus filmes de ação e artes marciais em cenários e épocas atípicas, como desertos, velho oeste americano, futuro pós-apocalíptico, com exceção de HIGH VOLTAGE, seu trabalho anterior, que é bem comum nesse ponto e acabou sendo também o que menos gostei até agora.
Embora não apareça nenhuma ponte ou dragões durante o filme, BRIDGE OF DRAGONS é meio que um conto de fadas… de ação! Transcorre num futuro indefinido, temos armas modernas nas mãos dos soldados, helicópteros, tanques e veículos, ao mesmo tempo, os rebeldes da história andam à cavalo, usam roupas medievais, a trama envolve uma princesa que vai se casar contra a sua vontade com um general malvado (ambos asiáticos, o general é o Tagawa), cujo uniforme lembra algo meio nazista, seus veículos possuem o número 666, e por aí vai...
Dolph Lundgren, sempre carismático, é o lider de um esquadrão de elite que trabalha para o general, altamente treinado para ser o grande badass do pedaço! Acontece que durante o tal casamento, a princesa abandona o altar e foge para o meio do mato. O general, puto da vida, envia seu melhor soldado atrás dela. Só que depois de uns acontecimentos, algo inevitável – e clichezão – não deixaria de acontecer: Dolph e a princezinha se apaixonam. E aí que o bicho pega!
BRIDGE OF DRAGONS está longe de ser uma obra prima dos filmes de ação, mas a pretensão também não parece ser essa. O filme diverte facilmente qualquer fã de b movies do gênero, até porque Florentine já estava mais seguro nas sequências de ação, as quais já começam a criar uma certa nostalgia, remetendo àquelas tranqueiras de baixo orçamento dos anos 80, pós RAMBO, com explosões de merda que fazem os dublês darem saltos mortais dignos de medalha de ouro e em câmera lenta e tiroteios onde o herói em campo aberto não leva um tiro sequer, mesmo rodeado por um exército de metralhadora! Os filmes atuais do diretor trazem essa sensação, mas é partir deste aqui que percebemos isso de fato.
As cenas de pacadaria são excelentes. O velho Dolph tem uns movimentos bacanas e a direção do Florentine contribui bastante. Só o aguardado confronto final entre Lundgren e Tagawa é que desaponta um pouco, esperava algo grandioso por toda expectativa que o filme cria e o histórico dos dois atores, por já terem se enfrentado antes em outra produção. Mas dá pro gasto e se não estraga o resultado final da fita, tá bom demais...
BRIDGE OF DRAGONS recebeu o título de PASSAGEM PARA O INFERNO no Brasil.
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