31.3.10

A FÚRIA (The Fury, 1978), de Brian De Palma


O amigo "Demofilo Fidani" massacrou este filme em seu blog, o ótimo Olhar Gratuito, mas como A FÚRIA era um dos únicos De Palma que eu ainda não havia visto, tive que engolir. Pronto! Agora assisti e já posso expor meu julgamento, só que ao contrário do nosso amigo, embora respeite sua opinião, discordo totalmente que seja um filme ruim. Aliás, que belo filme o De Palma faz aqui! Assim como em CARRIE, o diretor recorre novamente ao tema dos fenômenos paranormais. São dois jovens, um rapaz e uma moça, que devido aos seus poderes tornam-se alvos de um sinistro departamento do governo americano chefiado por um mais sinistro ainda John Cassavetes. Existem duas tramas paralelas que se encontram. Uma delas se concentra no esforço de um pai (Kirk Douglas, em brilhante atuação e forma física de dar inveja em plenos 62 anos) em encontrar seu filho paranormal. A outra, é sobre a garota com as mesmas faculdades, descobrindo seus poderes. É daqui que os detratores encontram motivos para não gostar, a parte burocrática da estória. Convenhamos que não é nenhuma obra-prima a altura de BLOW OUT (realmente achei que o filme cai um bocado quando a subtrama de Kirk Douglas é deixada de lado, apesar de estar tudo interligado), mas não perdi o interesse pelo que acontecia em momento algum, sobretudo porque De Palma conduz o material com notável precisão que não me deixava desviar o olhar. Basta uma única sequência – a da fuga da mocinha da clínica ao som da trilha de John Williams, por exemplo – para colocá-lo em um lugar de destaque na filmografia do diretor.

30.3.10

5º CINEFANTASY - site e inscrições

O site do 5º CineFantasy está no ar e por lá já dá pra fazer as inscrições para as mostras competitivas de curta, longa e o desafio Mestre dos Gritos! Mais informações vocês encontram no próprio site.

Obs: A bela arte do cartaz deste ano, foi feita pelo amigo Leopoldo Tauffenbach!

REC ² (2009), de Paco Plaza e Jaume Balagueró

Eu gosto do primeiro REC. A linguagem da câmera subjetiva, que dá a impressão de um documentário, conseguiu imprimir um realismo interessante ao subgênero de filmes de zumbis (fazendo um contraponto no igualmente ótimo DIÁRIO DOS MORTOS, de George Romero). Jaume Balagueró e Paco Plaza, dois sujeitos talentosos na condução e construção atmosférica de terror também ajudam bastante. Não chega a ser um filmaço surpreendente de outro mundo, mas está acima da média, assim como sua continuação, que é muito boa e consegue manter o nível.
REC² inicia 15 minutos após o desfecho do primeiro filme, agora com a câmera de um esquadrão da polícia servindo como ponto de vista para que o espectador acompanhe cada momento dentro do mesmo prédio do filme anterior. A sacada do roteiro foi acrescentar um outro elemento de terror na estória. Não vou contar pra não estragar o vislumbre, mas o final do primeiro deixava isso bem claro. A direção de atores continua excelente e o elenco corresponde muito bem às situações aterradoras da trama com ótimas encenações, muita criatividade e veracidade. Quem curtiu REC vai gostar de revisitar o velho prédio do centro de Barcelona recheado de zumbis.

29.3.10

RAJADA DE FOGO (Rapid Fire, 1992), de Dwight H. Little

Apesar de O CORVO ser o filme mais lembrado de Brandon Lee, foi RAJADA DE FOGO, um pequeno veículo de ação, que ele teve a oportunidade mais decisiva no processo que o transformaria num ícone. Sim, posso estar delirando, mas eu acredito que se Lee não tivesse morrido acidentalmente em O CORVO, hoje ele teria sido um disputadíssimo astro de ação e roubaria facilmente vários papéis importantes nos filmes do gênero nos últimos dez anos. Aposto que ia...

O filme conta a estória de Jake Lo, um estudante chinês que vive nos Estados Unidos à sombra de seu pai que todos admiram: um líder pró-democrata que morreu atropelado por um tanque de guerra em uma manifestação nas ruas de Pequim. Até certo ponto, é algo um tanto biográfico para Brandon Lee, vivendo sob a sombra de seu pai, um dos rostos mais famosos do cinema oriental e um dos maiores ícones da cultura pop. Não devia ser fácil entrar na carreira de ator de filmes de ação sendo filho de Bruce Lee. Em entrevistas, Brandon chegou a declarar que o papel de Jake Lo foi escrito especificamente para ele, o que não é nada surpreendente.

Embora tenha essa veia política, presenciou as manifestações e a morte de seu pai, Jake é um individualista que pouco se importa com tudo isso, inclusive quando alguns ativistas tentam usá-lo em sua causa ele não se interessa nem um pouco. Na verdade, ele acha que nada disso vale a pena e que seu pai morreu em vão. É claro que tudo é descupinha do roteiro para a trama ficar mais interessante e ao final ele vai dar valor aos ideais de seu pai, mas sem perder o jeito badass de encarar as coisas!
Na trama, Jake testemunha um assassinato cometido por um dos mais perigosos chefões do crime organizado (Nick Mancuso), colocando sua vida em risco tendo a máfia e policiais corruptos a todo instante em sua cola. Apenas Mace Ryan, um tira honesto, interpretado pelo grande Powers Boothe, pode ajudá-lo. No entanto, Jake demonstra que é um sujeito durão resolvendo os problemas à base da porrada. Em RAJADA DE FOGO Brandon Lee finalmente teve o seu momento, porque em MASSACRE NO BAIRRO JAPONÊS, embora roube a cena, ele sempre será o coadjuvante gay de Dolph Lundgren,  depois em O CORVO, seu personagem precisou morrer e voltar a vida para demonstrar bravura. Aqui não. Jake Lo é de carne e osso, afoito por natureza e não deixa barato contra os oponentes.

A direção é de Dwight H. Little, que havia dirigido Steven Seagal em MARCADO PARA MORTE, o terceiro filme do astro de rabinho de cavalo. Deslumbrado com cinema de John Woo como quase todos os diretores de filmes de ação do início dos anos 1990, Little toma como base seqüências bem elaboradas de filmes como THE KILLER para criar as suas. Não vou dizer que o diretor teve sucesso, mas não deixa de ter ótimas cenas por aqui, especialmente porque Lee demonstra ser perfeito como heróis de ação,  movimentando-se com agilidade, fazendo acrobacias para fugir de balas, deferindo alguns golpes e utilizando de vários objetos em cena para atrapalhar a vida de seus oponentes. E quando seguram seu pé, ele dá aquele chute rodado que virou sua marca registrada!
No elenco ainda temos Raymond J. Barry como um agente corrupto e Al Leong, com seu inconfundível bigode, dando trabalho ao protagonista numa das melhores cenas de luta do filme.
Brandon Lee acabou sua precoce carreira com uma curta filmografia, tendo participado apenas de seis filmes para cinema, sendo que um deles nem chegou a ser creditado. Meu preferido continua sendo MASSACRE NO BAIRRO JAPONÊS, mas RAJADA DE FOGO tem uma certa importância que não pode ser ignorada.

22.3.10

O MONSTRO DO ÁRTICO (The Thing From Another World, 1951), de Chistian Nyby e Howard Hawks (não creditado)

 E para me desintoxicar do filme do post anterior, ainda neste domingo revi O MONSTRO DO ÁRTICO, produção de um dos mestres supremos do cinema americano, Howard Hawks, vagamente inspirado num conto de John Campbell e considerado hoje como uma das pedras fundamentais do gênero da ficção científica, tornando-se paradigma seguido durante muito tempo. Ganhou uma refilmagem em 1982 nas mãos de John Carpenter, O ENIGMA DO OUTRO MUNDO. O filme começa com a suspeita de que um avião caiu na Antártida. Uma unidade do exército é chamada para reunir-se com um grupo de cientistas e ir ao local do acidente, quando se descobre que, na realidade, o que havia caído era uma nave alienígena. Acidentalmente, o objeto é destruído na tentativa de descongelar o revestimento de gelo que o cobria, mas conseguem encontrar um corpo estranhamente congelado numa grande pedra de gelo. Levado à base, a criatura se descongela acidentalmente. A idéia da “coisa” que causa o terror no local é totalmente diferente da versão de John Carpenter, que apesar de fã de carteirinha de Hawks, optou por ser mais fiel aos escritos de Campbell. O extraterrestre de O MONSTRO DO ÁRTICO é um ser com forma humana (embora se descubra que sua formação tem base vegetal), mas com uma força descomunal e que se alimenta de sangue. Seu único objetivo parece ser matar e tentar sobreviver e mesmo com todos os militares querendo sua pele, surge o velho clichê do cientista maluco querendo capturá-lo vivo em prol de suas pesquisas científicas, ainda que isso coloque em risco a vida de todos. Aqui também se configura o cenário clássico do ambiente claustrofóbico e do monstro aterrorizando a vida de um grupo de pessoas, da mesma forma que outros clássicos mais modernos estabeleceram suas atmosferas, como ALIEN - O OITAVO PASSAGEIRO, para se ter uma idéia. A direção ficou a cargo de Christian Nyby, apesar de todos os elementos do cinema de Howard Hawks estarem bem presentes no decorrer da narrativa, tanto que seu nome é muitas vezes considerado como o verdadeiro diretor da obra. Enfim, seja quem for o responsável pelo trabalho de direção, conseguiu um belíssimo resultado em termos de dramaturgia, visual, ritmo e terror da melhor qualidade.

21.3.10

LEGION (2010), de Scott Stewart

Eita, perda de tempo para uma manhã de domingo. O filme parte de uma idéia até interessante, como se Deus tivesse acordado com o pé esquerdo e decidido acabar com a raça humana enviando um exército de anjos para fazer o trabalho sujo. Um desses anjos, Miguel (Paul Bettany), se rebela contra a vontade do Senhor e escolhe lutar do nosso lado. O problema é que os personagens que o roteiro trabalha são tão estúpidos e fúteis que se a grande maioria da raça humana fosse representada por essas figuras eu não iria me importar se o mundo fosse devastado. Como o Dennis Quaid entra numa furada dessas? Os diálogos não ajudam em nada e só reforçam a minha afirmação e o roteiro é falho de uma maneira irritante. Antes a ação do filme fosse divertida pra salvar, mas é extremamente mal filmada, grande parte acontece na escuridão para esconder a falta de habilidade do diretor. O que sobrou foi apenas uma boa idéia desperdiçada neste filminho sem graça.

19.3.10

O EXÉRCITO DO EXTERMÍNIO (The Crazies, 1973), de George A. Romero

Assisti a THE CRAZIES por dois motivos básicos. Primeiro, porque o remake está aí e quero vê-lo tendo em mente o original. Segundo e mais importante, porque é embaraçoso para qualquer amante de cinema B e que se diz fã de George Romero não ter visto ainda esta obra, como era meu caso. Toda a essência do cinema de Romero está em THE CRAZIES, uma autêntica peça fundamental para compreender o trabalho deste mestre, mesmo sendo apenas o seu quarto filme.
Temas políticos e sociais sempre tiveram um tratamento especial nos filmes de terror de Romero. Em A NOITE DOS MORTOS VIVOS, seu trabalho de estréia, ele já deixava isso bem claro quando colocou um negro como protagonista interagindo com superioridade sobre os brancos em situações extremas. Em THE CRAZIES, Romero desenha sua metáfora sobre a guerra do Vietnã. Coloca o governo dos Estados Unidos como um bando de desorganizados que quer apenas apertar um botão para resolver a merda que fizeram, com a preocupação mínima pela população que será dizimada, sem contar a forma de agir dos soldados americanos, como máquinas desumanas, utilizando aqueles macacões que ficaram marcados nos cartazes do filme...

Um garotinho brinca de assustar a sua irmãzinha durante a noite, mas são interrompidos por violentas pancadas ouvidas na cozinha. É o pai, totalmente fora de si, desferindo golpes com um taco de golfe nas prateleiras... talvez não tenha gostado da cor, quem sabe? Até que decide por fogo na casa e assim inicia THE CRAZIES, cuja tradução seria Os Malucos, mas a distribuidora brasileira optou por O EXÉRCITO DO EXTERMÍNIO. A trama prossegue com o exército americano colocando a pequena Evans City de quarentena por causa de um vírus espalhado nas redondezas através de um acidente de avião, o qual transportava uma arma biológica ultra secreta. Quando o vírus apresenta seu contágio, a vítima fica completamente maluca em diferentes estágios de insanidade, do mais alto padrão agressivo à leseira que se assemelha a um drogado abobalhado. A população, uma pequena comunidade rural onde grande parte possui armas de fogo, não deixa barato perante o sistema de controle implantado pelo exército e o local se transforma em uma verdadeira guerra.

Mesmo trabalhando com recurso financeiro baixíssimo, Romero realmente consegue recriar toda situação catastrófica com uma simplicidade genial, o mesmo universo que remete a seus filmes de zumbis, com cenários desertos e atmosfera aterrorizante, uma vez que, assim como em seus zombie movies existe a iminência de que algum personagem se transforme em algo que ele não é, no caso de THE CRAZIES, em um maluco contaminado. Sem contar as várias sequências viscerais que o diretor faz questão de utilizar para reforçar o impacto. Tudo banhado a muito sangue e com violência gráfica, o qual não poderia faltar de jeito nenhum na definição dos elementos que compõe o cinema de George Romero. Aposto minha melhor camisa que essa releitura não vá acrescentar em nada a esta belezura aqui. Se conseguirem ao menos captar a essência, teremos algo bem divertido talvez...

A MULHER VESPA (The Wasp Woman, 1959), de Roger Corman

Não sabia da existência desses três DVDs lançados aqui no Brasil pela distribuidora Fantasy Music contendo vários clássicos do terror e sci-fi dos anos 50 e 60, até ler o livro O Cemitério Perdido dos Filmes B, do Cesar Almeida. Em cada DVD, dois filmes obrigatórios: A MULHER VESPA, do Roger Corman; O ATAQUE DOS SANGUESSUGAS GIGANTES, de Bernard Kowalski; A BESTA DA CAVERNA ASSOMBRADA, de Monte Hellman; O CÉREBRO QUE NÃO QUERIA MORRER, de Joseph Green; CRIATURA SANGRENTA, de Gerry de Leon e O LOBISOMEM NO QUARTO DAS GAROTAS, de Richard Benson. Claro que eu comprei os três na mesma hora!

Antes de entrar no filme, não posso deixar passar que o livro do nosso amigo, citado ali em cima, é excelente! De linguagem clara e sem frescuras, o Cesar faz uma verdadeira odisséia ao cinema de baixo orçamento com uma seleção de filmes primorosa. Essencial para qualquer fã de filme B que se preze. Aliás, depois que eu acabei de ler, o livro ficou posicionado num lugar estratégico por aqui. Sempre que meu velho vai “amarrar um gato” ele gosta de ler alguma coisa (mas quem não gosta?). Com o Cemitério Perdido em mãos, ele sempre chega prá me pedir algum filme do livro para assistir.


A MULHER VESPA, dirigido pelo maior gênio dos filmes B americanos, é claramente uma tentativa de aproveitar o sucesso do clássico A MOSCA DA CABEÇA BRANCA (1958), de Kurt Neumann, com o grande Vincent Price no elenco. Mas aqui é Susan Cabot quem assume a posição de protagonista, dando vida a uma quarentona, dona de uma empresa de cosméticos. Além de proprietária, ela era o rosto bonito que enfeitava os anúncios publicitários da empresa. Com o passar do tempo, a idade chega e ela resolve colocar uma pessoa mais jovem e menos enrugada para continuar a divulgação de seus negócios, acarretando uma inesperada diminuição retumbante de vendas.

Em suma, ela acaba conhecendo um cientista maluco, o qual desenvolveu um novo cosmético a partir das enzimas das vespas, transformando o envelhecimento da pele na beleza da juventude. Cabot começa a usar em si mesma o produto e em pouco tempo, está com rostinho de 20 anos novamente. É lógico que em algum momento algo daria errado, caso contrário, não teríamos um sci-fi de terror, e sim mais um drama sobre uma mulher em conflitos existenciais partindo numa jornada sem mapa para o interior dos imperativos selvagens de si própria... ou algo assim.

De maneira gradativa, a natureza lasciva da vespa rainha inicia um processo de mutação física e de personalidade na protagonista. À noite, ela se transforma numa espécie de híbrido metade mulher, metade vespa (mas nem chega perto do desenho do cartaz do filme, que é genial, diga-se de passagem), bem ao estilo Corman, com uma máscara mal feita cujo pescoço da atriz fica à mostra e umas luvas de forno trabalhada para dar a impressão de... mãos de vespa? Enfim, o resultado é um charme, prezando mais pela idéia e criatividade do que pelas limitações orçamentárias. E isso vale para o filme inteiro.

Algumas curiosidades, A MULHER VESPA foi originalmente lançado pela famigerada AIP, em sessão dupla com A BESTA DA CAVERNA ASSOMBRADA, mas foi o primeiro filme produzido pela Corman Filmgroup, do próprio diretor, apresentando vários de seus colaboradores habituais. A duração era tão curta que ficava impossibilitado de passar na TV. Então Corman precisou chamar Jack Hill, um dos seus pupilos daquele período, para escrever e dirigir algumas cenas adicionais, como por exemplo, todo o início do filme que se passa na fazenda produtora de mel. Em 1995, Corman produziu uma versão mais atual dirigida pelo Jim Wynorski, mas essa eu ainda não vi...

14.3.10

A ILHA DO MEDO (Shutter Island, 2010), de Martin Scorsese

Esperei quase dois dias para escrever alguma coisa para ter certeza de que a minha euforia não havia sido precipitada. Acho que já digeri bem o novo filme do Scorsese e a minha percepção pessoal é de que se trata de um trabalho notável, o melhor filme do diretor desde GANGUES DE NOVA YORK. Como suspeitei desde o princípio, o cinema estava lotado de adolescentes irritantes que saíram revoltados quando a sessão terminou. Ou seja, eles caíram direitinho na jogada de marketing que vendia o filme como uma coisa que ele não é. Não saberia nem como começar qualquer tipo de análise, nem pretendo mudar a opinião de ninguém. Já notei que pouca gente se empolgou com o filme como eu, mas tudo bem. O filme tem problemas, é torto, com vários motivos para que os potenciais detratores possam escolher sobre o que falar mal. Mesmo assim, achei o filme ótimo! O que eu posso fazer? Para mim foram duas horas e meia de puro cinema num thriller estilístico de atmosfera noir e estilizada, complexo e instigante, conduzido brilhantemente por um dos diretores americanos mais lúcidos da atualidade o qual há muito tempo não precisa colocar em prova sua capacidade de contar uma boa estória. Eu nunca li nada de Dennis Lahane (o mesmo de SOBRE MENINOS E LOBOS), cujo livro inspirou o roteiro de A ILHA DO MEDO, mas acredito que quanto menos souber a respeito da trama, melhor será a experiência. Digamos apenas que é o melhor horror psicológico feito em Hollywood em muito tempo!

Sobre o elenco, eu acho que é bom um parágrafo à parte. Muita gente reclama da parceria entre Di Caprio e Scorsese e até eu mesmo, se tivesse esse poder, escolheria um Daniel Day Lewis para viver o protagonista. Mas é inegável o fato de que o rapaizinho vem melhorado a cada filme e sua atuação em A ILHA DO MEDO é digna de nota. Finalmente ele está com cara homem grande, contracenando de igual para igual com gente do calibre de Ben Kingsley e o imortal Max Von Sydow. Mark Ruffalo também está ótimo e seu personagem é um ponto chave muito bem explorado para desvendar o enigma da trama (como apontou o Sergio Alpendre). O time de atores ainda possui nomes de peso como Jackie Earle Haley, Elias Koteas e Ted Levine, todos os três em pequenas, mas muito expressivas, participações. Michelle Williams, Emily Mortimer e Patricia Clarkson completam com a parte feminina do elenco.

Já o tal “enigma” que eu citei ali em cima, que é revelado ao final, é bem previsivel e óbvio (ou fraco, para alguns), mas acho que o Scorsese está pouco ligando para "surpresinhas espertinhas." A grande força do filme se concentra justamente em como ele desenvolve a idéia central, independente se o publico vai matar a charada facilmente. A forma como ele desconstrói esse enigma é que é interessante, brincando com a noção de realidade, delírio, sonho, lembranças, em sequências antológicas lindamente iluminadas e com uma trilha sonora das mais eficazes… enfim, sei que não se trata aqui de uma obra prima inquestionável, mas é o tipo de filme torto que me encanta. E se existe algum ponto que lembra os últimos filmes do De Palma (como acha meu amigo Daniel, e respeito sua opinião, apesar de discordar) é exatamente isso, ambos são filmes questionáveis que dividiram as opiniões e nos dois caso, eu escolhi gostar.

12.3.10

THE ROAD (2009), de John Hillcoat

Hoje estréia o novo filme de Scorsese, mas não sei se vou assistir. É um dos filmes mais aguardados por mim este ano e estou muito ansioso para vê-lo, ao mesmo tempo em que me bateu uma preguiça danada de ir ao cinema lotado, cheio de adolescentes irritantes. Enfim, mas não é sobre isso que eu gostaria de falar, tendo em vista o título do post, mas sobre este belíssimo filme do australiano John Hillcoat. Em A PROPOSTA, western poético e existencialista, o estilo lúcido e ousado do diretor demonstra que o sujeito possui uma veia para temas não muito comuns relativos ao gênero pelo qual estava subjugado. O western era apenas um palco para tratar de assuntos mais profundos, embora fosse um autêntico western de primeira qualidade com todos os seus elementos definidos. Cheguei a mencioná-lo na minha lista de filmes notáveis da década passada. Em seu novo trabalho, THE ROAD, Hillcoat ataca novamente seguindo à risca sua cartilha própria, contextualizando a estória num cenário pós-apocalíptico, com a mesma poesia visual de seu filme anterior. O roteiro foi adaptado a partir da obra de Cormac McCarthy, o mesmo que escreveu ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ, e narra a trajetória de um homem (Viggo Mortensen) e seu filho (Kodi Smit-McPhee) tentando sobreviver ao mundo devastado por catástrofes naturais e à grande maioria da população remanescente que driblou a falta de alimento tornando-se adepta a antropofagia. A possível superficialização dessa trama não ia deixar de ir ao encontro de elementos bem mais densos para expor o estado de espírito dos personagens tendo um diretor como Hillcoat no comando. O trailer vendia o filme como uma aventura de ficção, mas não é esse tipo que teremos aqui. Numa das minhas definições mais cretinas, THE ROAD pode ser alguma coisa entre MAD MAX 2, de George Miller e STALKER, do Tarkovsky. Embora o diretor fuja da ação mesmo com a iminência constante dos protagonistas se depararem com o mal (e que até rendem boas sequências), Hillcoat não deixa de buscar a emoção de outras maneiras, como na bela relação entre pai e filho. Depois que começou a trabalhar com o Cronenberg, Viggo Mortensen vem conseguindo performances bem interessantes e o garotinho é um achado. Ainda no elenco, participações da Charlize Theron, Robert Duvall e Guy Pearce. Muito ajudam na concepção da atmosfera a fotografia acinzentada do espanhol Javier Aguirresarobe, a trilha sonora dos “Bad Seed’s” Nick Cave (que escreveu o roteiro de A PROPOSTA) e Warren Ellis, e claro, a lenta e sublime direção de Hillcoat, contando uma estória à moda antiga, sem precisar apelar para efeitos especiais, com uma força cinematográfica impressionante.

10.3.10

Chuck Norris

O rapaz aí debaixo bateu as botas cedo, mas este aqui continua inteirão, completando hoje 70 anos!

E não deixem de ler o belo texto do meu amigo Osvaldo Neto sobre Chuck Norris para a revista O Grito!, de Recife. Basta clicar aqui.

Corey Haim

R.I.P.
1971 - 2010

8.3.10

CAÇADORES DE EMOÇÃO (Point Break, 1991), de Kathryn Bigelow

Em homenagem a Kathryn Bigelow, a primeira mulher a ganhar o oscar de melhor diretor(a), com o filmaço THE HURT LOCKER, gostaria de relembrar um dos meus filmes favoritos comandado por ela. Não tive tempo de rever, então vai pelas recordações que tenho. Eu sei que CAÇADORES DE EMOÇÃO possui vário pontos piegas e ainda tem Keanu Reeves como protagonista (o papel teria sido mais aproveitado se Johnnie Depp tivesse aceitado), mas de qualquer forma é um puta filme policial de ação!!! Tirando o Reeves, temos um elenco bem forte formado por Patrick Swayze, John C. McGinley e, meu preferido, Gary Busey, que está magnífico; além das pontas de Vincent Klyn, Tom Sizemore e até o Anthony Kiedis, vocalista da banda Red Hot Chili Peppers.

O roteiro é bem óbvio, sobre um agente do FBI (Reeves) que se infiltra numa tribo de surfistas para descobrir os responsáveis por uma onda de assalto a bancos. Os criminosos utilizam máscaras de presidentes americanos para esconder o rosto nos assaltos. Durante as investigações, Reeves inicia uma forte amizade com o personagem de Swayze, um surfista emblemático que sonha encontrar a onda perfeita e é o principal suspeito dos assaltos. O filme inteiro acompanhamos um Keanu Reeves cada vez mais em dúvida sobre o que faz. Mesmo com a trama já manjada, não é a intenção de Bigelow fazer surpresas com o público em sacadas espertinhas de roteiro. O filme é envolvente na forma pela qual ela constrói com precisão a relação perigosa entre os dois sujeitos, trabalhando narrativamente o gênero policial e acrescentando boas doses de ação. Por mais que seja um filme torto em vários momentos, CAÇADORES DE EMOÇÃO marcou muito minha cinefilia quando tinha esse filme gravado em VHS e não passava mais de quinze dias sem assisti-lo. Não estou exagerando, eu era garoto e devia ter muito tempo de sobra na época... Desde que comprei o DVD não parei para vê-lo ainda. Tenho até um certo receio pela probabilidade dele ter envelhecido mal, mas qualquer hora dessas eu arrisco.

UPDATE: Acabei de rever! Continua o mesmo filmaço que assistia quando era um putinho.

7.3.10

THE 8 DIAGRAM POLE FIGHTERS (1984), de Liu Chia-Liang

Esse eu estava querendo assistir desde que o Herax havia me indicado há um tempão e fiquei enrolando, criando espectativas que finalmente foram superadas. THE 8 DIAGRAM POLE FIGHTERS é excelente!!! Talvez uma das últimas obras primas dos estúdios da Shaw Brothers, realizado numa época em que já entrava em seu período de declínio na produção de filmes para cinema.

Na trama, temos a família Yang, formada por bravos guerreiros que vão à guerra defender o seu país contra os invasores bárbaros. Logo no início, a mãe (Lily Li) recebe uma previsão dizendo que dos sete filhos, seis retornariam vivos. Traídos pelo general Pan Mei (Lam Hak-Ming) em pleno campo de batalha, a profecia se cumpre de outra maneira para o desespero da mãe: dos sete, apenas o sexto filho (Alexander Fu Sheng) é que retorna vivo e completamente pirado por ter visto seu pai e irmãos serem massacrados!!! O quinto filho (Gordon Liu) também consegue escapar com vida, mas foge para um templo onde decide virar monge.

Ao que parece, no roteiro original, o único sobrevivente seria mesmo o personagem de Fu Sheng e ele seria o herói com sede de vingança contra os traidores que destruiram sua família. Mas uma fatalidade fez com que a trama tivesse que ser alterada, pois o ator faleceu em um acidente de carro durante as filmagens. Então o sempre ótimo Gordon Liu teve que assumir novamente o papel de protagonista. Mesmo com seu personagem querendo tornar-se monge, coube a ele a tarefa de vingador. Até porque o roteiro consegue driblar o problema muito bem, embora o personagem de Fu Sheng desapareça de repente do filme.

Liu faz direitinho o dever de casa. Não é a toa que ele tenha sido um dos sujeitos mais respeitados do gênero. Um cara que sabe atuar com expressividade e possui habilidades físicas impressionantes não ia ser ignorado, principalmente naquela altura da carreira, na qual já havia estrelado diversos clássicos das artes marciais. A cena em que seu personagem raspa o próprio cabelo para virar monge é antológica, ficando com a mesma aparência de San Ta, de A 36ª CÂMARA DO SHAOLIN, seu papel mais conhecido.

THE 8 DIAGRAM POLE FIGHTERS não é desses filmes repleto de ação a cada cinco minutos. O diretor Liu Chia-Liang (meio irmão de Gordon Liu) trabalha de forma cadenciada o drama dos personagens para explodir no final com uma sequência de luta das mais surpreendentes. Não quer dizer que não tenha ação durante o restante, mas não são muitas em relação a outras obras. E também são rápidas, embora todas elas sejam perfeitamente encaixadas à trama e filmadas com muita desenvoltura, como aquela em que Liu tem que lutar contra um monge que não quer deixá-lo partir para salvar a irmã (que foi ao seu encontro depois de saber que ainda estava vivo).

Mas a cena final é a cereja do bolo, um verdadeiro épico das artes marciais, regado à muito sangue e que exigiu bastante técnica dos atores. O trio de diretores de ação, formado pelo próprio Liu Chia-Liang, Hsiao Ho e King Lee tiveram ótimos resultados com o lance dos caixões empilhados e Gordon Liu tentando descobrir onde a sua irmã está presa, enfrentando sozinho os mesmos inimigos que derrotaram sua família.

Sem dúvida alguma, THE 8 DIAGRAM POLE FIGHTERS é um magnífico exemplar, obrigatório para quem deseja conhecer um pouco mais sobre filmes de luta old school de ótima qualidade.

4.3.10

MERANTAU e NINJA ASSASSIN

Dois filmes de artes marciais que assisti recentemente:

MERANTAU (Gareth Evans, 2009): Uma das últimas grandes revelações das artes marciais vem da Indonésia: Iko Uwais, uma figura simpática que bota pra quebrar sem piedade quando precisa. Ele interpreta um camponês que resolve ir a cidade grande com o objetivo de ensinar o silat, o estilo de luta que pratica, mas chegando lá a realidade é outra. Acaba entrando numa confusão com uma rede criminosa de tráfico de mulheres e resolve tudo à base da porrada. É uma trama simples e possui algumas similaridades com ONG BAK, mas a ação é de primeira, filmada com realismo e violência, no mais impressionante estilo que eu pude ver nos últimos anos.



NINJA ASSASSIN (James McTeigue, 2009): Assistir a este depois de ver MERANTAU é pura covardia. Filminho fraco este aqui. Péssima a idéia dos Wachowski em resgatar os filmes de ninja colocando um sujeito que não sabe filmar ação e que utiliza todos os tiques modernosos irritantes para camuflar a falta de habilidade dos atores e dublês. Até que Raim, o ator principal, tem carisma, mas não é suficiente. Gostei bem mais de NINJA, do Florentine, que não dispõe de tanto recurso financeiro, mas arrebenta com ação à moda antiga.

3.3.10

CONFESSIONS OF AN OPIUM EATER (1962), de Albert Zugsmith

Um dos filmes mais impressionantes que eu vi por esses dias foi esta pequena obra prima obscura estrelada pelo Vincent Price em um papel bem diferente daquele pelo qual ficou marcado. É incrível como um filme desse nível esteja no esquecimento, embora seja bem fácil perceber os motivos pelos quais o público da época ficou encucado. Albert Zugsmith é mais conhecido pelo seu trabalho como produtor. Responsável por alguns clássicos como A MARCA DA MALDADE, de Orson Welles, e O INCRÍVEL HOMEM QUE ENCOLHEU, de Jack Arnold, como diretor ficou condenado ao limbo pelas tendências subversivas em exploitations que realizou na década de 60. Uma pena, pois só pelo seu trabalho em CONFESSIONS OF AN OPIUM EATER já merecia ter seu talento reconhecido entre os grandes mestres do cinema B como Edgar G. Ulmer, Jacques Tourneur e Roger Corman.

O roteiro é baseado nos escritos de Thomas De Quincey, que transformou suas experiências com o ópio em reflexões filosóficas no livro de contos Confessions of an English Opium Eater. Vincent Price interpreta o alterego de Quincey, um aventureiro que chega a São Francisco no início do século passado e descobre o comercio ilegal de mulheres escravas asiáticas. Sem muitas explicações, o protagonista decide resgatar desesperadamente uma jovem de seu destino cruel. Logo, Price se vê numa aventura sombria dentro de uma casa de horrores cheia de mistérios, com quartos secretos, portas escondidas, elevadores, um verdadeiro labirinto que me lembrou bastante alguns cenários de OS AVENTUREIROS DO BAIRRO PROIBIDO, de John Carpenter. É nessa jornada que o nosso herói dá de cara com a sala do ópio e resolve fazer uso da droga.

Zugsmith concebeu um resultado magnífico na direção de CONFESSIONS OF AN OPIUM EATER. Mesmo com quase cinquenta anos, o filme ainda impressiona com o fantástico visual expressionista e pelo experimentalismo transgressor. O início do filme é uma aula de linguagem puramente cinematográfica, quase dez minutos sem diálogo algum, narrando somente com suas imagens e com os princípios básicos do cinema. O maior impacto, porém, vem da cena do ópio quando o personagem de Price tem seus delírios oníricos e surreais, para logo depois surgir uma inacreditável sequência de ação de uns cinco minutos de duração, filmada inteiramente em camera lenta e sem trilha, apenas efeitos sonoros que enfatizam o clima perturbador.

O mestre do horror, Vincent Price, esté longe da sua habitual figura imponente e fantasmagórica dos filmes de Corman, mas representa de maneira brilhante seu papel de sujeito com espírito valente, mas ciente de suas limitações. E se não temos grandes atores coadjuvantes completando o elenco, ao menos o roteiro encarregou-se de apresentar personagens bem variados e interessantes, como a anã chinesa que ajuda Price no labirinto vertiginoso.

Ousado para o período, o filme deve ter causado uma polêmica danada na época de seu lançamento ao mostrar o famigerado Vincent Price usando drogas, além de explorar um tema tabu, como o tráfico humano. É um belo filme, sem dúvida. Deveria ser redescoberto e reavaliado, mas infelizmente acabou no ostracismo e hoje é pouco lembrado, embora tenha seus admiradores. Eu virei fã. Um dos filmes mais expressivos dos anos 60.

THE IMAGINARIUM OF DR. PARNASSUS (2009), de Terry Gilliam

Apenas algumas notas sobre o novo Terry Gilliam, que não é ruim, quero deixar registrado, mas particularmente não consigo mais com filmes que dependem quase exclusivamente de um visual emborrachado pelas artificialidades do CGI. O universo criado por Gilliam é bonito e muito rico, no entanto, já não sinto a mesma emoção de quando vi AS AVENTURAS DO BARÃO MUNCHAUSEN anos atrás, por exemplo, com aquela estética old school carregada, no qual Terry Gilliam era um mestre na concepção. Desconfio que o novo filme do Tim Burton vá pelo mesmo caminho deste aqui. Espero estar errado e talvez eu esteja meio chato (ou não tenha entendido a proposta do Gilliam, o que é mais provável). Ao menos podemos admirar a última performance do Heath Ledger, comprovando que o sujeito realmente estava num ótimo momento da carreira quando bateu as botas. Quero saber a opinião de vocês...

1.3.10

LA RAGAZZA CHE SAPEVA TROPPO, aka The Girl Who Knew Too Much (1963), de Mario Bava

Mario Bava dirgiu tantos filmes sem receber o devido crédito como diretor que só mesmo tendo em mãos o livro do Tim Lucas pra ter certeza o que ele realmente realizou ou não (e eu não tenho), mas é provável que este aqui seja o primeiro filme contemporâneo do diretor. Bava foi um gênio de grande influência no cinema italiano e até então só havia recriado outras épocas em seus filmes, como o terror gótico LA MASCHERA DEL DEMONIO e o peplum ERCOLE AL CENTRO DELLA TERRA.

O roteiro escrito pelo próprio Bava e outras cinco pessoas (!) para LA RAGAZZA CHE SAPEVA TROPPO é bem simples, mas consegue segurar o espectador até o último minuto com um suspense de primeira qualidade. Conta a estória de Nora Davis (Letícia Román), uma jovem america que viaja à Roma e fica hospedada na casa de uma senhora doente. Em certa noite chuvosa, após ter sua bolsa furtada, Nora bate a cabeça no chão e ainda atordoada testemunha (ou não) o assassinato de uma mulher. Com a ajuda do Dr. Marcello (John Saxon), ela tenta investigar por conta própria o mistério, sem ter a certeza se tudo não passou de uma simples ilusão, o que é mais provável para todos ao redor.

Mesmo trabalhando com algo mais próximo da realidade, LA RAGAZZA CHE SAPEVA TROPPO carrega todas as características que marcaram o cinema de Bava. É um filme que apresenta, especialmente, grande poder visual. Emoldurado por um preto e branco expressionista e de atmosfera densa, o diretor abusa de grande inventividade nos movimentos de câmera, esbanja criatividade no uso da luz e cria vários elementos que serviram de matéria prima para a criação do famigerado subgênero conhecido como giallo. Algo que seria amadurecido no ano seguinte em seu SEI DONNE PER L'ASSASSINO.

A cena em que Nora testemunha o assassinato possui uma sutileza experimental muito interessante, com a câmera distorcida e ótima edição, mostrando o delírio visual da protagonista interpretada de forma bastante segura pela bela italiana Letícia Román. Outro destaque do elenco é o grande ator americano John Saxon, sujeito subestimado em seu país e que fez mais sucesso em território europeu.

O título original e em inglês faz referência ao clássico de Alfred Hitchcock, O HOMEM QUE SABIA DEMAIS. No Brasil ficou conhecido como OLHOS DIABÓLICOS.

ASIAN FURY is back!

Depois de mais um ano de hiato, Takeo Maruyama, o maior conhecedor no Brasil de cinema de artes marciais, está de volta ao mundo dos blogs. Sintam-se em casa no ASIAN FURY.